quinta-feira, 16 de agosto de 2007

DICA DE LIVRO: COMPREENDENDO OS PAIS ADOTIVOS



Brasília, 16/8/07 - "A verdade só existe verdadeiramente quando a atualizamos, a incorporamos ao acervo das nossas convicções e de nossas vivências. É a partir dessa maneira de aceitar e de viver a verdade que se estabelece a conduta dos pais adotivos de reconhecê-la não só como um direito do filho, como também uma necessidade para se conquistar a saúde mental e psicológica."

Falar de adoção e de compreensão de nossos filhos adotivos é realmente um desafio. E em momentos de dificuldade perguntamos: a quem recorrer. Um apoio importante, além do diálogo entre pais, amigos, psicólogos e afins, está sim na literatura. E PAIS ADOTIVOS SA sempre aproveita para passar a você, internauta de norte a sul do Brasil, e até do Exterior, dicas de boas leituras.

A dica de hoje vai para mais um livro escrito por Luiz Schettini Filho. "Compreendendo os Pais Adotivos" pode e muito ajudar a entender processos que para nós se tornam complexos. Nos faz ler, avaliar e entender realmente como observar em nós a verdade sobre os laços sanguíneos, gravidez pós-adoção, diferenças entre filhos adotivos e biológicos, consciência sobre maternidade e paternidade, entre outros tópicos.

Vale sim começar a montar, você leitor, a sua biblioteca sobre adoção. E mais, vale também conversar, falar, trocar vivências e idéias entre outros pais adotivos sobre o tema.

Essa é mais uma dica de leitura de PAIS ADOTIVOS SA.

REPORTAGEM: O DILEMA DA SEPARAÇÃO DE IRMÃOS

Por Letícia Duarte, Zero Hora, Porto Alegre, RS

Porto Alegre, 12/8/07 - Para um terço das crianças atendidas em abrigos do Estado, as chances de adoção se reduzem a dilema.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), os grupos de irmãos não podem ser separados, mas a determinação dificulta a concretização do sonho de ter uma família.

A polêmica divide candidatos a pais e profissionais da rede de proteção à infância, enquanto uma campanha da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris) tenta aumentar o número de processos. Diante das restritas perspectivas de garantir adoções conjuntas, há divergência sobre o que seria melhor para esses pequenos abrigados: ganhar uma família adotiva ou perder irmãos de sangue?

O administrador de empresas Newvani Cirolini Correa, 35 anos, e a enfermeira Clarice Molina do Nascimento, 35 anos, depararam com o dilema há um ano, quando entraram com pedido de guarda provisória de uma menina de quatro anos, mantida em um abrigo da organização não-governamental SOS Casas de Acolhida, em Canoas, com mais três irmãs.

Em dezembro de 2006, o juiz Charles Abadie von Ameln negou o pedido de guarda, acolhendo orientação da promotoria pela manutenção do vínculo familiar. O casal, que já tem um filho de 12 anos, não se conforma. E mantém um quarto reservado para a menina na casa de três quartos no bairro Sarandi, em Porto Alegre.

- Para nós, seria muito mais cômodo gerar outro filho, mas a gente gostaria de propiciar a uma criança carente uma oportunidade de ter uma família, uma vida melhor. Não teríamos condições para adotar todas as irmãs, mas poderíamos dar uma vida melhor para ela. É difícil brigar na Justiça, pagar advogado, mas a gente está lutando. Não tínhamos consciência de que o processo seria tão burocrático - lamenta Newvani, 35 anos, que conheceu a menina de cabelos loiros durante um trabalho voluntário desenvolvido na instituição.

Adoção de apenas uma irmã está sendo avaliada

Mesmo com a negativa inicial, o caso não está encerrado. A psicóloga da SOS Casas de Acolhida Sonia Bagatini, especialista em violência doméstica contra crianças e adolescentes pela Universidade de São Paulo (USP), diz que a Justiça encaminhou um pedido de avaliação sobre a possibilidade de separação das irmãs há 10 dias. A adoção também está impossibilitada porque ainda não foi feita a destituição do poder familiar.

- É preciso avaliar cada caso, mas se a adoção for trabalhada e garantir o vínculo entre irmãos, com visitas periódicas, a adoção em separado pode ocorrer. É melhor do que sentenciar essas crianças a serem institucionalizadas para sempre - diz Sonia.

Apesar da orientação do ECA, já houve decisões judiciais favoráveis à separação de irmãos. Para o juiz José Antônio Daltoé Cezar, da 2ª Vara da Infância e da Juventude da Capital e coordenador da campanha Mude um Destino no Estado, o principal critério é o tipo de ligação entre os irmãos.

- Às vezes, o vínculo é tão forte que seria desastrosa uma perda muito grande para crianças que já perderam tanto. Mas para outras não tem tanto impacto, porque esse vínculo não existe. É preciso verificar qual é o mal menor para elas - analisa Daltoé. rascunho

DRAMA: CRIANÇA COM LEUCEMIA PROCURA PAIS BIOLÓGICOS NA BAHIA


Fonte: Globo.com

Salvador, 16/8/07 - Envolto em um lençol, ainda com o cordão umbilical, o menino Luis Flavio foi deixado na carroceria de um carro em Salvador. A história dele emocionou um casal que decidiu adotá-lo quando ainda tinha poucos dias de vida.
Mas, em fevereiro deste ano, os médicos descobriram que Luis Flavio tem leucemia. Antes de completar dois anos de vida, o garoto começou a fazer sessões de quimioterapia. As internações de um mês no hospital são alternadas com dez dias em casa.

Segundo os médicos, com o tratamento de quimioterapia, o menino tem 20% de chances de cura. A melhor alternativa seria um transplante de medula, mas para que isso aconteça é preciso encontrar os pais biológicos da criança.

O médico que cuida do menino explica que a possibilidade de encontrar um doador compatível que não seja parente é de uma em um milhão. “O melhor doador seria um membro da família, ou seja, alguém que tenha a mesma carga genética que ele tem”, afirma Ronald Pallota.

Luta constante

A luta para salvar Luis Flavio alterou a rotina do pai. “É uma luta constante, eu não paro. Não estou trabalhando. Todos os dias eu vou à rua onde ele foi abandonando, tentando localizar alguma pista”, conta.

O garoto é o único filho do casal. A mãe, Leossandra Menezes, diz que nunca procurou saber quem é a mãe biológica e agora dá outra prova de amor e pede: “Essa mãe, por favor, apareça. Eu serei grata pelo resto da minha vida se você aparecer”.

PSICANALISTA CONTA EM LIVRO VANTAGENS DA GUARDA COMPARTILHADA DOS FILHOS

Por Irene Lôbo e Kelly Oliveira - Agência Brasil

Brasília - A maior angústia dos pais atualmente, tanto casados como separados, é não estar presente na vida dos filhos. A conclusão é do psicanalista, fotógrafo e pai, José Inácio Parente, que reuniu as habilidades nas três áreas para produzir um livro chamado Pai Presente.

“Tentei nesse livro mostrar com fotografias e com textos como é gostoso ser pai. São fotografias que mostram esse prazer da paternidade e da presença.”

Na opinião de Parente, os pais estão se dando conta de que ao se distanciarem dos filhos, por conta de uma separação ou de excesso de trabalho, podem perdê-los. Ele defende que, no caso de separação, um meio de não perder o contato com os filhos e participar da criação é a chamada “guarda compartilhada”, prevista no Código Civil.

Parente conta que viveu essa experiência durante cerca de dois anos, mas depois desse período os dois filhos do primeiro casamento preferiram morar com ele. Anteriormente, as crianças ficavam um mês morando com a mãe e no outro período com o pai.

“Tive um prazer muito grande de aprender a ser pai junto com eles”, afirma o psicanalista, coordenador do site www.pai.com.br. “A acho que é a melhor saída [a guarda compartilhada]. Antigamente, as mães lutavam para ter a posse dos filhos e afastar os filhos dos pais. Isso é ruim para o pai, para o filho e para mãe, que acabava ficando ficando super-onerada com as obrigações do cotidiano.”

Hoje, Parente mora com os dois filhos do primeiro casamento e com um filho de uma nova união. Segundo ele, a relação dos filhos mais velhos com a nova família nem sempre é fácil, mas os conflitos são resolvidos com negociação. “Tem que ter muita sabedoria do pai, da ex-mulher, e da mulher.”

Quanto o assunto é pensão, Parente defende que o pai e a mãe contribuam proporcionalmente de acordo com renda de cada um. “O ideal no caso de separações é que acha assimetria de direitos e deveres. Geralmente, a mãe quer que pague a pensão como se fosse o castigo.”

No caso dos pais casados, a melhor maneira de “cuidar bem dos filhos” é mãe e pai ter prazer um com outro. “ Eles estarão dando um exemplo do que é o amor, o carinho.”

O psicanalista lembra que a ausência paterna gera conseqüências para a vida dos filhos. No caso dos meninos, pode faltar uma boa “identificação sexual”. “O modelo do pai, do homem que ele vai ser no futuro. Se a mãe denigre o pai, afasta muito a figura do pai, ele acaba tendo dificuldades da própria identificação. Quanto mais nova a criança, maior o prejuízo.”

No caso das meninas, a ausência paterna, faz com que a figura masculina seja muito idealizada, o que dificulta os relacionamentos futuros com namorado ou marido.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

ADOÇÃO ENTRE FAMOSOS: RICKY MARTIN QUER ADOTAR "UMA CRIANÇA DE CADA COR"


O cantor Ricky Martin(foto) declarou durante entrevista coletiva em sua Porto Rico natal, onde realiza show final da turnê Blanco y Negro esse final de semana, que pretende adotar vários filhos. “Um de cada continente, se for possível”, conclamou.

O bonitão diz não querer tratamento especial na hora da adoção e diz ainda que vai criar uma família de muitas cores. O fato de ser ainda solteiro tem levantado ainda mais suspeitas sobre sua (homo)sexualidade na mídia internacional.

“Quero fazer tudo certo, não quero problemas ou desentendimento. Penso que algumas celebridades manipulam o sistema para ter uma rápida adoção, eu não quero tratamento especial no processo de adoção”, declarou fazendo referência á controvertida adoção de uma criança de Malawi por madonna.

Martin, criador dos hits “She bangs”, “Shake your bom-bom” e “Livin la vida loca”, acaba de fundar a Fundação Ricky Martin para ajudar crianças necessitadas.

ADOÇÃO ENTRE FAMOSOS: ANGELINA JOLIE E BRAD PITT PENSAM EM ADOTAR MAIS UM FILHO


Fonte: Agência Ansa


Londres, 15/8/07 - Em meio aos boatos de que seu relacionamento com Brad Pitt passa por um momento difícil, Angelina Jolie está planejando ir à África para adotar mais uma criança.

A atriz norte-americana já tem quatro filhos: Maddox, de 7, adotado no Camboja, Zahara, de 2, adotada na Etiópia, Pax Thien, de três, adotado no Vietnã e Shiloh, filha que teve com Brad Pitt, nascida no último mês de março.

Segundo informou o jornal britânico Daily Mail, Jolie e Pitt esperam que a adoção de um garoto ou de uma garota africana sirva para que Zahara se sinta mais parte da família.

"Angie está convencida que enquanto Shiloh crescerá vendo a semelhança entre ele e os pais naturais e Maddox e Pax se sentirão ligados a seus locais de nascimento, Zahara não terá ninguém com quem ter esse tipo de ligação. Esperamos que encontrando para ela um irmãozinho ou uma irmãzinha etíope, Zahara se sentirá mais à vontade", contou uma porta-voz do casal.

JUSTIÇA DEFINE CRIAÇÃO DE LISTA ÚNICA DE ADOÇÃO NO CEARÁ

Por Honório Barbosa, Jornal Diário do Nordeste, CE

Iguatu,CE, 11/8/07 - O Juizado da Infância e da Juventude em Iguatu definiu a criação de uma lista única de pretendentes à adoção. A criação do cadastro, por meio de portaria assinada pelo juiz Wotton Ricardo Pinheiro da Silva, tem por objetivo evitar equívocos que ocorrem na prática, transtornos futuros para os pais adotivos e para a criança e regularizar a situação dos casais interessados em habilitarem-se no sistema único.

A questão de adoção no Brasil é complexa e, na prática, a maioria dos pretendentes não respeita os critérios estabelecidos em lei. “O comum é ocorrer a adoção à brasileira”, observa o juiz Wotton Pinheiro da Silva. “A mãe biológica dá o filho ou o abandona e só depois de algum tempo é que os pais adotivos procuraram a justiça para regularizar a situação”. Essas ações são o inverso do que recomenda a legislação.

O juiz Wotton Pinheiro da Silva e o promotor de Justiça, Antônio Monteiro Maia Júnior, mostram-se preocupados com a situação, que a classificam de complexa. “Há risco de tráfico de bebê, de venda de crianças”, observam os representantes do Juizado da Infância e da Juventude. “Os pais têm obrigação de cuidar dos filhos. Escolher a quem entregar, abandoná-los, é crime”.

A regulamentação do cadastro único foi amplamente divulgada na cidade por meio de emissoras de rádio que formaram uma rede para entrevistas com os representantes do poder Judiciário. “A nossa idéia é esclarecer a população sobre os riscos da adoção ilegal”, disse Monteiro. “A lista única de adoção deve ser respeitada e ter praticidade”, contou.

A prática revela que a lista única que havia na comarca local não estava sendo respeitada. Muitas vezes, crianças abandonadas em hospitais ou em outras instituições são entregues a famílias para a criação. “Isso está errado”, explica o juiz. A criança deve ser levada para uma instituição regular, após determinação da justiça. O Conselho Tutelar deve atuar nesses casos, apoiando o poder judiciário.

Somente após análise de documentação e dos interessados em adoção, por meio de entrevista com equipe técnica, é que a criança deve ser entregue aos pretendentes para um período de experiência, uma espécie de estágio de convivência, com o devido termo de guarda expedido pelo juiz.

Muitos pessoas acreditam que é mais fácil adotar uma criança recebendo-a da própria mãe biológica e registrando-a como se fora filha, nascida da união dos pais adotantes. Mas não é. “Este tipo de adoção é irregular e, na verdade, até fraudulento”, observa o promotor.

A adoção para ter efeitos jurídicos plenos deverá ser processada e autorizada pela via judicial. O ato de receber uma criança para criar e registrá-la não é legal e é facilmente comprovado pela via do exame do DNA. “Pode ocorrer casos em que a mãe biológica se arrepende e usa a justiça para retomar a criança”, explica Wotton. “Isso já aconteceu e traz transtornos e sofrimento para os pais adotivos e para a criança”.

Os interessados em habilitarem-se no cadastro de pretendentes à adoção devem procurar o Fórum de Justiça, nesta cidade, na Secretaria da Vara da Infância e da Juventude, onde preencherá formulário próprio, com todas as informações necessárias ao procedimento de habilitação.

CADASTRO GERAL UNIFICADO DE ADOÇÃO DE RONDÔNIA É APRESENTADO EM EVENTO

Fonte: Site Rondônia Ao Vivo

Porto Velho, 10/8/07 - O ENCONTREI – Cadastro Geral Unificado Informatizado de Adoção - desenvolvido pelo Tribunal de Justiça de Rondônia está sendo apresentado na manhã desta sexta-feira (10/08), aos participantes do Encontro Nacional do Colégio de Corregedores Gerais da Justiça dois Estados e do Distrito Federal (XLV ENCONGE 2007) que acontece em São Paulo/SP.


Quem faz a apresentação é o Juiz Enio Salvador Vaz, auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça de Rondônia, designado pela Desembargadora Ivanira Feitosa Borges, que participa do Encontro representando o Judiciário do Estado de Rondônia. A exposição do Juiz Enio Vaz foi programada para as 11 horas.


O Cadastro Geral Unificado Informatizado de Adoção implantado pela Corregedoria-Geral da Justiça de Rondônia representa um avanço no processo desencadeado pelo Judiciário brasileiro visando agilizar os procedimentos processuais e de aproximação com o destinatário dos serviços e da distribuição da Justiça, ou seja, o cidadão.


em qualquer lugar do planeta é possível ser visto na página do Tribunal de Justiça de Rondônia, na internet, a lista de crianças e adolescentes disponíveis para adoção no Estado de Rondônia; a lista dos pretendentes a adoção, tanto os brasileiros, como os estrangeiros.


Esta facilidade tornou-se possível porque, de qualquer lugar do mundo o cidadão pode fazer seu cadastro de pretendente a adoção; consultar a página do Tribunal de Justiça na Internet para saber quantas crianças estão disponíveis para a adoção; e também se comunicar com os responsáveis pelo processo de adoção no Estado.


De acordo com o juiz Ênio Vaz, o Encontrei, além de disponibilizar informações, vai alcançar as crianças em abrigos e também aquelas que não estejam ainda, em processo de adoção. “Outro efeito positivo do Encontrei é a credibilidade dada ao trabalho envolvendo o processo de adoção, o qual passa a ter seu procedimento padronizado”, afirma.


O sistema informatizado de cadastro único do Encontrei permite, além de consulta a informações, também a emissão de relatórios sobre o andamento de processos iniciados para a adoção de crianças e adolescentes, lembra o Juiz Ênio Salvador. Chama ainda a atenção, o magistrado, para a transparência que o sistema permite ao processo de adoção.


“As pessoas vão ter uma senha, tanto o pretendente nacional como o estrangeiro. Quanto aos processos de adoção, cabe à Coordenação Estadual, que fica na Corregedoria Geral de Justiça, o controle dos pedidos de estrangeiros, enquanto os pedidos de brasileiros terão o controle feito junto às varas nas Varas da Infância e da Adolescência do Estado”, explica o juiz Enio Salvador.

BAHIA: CAMPANHA ESCLARECE SOBRE ADOÇÃO TARDIA

Por Marta Erhardt, Jornal A Tarde

Salvador, 15/8/07 - “Tio Salomão, dá uma família para mim, que eu não tenho uma”. O apelo feito por um bilhete ao juiz titular da 1ª Vara da Infância e Juventude, Salomão Resedá, é comum. Muitas crianças com idade avançada mandam cartas ao juiz com o mesmo pedido: uma família. Em Salvador, 89 meninos e meninas com idade acima de dois anos aguardam pela adoção. Já a lista das pessoas com condições de adotar uma criança conta com 200 pessoas, segundo dados da 1ª Vara da Infância e Juventude.

Embora tenham mais famílias dispostas a adotar do que crianças disponíveis, os garotos e garotas acima dos dois anos não se enquadram no perfil dos pretendentes. “A maioria dos interessados quer crianças do sexo feminino e recém-nascidas”, explica o juiz Salomão Resedá. Contrariando a realidade enfrentada por quem aguarda por um novo lar, duas adolescentes, uma de 13 e outra de 16 anos, conquistaram um lar nesta quinta-feira, 9. “Em 10 anos de trabalho no juizado nunca tinha passado por essa situação”, relata Resedá.

Para ressaltar a importância da adoção tardia, o Shopping Salvador Trade Center, em parceria com a 1ª Vara da Infância e Juventude, deu início a uma campanha sobre o assunto. Com o slogan “Nunca é tarde para ser pai. Nem filho”, a campanha segue até o dia 31 de agosto na capital baiana.

Pessoas interessadas podem tirar dúvidas sobre o processo em um estande montado no shopping, onde um advogado, uma assistente social e um comissário de menor prestam esclarecimentos. “Não se trata de uma campanha para incentivar a adoção, porque esse é um ato voluntário. A iniciativa é bem-vinda não só pela época, já que agora comemoramos o Dia dos Pais, mas também pela relevância de se abordar a adoção tardia”, explica Resedá.

As principais dúvidas são relacionadas ao estado civil e à possibilidade de que os pais biológicos queiram reclamar a guarda da criança posteriormente, segundo o juiz. “O que é preciso enfatizar é que qualquer pessoa, independente do estado civil, está apta. Além disso, a adoção é irrevogável. Portanto, não há porque temer perder a guarda da criança após a adoção”, esclarece o juiz.

Pessoas com idade acima de 18 anos podem se candidatar. Para isso, é necessário efetuar um cadastro no programa de adoção do Juizado da Infância e Juventude. Além de documentos pessoais, para se inscrever no programa os interessados também devem levar atestado de idoneidade física e mental, certidões negativas da Secretaria de Segurança Pública e Polícia Federal. Os pretendentes também passam por entrevistas com psicólogos e assistente social. Mais informações sobre adoção podem ser adquiridas pelo telefone 0800-713020.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

VEM AÍ O PRIMEIRO FÓRUM NACIONAL DE FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL, EM PORTO ALEGRE

Por Daiane Benso, Filhos Adotivos do Brasil

Porto Alegre, 13/8/07 - O Site Filhos Adotivos do Brasil estará promovendo no dia 7 de outubro de 2007, no SESC, em Porto Alegre - RS, o 1º Fórum de Filhos Adotivos do Brasil, que tem o objetivo de reunir a nível nacional, todas as pessoas interessadas no assunto de adoção.

O encontro é destinado a mães e pais adotivos e biológicos, filhos adotivos e biológicos, aos que fazem buscas, advogados, juízes, donos de abrigos, imprensa e a todos que estejam interessados em lutar e discutir está causa tão nobre.
Qualquer informação entre em contato pelos telefones 51 3493.4647 ou 51 8415.5225, ou pelo site www.filhosadotivosdobrasil.com.br ou ainda pelo email filhosadotivosdobrasil@yahoo.com.br

EMOÇÕES E DEPOIMENTOS MARCAM O SEGUNDO ENCONTRO DE FILHOS ADOTIVOS DO RIO GRANDE DO SUL


Por Daiane Benso, Site Filhos Adotivos do Brasil

Porto Alegre, 13/8/07 - No último dia 6 de agosto aconteceu no SESC, em Porto Alegre, o 2º Encontro de Filhos Adotivos do RS. O encontro reuniu filhos que buscam suas origens biológicas e também mães e pais adotivos. O coordenador do projeto, José Ricardo Andrade Fischer diz que o objetivo do encontro é auxiliar nas buscas biológicas. “É importante mostrar onde se faz as buscas e como é todo o procedimento”. Ele também pretende criar um projeto chamado “Casa Escola”, onde abrigará crianças acima de cinco anos, que terão o apoio de pais adotivos e voluntários, além de acesso á cursos profissionalizantes.

Os participantes do 2º encontro presenciaram o depoimento de Luis Carlos Silveira, 70 anos, que há algum tempo encontrou sua mãe biológica. E ainda tem esperanças de encontrar seu pai e irmãos. Pedro Paulo Ferreira, 54 anos, um dos participantes do encontro busca sua mãe biológica. Ele ficou sabendo que era adotado aos sete anos de idade. Segundo ele, o que fez com que demorasse a procurar suas origens foram o carinho e o respeito que tem á mãe adotiva. Mas nem por isso guarda mágoas de sua mãe biológica. “Nunca tive um sentimento ruim em relação a minha mãe. Se não fosse ela eu não estaria aqui.” Relatou-nos que a curiosidade e a esperança de encontrá-la, apesar de não saber se ainda está viva continua.

Um dos palestrantes do encontro, Luis Gustavo Silveira afirma que o ser humano é o que pensa, e por isso é importante ter esperanças. “Acreditar no que vai acontecer amanhã, é fundamental para quem busca encontrar seus laços sanguíneos.”
Conceição tem quatro filhos adotivos. Jéssica (10), Larrisa (9), Márcio (8) e Estafáni (7). Seus filhos se tornaram órfãos depois de presenciarem o assassinato do pai e 30 dias depois perderam a mãe por suicídio. Ela os adotou por opção. “Não queria vê-los separados, por isso adotei-os.” Considera que as crianças necessitam de 1000% de carinho e assistência.

Ana é filha e mãe adotiva. Tem um filho de 17 anos, portador de deficiência mental e um bebê de 10 meses. Não escolheu cor e nem idade, para ela isso não importa. “Amo esses dois, são a minha razão de viver”.

ESPECIAL: CLÍNICA ESPERANÇA, UM ABRIGO PARA CRIANÇAS COM HIV



Por Daiane Benso, Site Filhos Adotivos do Brasil

Porto Alegre, 13/8/07 - O projeto “Filhos Adotivos do Brasil” esteve visitando a Clínica Esperança, situada em Porto Alegre, que realiza um trabalho de assistência a crianças órfãos portadoras do vírus HIV. O abrigo foi fundado no dia 1º de maio de 1997, através da missionária sueca da igreja Assembléia de Deus, Mary Taranger, que ficou no Brasil por muito tempo. A mesma já tinha fundado o orfanato “Lar dos meninos e das meninas”, além de trabalhar na distribuição de alimentos, fazendo sopas nas vilas. Por volta dos 70 anos, Mary sentiu um chamado de Deus para abrir um lar para crianças portadoras do vírus HIV.
Ela foi procurada por uma senhora que estava em face terminal da doença, e que tinha uma criancinha. Sabendo que morreria, visto que na época o tratamento era mais difícil, a senhora preocupou-se em encontrar um lugar para deixar sua filha. No entanto, por discriminação, os orfanatos não aceitaram a menina. Mary ficou com seu coração ardendo, sentia a necessidade de ajudar.

Dessa maneira começou a buscar ajuda de um e outro. Mas nem pastores e amigos se colocaram a disposição da causa. Foi no seu aniversário, quando completaria 80 anos, que seu amigo da Suécia, o presidente da ONG Erikshjolpen, O tio Eurico, perguntou o que ela desejaria receber de presente. Sem esperar, respondeu pedindo ajuda financeira para abrir um lar. Ele falou que ajudaria. Então Mary lembrou-se de uma casa, onde hoje se localiza o abrigo, que na época era um depósito e começou a reformá-lo. Através da ajuda do tio Eurico e das pessoas que começaram a visitar a Clínica Esperança, formou-se uma rede de amigos. Segundo a diretora do abrigo, Loide Linhares Colisse, não há verbas do governo para a realização do trabalho.

Atualmente a clínica cuida de 21 crianças, entre quatro meses e 12 anos. Há 20 funcionários, cuidadores, técnica de enfermagem, enfermeira, cozinheiras, auxiliares administrativas, motorista. Segundo a diretora, existem quatro pessoas que trabalham voluntariamente duas vezes por semana permanentemente com as crianças, um jardineiro, uma senhora que ajuda na lavanderia com as roupas, assistente social e uma psicóloga.“Com nós não há problema para a adoção, é complicado para os pais que querem adotar. Uma criança que tem HIV é fácil para ser adotado, é rápido.”, relata a diretora. Explica ainda que a criança que trás o vírus da mãe, se alimenta bem, engorda sem nenhum problema, provavelmente irá negativar. Já uma criança com problemas respiratórios, pneumonia, dor de ouvido é bem mais difícil negativar.

Mesmo ganhando toda a alimentação, tendo um grupo de pessoas ajudando temporiaramente e senhoras fazendo jantares todo o mês para arrecadar fundos, a maior dificuldade encontrada no abrigo é a financeira. “O problema é manter a folha de pagamento”, afirma a diretora. Quando questionada sobre o preconceito, Loide diz: “Existe, mas é maquiado. Na escola as crinças eram consideras difíceis de trabalhar, e por mais que estivessem bem arrumadas sofriam discriminação”.
Márcia Cecília Jara de Matos, é técnica em enfermagem e trabalha no abrigo a oito meses, cuidando dos meninos e dando auxilio aos bebês. Considera seu trabalho gratificante e diz sentir-se com a alma lavada. “Eu amo eles, moram no meu coração. São mais do que filhos.”

A psicopedagoga Elis Regina Silveira diz que há uma carência afetiva muito grande. “É necessário mostrar o quanto são importantes, fazer com que se superem a cada dia”. Considera as crianças acima de oito anos mais difíceis de trabalhar, devido aos conflitos e ao comportamento.Para a diretora do projeto, a amizade com as crianças é indispensável.

“Nós tratamos eles como filhos, na hora do carinho, eles recebem carinho, quando é preciso brigar para corrigir, nós brigamos. A maior gratificação é ver a mudança de vida dessas crianças. Nesses 10 anos de trabalho, segundo Loide há muitas coisas que marcam. Mas ela lembra de um menino (Everton), que era completamente anormal, chorava o dia inteiro, precisava ser medicado frequentemente, era agressivo.Hoje ele é um guri normal, feliz, tem vontade de viver, aprender, de sair desse mundo”.

Como ajudar:

Qualquer ajuda é bem vinda. O que mais se tem necessidade é na área do lazer. Peças de teatro, doações de jogos e brinquedos pedagógicos. Quem quiser visitar o abrigo, brincar, conversar e dar um colinho para as crianças, os horários disponíveis são quarta-feira, sábado, domingo, das 3:00 as 5:00 horas da tarde.

domingo, 12 de agosto de 2007

EM BLOG, GAÚCHO INCENTIVA ADOÇÃO E FALA SOBRE DESCOBERTAS DA PATERNIDADE



Por Yara Aquino, Repórter da Agência Brasil
Fotos Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr



Brasília, 12/8/07- "Pai de Coração”. É essa a expressão que o jornalista gaúcho Oscar Cardoso, 35 anos, usa ao falar da filha adotiva. Ele explica que ser pai de coração é “gestar essa criança no coração". "Você tem que engravidar dela dentro do seu coração, tem que nascer, crescer e ficar dentro do seu coração.”

A vontade de ser pai biológico e também de adotar uma criança eram sentimentos antigos de Oscar motivados pela realidade familiar. Os avós, tanto paternos quanto maternos, foram adotados e havia também primos nessa condição. O empurrão final veio quando, já casado, ele soube que não podia ter filhos.

Após conhecer a realidade de vários abrigos, Oscar e a esposa optaram por adotar uma menina já com 8 anos de idade. Em maio do ano passado, o casal procurou a Vara da Infância e em novembro Oscar já era “pai de coração”. A decisão representou uma profunda mudança na vida da família. “Passei a vida inteira buscando resposta para muita coisa e quando minha filha entrou na minha vida encontrei respostas que eu nem imaginava.”

Apesar da alegria de realizar um sonho, o morador de Brasília afirma que o medo está presente na nova experiência. “É desconhecido, uma outra pessoa que entrou na sua vida e que você tem que aprender a amar, ver como filha, sentir como filha. É um processo maravilhoso, mas é complexo.” O medo, porém, é superado pelo prazer de ser pai, segundo Oscar.

Além de querer adotar outras crianças, a nova vida familiar trouxe para Oscar Cardoso a vontade de incentivar outras pessoas a buscar a adoção. Ele criou um blog para divulgar informações e trocar experiências sobre o tema com outros pais e alerta que não se deve “buscar uma pessoa por pena, por querer fazer caridade, mas para fazer dessa criança um cidadão, dar a ela o direito a ter uma história, uma identidade”.

O desejo de ser pai surge também em homens solteiros e separados. Segundo o chefe do serviço de adoção da Vara da Infância do Distrito Federal, Walter Gomes, esse perfil de “pais em potencial” vem crescendo. Na avaliação de Walter, isso acontece por que cada vez mais as pessoas têm a informação de que não há impedimentos legais para que essas adoções ocorram. “O que o juiz precisa é ter informações acerca das condições psico-emocionais e sócio-econômicas da pessoa para o acolhimento daquela criança”, afirma.

A grande contradição está no fato de que muitas vezes as mesmas crianças que são procuradas pelos pais adotivos foram rejeitadas pelos pais biológicos. Isso por que parte das crianças entregues a adoção vêm de mães que não tiveram apoio ao engravidar. “Via de regra é uma gestante sem condições sócio-econômicas, com pouco apoio familiar e que se sente abandonada pelo pai da criança”, afirma Walter Gomes, chefe do serviço de adoção da Vara da Infância do Distrito Federal.

sábado, 11 de agosto de 2007

PARABÉNS A TODOS NÓS, VAMOS CELEBRAR A VIDA, HOJE É O NOSSO DIA


Não importa a nossa idade, não importa a nossa cor. Não importa se temos diploma, se somos letrados, ou não. Não importa se a nossa escola foi a da vida. Não importa os graus de estudo, de profundidade do saber. O que importa é que nós comemoramos. Que hoje nós celebramos em nosso país o Dia dos Pais.

Dia do Pai é todo o dia... eu sei.
Mas temos que ter uma data especial. Uma data para comemorar.

Uma data para lembrar do lindo momento em que encontramos os nossos pequenos. E esse encontro, esta gestação nasceu no olhar. No sorriso. Foi em um OI que tudo começou a acontecer. E isso me lembro muito bem. Minha pequena nasceu pra mim em julho do ano passado.

Já era uma mocinha. Muito esperta, muito alegre, com um sorriso lindo, um olhar expressivo. Algo que estava ali, pronta para nascer. Pronta para me encontrar. Quase nunca uso deste espaço para falar de nós, de mim e de minha pequena. Mas hoje é Dia dos Pais e a minha pauta é essa. Foi no coração que engravidei, junto com minha amada esposa.

A gestação foi intensa, foi rápida. Em novembro ela nasceu. Veio viver conosco e começar a escrever uma nova página de sua história. Ela ganhou um presente, eu também. Ela se tornou a filha, e eu, o pai.

De todas as tarefas difíceis, de todas as reportagens e entrevistas que já fiz ao longo de mais de 16 anos de profissão, não houve momento mais especial. O momento em que vi minha filha pela primeira vez. A apresentação foi meio formal. Mas foi interessante. Aceitei, pensei, refleti, pensei em até desistir. Tinha medo, tive medo, sou humano e sou mortal em dizer isso. Atire a primeira pedra quem nunca pensou em dar a meia volta e voltar.

Mas foram palavras, momentos, pensamentos, sonhos. Tudo isso me fez ir em frente. E fez aquele fetinho crescer no meu coração. É, nasceu. Nasceu uma linda menina, algo que tava escrito nas estrelas. Que me fez atravessar o país para encontrá-la aqui em Brasília. Hoje entendo o porquê de ter vindo viver aqui. Hoje entendo a linguagem universal e profunda do amor. O amor que não mede, que não teme, que não pensa. Um amor que protege, que cuida, que repreende, que educa. Um amor de um pai que é capaz de dar a sua vida por um filho. E isso é profundo mesmo. Porque só os filhos é que nos levam a conhecer o mais profundo e eterno amor. Filho é algo dimensional, é de outra dimensão.

É encontro espiritual sim. Adotar é responder àquilo que o caminho de Deus nos prepara. Deus, em sua mais infinita bondade, em sua mais infinita crença e na sua grandiosa sabedoria é que nos ensina a receber, de coração aberto, um filho da dor. Alguém que não pediu para nascer, mas também não pediu para ficar sozinho. Não pediu para não mamar no peito, não pediu para crescer em um abrigo, dar os primeiros passinhos pelas mãos das tias de tantos lares que existem pelo país. Pediu para ser feliz, pediu para ter um colo e alguém para o chamar de pai e de mãe.

Mas graças a Deus, em sua infinita misericórdia, ganhou um pai e uma mãe. Ganhou grandes conciliadores, ganhou dois pilares para lhe ajudar a construir a sua história. E nós, pais, ganhamos também um combustível valioso para continuar a nossa caminhada.

Ganhamos filhos. Ganhei uma filha. Você que vai ler também esta mensagem também vai lembrar do nascimento do seu filho também. Se foi em uma maternidade, depois de alguém o gerar e o entregar a você. Se foi em um abrigo, a partir do abraço e do sorriso, se foi depois da dor de uma morte, seja de que forma foi. Importa é que você é pai, assim como eu.

Vamos celebrar a vida, vamos celebrar a paz, a fé e o amor. Hoje é o nosso dia.

FELIZ DIA DOS PAIS PARA TODOS NÓS.

São os votos de PAIS ADOTIVOS SA

domingo, 5 de agosto de 2007

MP DE RORAIMA PROTOCOLA AÇÃO PARA GARANTIR DIREITO À ADOÇÃO

Da Redação, Folha de Boa Vista

Boa Vista, RR, 3/8/07 - A Promotoria da Infância e Juventude vai protocolar uma ação civil pública para garantir o direito a adoção. A decisão foi tomada pelo promotor da infância e juventude Márcio Rosa, após uma reunião com técnicos da instituição.

O promotor visitou o Abrigo Infantil com o com o objetivo de analisar cada caso das crianças institucionalizadas no abrigo e realizar os devidos encaminhamentos.

Atualmente o obrigo possui 31 crianças que foram encaminhadas ao local por terem sofrido algum tipo de violência, negligência, maus tratos ou foram abandonadas pela família. De acordo com o promotor Márcio Rosa pelo menos 16 delas já poderiam está no cadastro de adotandos.

“Embora o abrigo seja medida provisória e excepcional, há crianças que estão na instituição há muito tempo e por isso, o Ministério Público irá protocolar Ação de destituição do poder familiar e incluir essas 16 crianças no cadastro de adotandos. O objetivo é garantir a elas o direito à convivência familiar previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente” afirmou.

RIO GRANDE DO SUL: UM TRABALHO ENTRE A ESPERANÇA E O SUFOCO

Por Jansle Appel Junior, Jornal Gazeta do Sul

Santa Cruz do Sul, RS, 4/8/07 - Por trás do brilho de esperança nos olhos de cada criança assistida pela Associação Pró-Amparo do Menor (Copame) está uma realidade que a população pouco conhece, mas que sufoca o trabalho da entidade. A instituição santa-cruzense, que hoje abriga uma média de 45 crianças orfãs ou afastadas dos pais, contorna como pode as dificuldades financeiras, que insistem em bater à porta diariamente.

O coordenador Derk Lambers diz que a entidade se vê diante de uma bola de neve de despesas que oscila de tamanho a cada mês. “Cada vez mais a responsabilidade recai sobre nós, já que não há instituições do poder público que ofereçam esse serviço. A gente sempre tentou passar uma imagem boa, mas a realidade é difícil”, afirma.

Um exemplo das dificuldades enfrentadas pela Copame é encontrado na tentativa permanente de agregar o status de filantropia à entidade, isentando-se assim de determinados impostos e também podendo receber verbas. “Apesar das tentativas freqüentes, o governo só nos concede o certificado provisório, de 180 dias, e toda vez precisamos correr atrás novamente”, conta a assistente social Fernanda Weis.

Para piorar, a instituição ainda passará a pagar mais imposto com a padaria a partir da integração ao Supersimples, que unifica o pagamento dos tributos. Até então, o valor ficava em torno de R$ 300,00 mensais. Agora vai passar para mais de R$ 3 mil. “Tivemos muito prejuízo com a padaria no ano passado. Agora que estávamos conseguindo recuperar, negociando com fornecedores, acontece isso.”

Todos os meses, a Copame necessita de R$ 60 mil para quitar todas as despesas. Desse total, apenas R$ 15 mil são repassados pelas prefeituras da região atendidas pela entidade. Os outros R$ 45 mil precisam ser angariados junto a doações de empresas e da comunidade. É uma busca constante e que despende uma grande parcela de tempo dos funcionários. “Às vezes nos sentimos abandonados pela sociedade. É difícil para a comunidade a Copame estar sempre pedindo ajuda. Mas são R$ 45 mil que, se não saírem das doações, não têm de onde vir”, desabafa Lambers.

Deficientes:

O número de crianças abrigadas pela Copame nos últimos anos cresceu. Isso, em parte, pelos deficientes que chegam até o local. Hoje são dez nessa situação. “São crianças que precisam de atenção redobrada, com acompanhamento médico, coisa que não temos condição de pagar. Por isso estamos sempre em busca de médicos que possam trabalhar de forma voluntária”, explica a gerente administrativa Janice Rodrigues.

Geralmente os deficientes que chegam à Copame acabam ficando por lá por mais que a idade limite de 12 anos. “Muitos estão aptos para adoção, mas ninguém se interessa. Como não têm um local mais adequado para ficarem após os 12 anos, cuidamos aqui com todo o amor. Mas essas crianças têm um custo muito mais elevado do que as outras”, complementa a psicóloga Patrícia Heberle.

“Quando as pessoas olham para a Copame, vêem tudo muito bonito. Só que, por trás disso, há uma série de problemas”, lembra. “Por mais que a instituição seja para as crianças um porto seguro, elas têm o desejo de retornar a um lar. No entanto, a sociedade tem dificuldade para entender isso”. Até hoje, 1.354 crianças passaram pelo abrigo. Dessas, 172 foram adotadas.

AGÊNCIA DE ADOÇÃO FECHA PARA NÃO CEDER CRIANÇAS A HOMOSSEXUAIS NA INGLATERRA

Fonte: AIS

Uma das mais importantes e antiga agência católica de adoção da Inglaterra anunciou seu fechamento ante a insistência das autoridades em obrigá-la a conceder a custódia de crianças a casais homossexuais.

Catholic Care é a primeira agência social religiosa que anuncia seu fechamento desde a aprovação das novas medidas sobre orientação sexual, cujos promotores asseguram que terminarão a "discriminação" no Reino Unido.

Conforme informou o periódico Daily Mail, a agência tem um século de trabalho no país e conseguia dar em adoção uma média de 20 crianças por ano. A decisão se fez pública uma semana depois que o Bispo de Lancaster, Dom Patrick O'Donoghue explicou ao Catholic Caring Services, uma agência de adoção de sua diocese, que as crianças estão antes que o desejo da paternidade. "Sabemos que o melhor para as crianças é que vivam com casais casados", indicou.

Quando em abril o governo trabalhista aprovou a polêmica medida, católicos, protestantes, judeus, muçulmanos e outras denominações rechaçaram a decisão.

RECÉM-NASCIDO É ABANDONADO OITO HORAS APÓS O PARTO, EM SÃO PAULO

Fonte: Terra

Um recém-nascido foi abandonado pela mãe oito horas após o parto, na Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo. Segundo a rádio CBN, a mãe, que deu à luz a criança no sábado, ainda não foi localizada. O recém-nascido está sob a guarda de uma família provisória.

sábado, 28 de julho de 2007

CONVERSANDO COM VOCÊ: SOBRE AUTONOMIA

Pedindo licença a você, meu amigo leitor, abro uma janela na divulgação jornalística e vou falar um pouco sobre o tema autonomia. Vou falar de um exemplo que vivo, e que vale a pena dividir com todos vocês.

Já faz quase 15 dias que nossa filhota está no Rio Grande do Sul, passando as merecidas férias na casa de seus familiares. E olha que a jornada da baixinha tá sendo intensa. Além do friozão que tá fazendo na terrinha - e olha que já é o quarto inverno que eu tô fora de lá - bravamente nossa filhinha está enfrentando as baixas temperaturas com muita alegria de viver e sorrir. E isso é o bom que nossos filhos nos passam: a alegria de viver.

Porque criança tem isso sim. Elas superam as dores melhores do que nós. Até porque elas vêem o mundo com a inocência do azul, com estradas de chocolate, um sol amarelinho como quindim, nuvens de algodão doce, árvores com caule de merengue e folhas verdinhas de alface com açúcar por cima. E é assim que vêem a vida e a existência.

Muito surpreso e contente fico em ver que ela está aproveitando muito o seu passeio, as suas férias de inverno. Antes de embarcar, com sua avó, dissemos a ela duas coisas: brinque muito e respeite os mais velhos. Porque é bonito respeitarmos o outro. Que bom, graças a Deus acompanho os seus passinhos e vejo que ela está não apenas cumprindo o que falei, mas fico satisfeito em ver que ela está vivendo na plenitude a dica que dei. E é isso que temos que despertar nos nossos filhos. Despertar neles que até mesmo o que poderia ser uma ordem pode ser algo suave, doce como a própria inocência cândida de uma criança.

Muitas vezes nós pais não sabemos como fazer isso. Porque nos preocupamos com a manutenção de nossa autoridade. E com isso não usamos a nossa autoridade de forma positiva, mas sim reproduzimos conceitos ultrapassados. Mandar e orientar nossos filhos é necessário, mas podemos usar de doçura para mandar. Para exigir, com carinho e com dedicação. Porque nós temos, como pais adotivos, a missão de conduzir, orientar e levar nossos filhos a encarar de frente a longa estrada da vida, com curvas, pontes, pontilhões e barreiras. É uma estrada bonita, com desafios e percalços, mas que nos oferta paisagens estonteantes.

Autonomia realmente é, e concordo com o que escreveu a Rosely Sayão, a oportunidade de desenvolver em nossos pequenos o senso de zelo, cuidado e proteção com sua própria vida. Explicar, dizer, orientar só faz com que nossos filhos acabem crescendo em um lar confiável, um lar sadio, um lar onde o amor inspira e desenvolve a confiança em nossos filhos. Filhos que recebem confiança de seus pais, crescem seguros, sadios e fortalecidos. Prontos para enfrentar as mazelas, riscos e derrapagens que podem rolar na estrada.

Por isso defendo a validade em trabalhar com os pequenos a confiança e a autonomia. Assim como eu acho bastante válido e confiável também construir um modelo próprio de autoridade, para assim trabalhar bem a autonomia e a confiança em nossos filhos. Isso passa por revisarmos sempre as nossas ações, o que pensamos e o que fazemos, sempre, diariamente.

Tá dado o recado.

EDUCAR COM ESPERANÇA

Fonte: Blog da Rosely Sayão

"Mãe, posso ir até a casa do Paulinho? Ele me chamou para jogar bola até a hora do jantar", pediu o garoto de quase dez anos. O amigo morava em frente à sua casa, e a mãe autorizou por telefone, não sem antes dar ao filho as orientações que julgou necessárias. Essa mãe agiu de modo sensato e responsável nas duas atitudes que tomou.

Ao permitir que o filho saísse de casa sozinho, mesmo para um curto trajeto nessa idade, ela o incentivava a se apropriar do espaço público e a construir autonomia para ir e vir dos lugares. Ao passar as orientações, ela realizou a tutela necessária, já que criança e adolescente ainda não costumam planejar suas ações nem tomar determinados cuidados, a não ser quando alertados. A mãe ajudou o filho, portanto, a aprender a se cuidar e a administrar a autonomia que ela o estava ajudando a construir para ver como ele responderia. Essa é a atitude mais educativa: passar responsabilidades e aguardar para ver como a criança reage.

"Não atravesse a rua fora da faixa de pedestre, não corra, não se desvie do caminho e não volte para casa depois do horário", foram as instruções da mãe antes que ele desligasse o telefone e saísse de casa -provavelmente correndo.

Ao determinar o modo como o filho deveria agir, a mãe foi cuidadosa porque forneceu ao garoto pontos de referência. Com as ordens, ela mostrou que ele deveria prestar atenção para realizar o trajeto com segurança; ao dar um limite para seu retorno, ela o responsabilizou por gerir seu tempo. Isso é educar para a construção de autonomia: ensinar o filho a se autogovernar, tutelando o necessário enquanto ele precisa.

O problema foi a forma como ela passou as orientações: partiu sempre do negativo. Esse é um cacoete comum em educação: pais e professores têm o mau costume de quase sempre considerar primeiro os erros que os mais novos podem cometer. Por que temos sempre de começar pelos problemas, pelos limites, pelos equívocos e pela ameaça de punição quando educamos? Podemos começar pela crença de que a criança procure acertar e descubra o espaço que tem para experimentar e encontrar soluções. A atitude otimista, aliás, é a única possível para quem educa.

Essa mãe poderia ter dito a mesma coisa pelo positivo: "Atravesse a rua na faixa, vá andando sempre rumo à casa do Paulinho e volte no horário combinado". Qual a diferença entre as duas formas?

A forma usada pela mãe sinaliza o que ela imaginou que o filho pudesse fazer, não é? Quando se diz a uma criança "não faça" é porque se credita a ela a vontade de fazer. Se não considero tal hipótese, qual o motivo para apontar o negativo? Acontece que nem sempre a criança apresenta a vontade que se imagina, mas, a partir do momento em que alguém aponta que ela possa ter, há grandes chances de ela realmente ter. Por isso é que o proibido é tão tentador.

Uma leitora contou que a filha, de quase dois anos, estava descobrindo a casa até que chegou à estante do pai, para quem os livros são muito importantes. Como as prateleiras chegavam até o chão, logo a menina quis pegar os livros. A mãe ajudou, explicou como manusear e finalizou dizendo: Só não pode rasgar. Pronto: logo depois, lá estava ela rasgando livros. Talvez a mãe não precisasse dar a deixa: poderia apenas ter ensinado os cuidados e, caso a filha rasgasse algum por acaso, aí sim poderia dizer que isso era algo a ser evitado.

Que tal passarmos a assinalar mais as possibilidades do que os limites quando educamos? Tal atitude demonstraria mais esperança em relação aos mais novos e talvez isso seja algo precioso para que eles percebam sua potência.

CASTIGO E IMPUNIDADE

Fonte: Blog da Rosely Sayão

Que consideramos a impunidade um grande mal é fato; que creditamos a ela uma boa parte dos problemas de violência, também. Pensando nisso, como os pais ensinam aos filhos que seus atos produzem conseqüências?

Uma educadora me contou um fato interessante: um aluno cometeu uma transgressão e recebeu uma penalidade. No dia seguinte, o pai foi solicitar uma conversa com a orientadora. Quando isso ocorre, os educadores sabem o que esperar porque muitos pais não aceitam que o filho arque com as conseqüências de seus atos no espaço escolar ou não concordam com a sanção, que costumam achar severa demais.

Pois, para o espanto dessa educadora, o que o pai queria era manifestar apoio à atitude da escola para que o filho tivesse a oportunidade de aprender que os atos têm conseqüências. Vale dizer que o pai estava bastante sensibilizado com o tema por causa das notícias sobre comportamentos violentos praticados por jovens. Este é, portanto, um bom momento para refletir sobre o castigo.

De largada, vamos pensar a respeito do castigo corporal, amplamente usado por pais de todas as classes sociais. Ele costuma parecer eficaz porque produz efeitos imediatos, ou seja, o filho deixa de fazer o que não deve ou faz o que deve rapidamente. Mas tal efeito é efêmero, como os próprios pais podem constatar. Além disso, o castigo físico tem mais a ver com o humor dos pais ou com seu descontrole do que com o comportamento do filho. De qualquer forma, um castigo corporal é uma violência física contra os mais novos e, portanto, não pode ser educativo.

As punições exageradas e as que são aplicadas e não honradas pelos pais também ocorrem com muita freqüência. Um garoto que não fez a lição de casa antes de a mãe voltar do trabalho não pode assistir a seu programa de TV favorito por três dias. Muita coisa, não? Uma adolescente que não cumpriu o horário de retorno de uma festa foi proibida de ir à próxima, mas tanto reclamou e fez cara feia que ganhou dos pais a permissão.

Afinal, o castigo deve ser usado na educação e funciona? A resposta é sim para as duas perguntas. O castigo consistente pode ser uma boa estratégia para fazer frente às transgressões cometidas pelos filhos e para responsabilizá-los pelo que fazem. Para isso, é preciso que os pais, antes de aplicar uma punição, tenham uma atitude educativa firme e coerente.

Castigo em criança pequena não faz muito sentido. A contenção -que já é uma sanção- usada para que o filho deixe de fazer algo que não deve e a tutela constante para que faça o que deve já são atitudes suficientes. Colocar a criança pequena para "pensar" não se sustenta, já que ela nem sequer tem autonomia para tanto. Os pais de filhos nessa idade devem ter muita paciência e disponibilidade: não podem ficar bravos sempre que eles não se comportam de acordo com as normas nem podem achar graça nisso.

Para os maiores de seis anos, o castigo é educativo desde que precedido de regras claras e justificadas. A repetição das orientações, independentemente de elas serem ou não seguidas, não revela autoridade. E é bom lembrar que o castigo aponta sempre o que não deve ser feito. Por isso, é insuficiente como estratégia educativa, já que queremos que os mais novos aprendam o que deve ser feito, o que é bom, o que é certo.

Tanto as atitudes educativas quanto a aplicação de castigos exigem que os pais usem bem a autoridade e as palavras dirigidas aos filhos, conversem praticando o olho-no-olho, escutem os filhos de maneira interessada e sejam coerentes.

ORAÇÃO PARA NOSSOS FILHOS DO CORAÇÃO

Resolvi presentear a todos os pais, que assim como eu, buscam em Deus a força e a fé para criar os seus filhos. Vamos orar, vamos agradecer por nossos pequenos.....

SENHOR,

Obrigado pela missão que me conferiste
Obrigado pela vida que gerou
Foi outro ventre, mas foi algo sagrado
Teve dor, teve sofrimento
Mas hoje tem luz

Obrigado Senhor por meu filho
Obrigado Senhor por seu olhar, por seu sorriso, por seu choro
Obrigado Senhor pelas lutas, pelos momentos de dificuldade
É para nossos filhos que será também o Reino dos Céus
Obrigado meu Pai, por ser Pai
Por ser Mãe
Por ser amigo, confidente
Obrigado Senhor pela confiança que me depositaste
Pela fé que me ensina a ter todos os dias
Por acreditar que nossa história é além desta terra, deste mundo
Nosso laço é eterno, é para sempre

Obrigado Senhor pelo mistério da vida
Pela sabedoria do nascer, do morrer
Senhor, o que me destes é sagrado
Me presenteou com a vida
Me brindou com uma nova história
Me fizestes pai para conduzir uma vida
Me fizestes um ser completo para construir um novo cidadão

Abençoe a todos nós
Dê a outros órfãos a chance de dizer PAI E MÃE
Dê perdão e conforto a quem não criou
Dê força e fé a quem se separou do laço biológico, a irmãos que se afastaram, a quem ficou em abrigos, a quem morreu, a quem renasceu no espírito. Ao Espírito Santo que abençoa e protege a todos e a todas.

Senhor, que seja digna toda a nossa trajetória
Que seja bênção o nosso futuro
Que o amanhã deste país seja melhor
Porque Senhor, nos oportunizaste construir o melhor
Senhor, olhe por nossos filhos. Os guarde, os proteja, os ilumine

Amém.....

quinta-feira, 26 de julho de 2007

ENTREVISTA: HISTÓRIAS DE AMOR, ADOÇÃO E GRATIDÃO EM LIVRO


Uma história de amor incondicional que chegará às bancas. Ainda está sem prazo de lançamento, mas para o gestor em Vendas Paulo Roberto Flores Castello Branco de Freitas, 30 anos, carioca de nascimento e morador de Florianópolis, Santa Catarina, falar sobre adoção é falar também de gratidão, de vida. E não só a sua história será contada, mas sim também outros relatos de filhos adotivos. PAIS ADOTIVOS SA entrevistou Paulo Roberto Freitas e apresenta mais sobre uma história de vida, de fé e de orgulho. Orgulho em ter uma família, orgulho em ser brasileiro e orgulho em militar favorável à adoção e ao final feliz de inúmeras histórias que povoam abrigos pelo país afora:

Pais Adotivos SA: O que a palavra adoção significa para você?Paulo Roberto Freitas: Adoção deve significar amor incondicional.

Pais Adotivos SA: Como foi a tua história de adoção?Freitas: Fui adotado com dois meses de idade no Rio de Janeiro, no lar Fabiano de Cristo. Meus pais podiam ter filhos biológicos, mas optaram pela adoção. Desde que me conheço por gente já sabia que era filho por adoção e sempre encarei isso de forma, segura, natural e com muito orgulho. Como sou negro e meus pais brancos, muitas vezes tive que estufar o peito para justificar nossa diferença física que é evidente. Situação esta que nos leva a situações pitorescas em nossa sociedade preconceituosa, como por exemplo, quando me despeço de meu pai com um beijo no rosto. As pessoas em volta olham assustadas como se dissessem: Olha só o coroa pegando o negão mais novo ! Meus pais tiveram muita habilidade para abordar o tema desde criança, de forma que cresci de forma saudável, sem traumas e com muito orgulho, sempre me achando especial em relação aos demais.

Pais Adotivos SA: Você também tem outros irmãos adotivos.. como se deu a chegada deles em tua família, o que levou teus pais a também adotarem mais filhos? Eles te prepararam para esta chegada?

Freitas: Tenho mais dois irmãos adotivos. Minha irmã chegou quando eu tinha 3 anos e meus pais me prepararam bem, fazendo com que eu a desejasse antes mesmo edla chegar. Com meu irmão – dez anos mais novo – foi a mesma coisa, só que no caso dele eu pedi que o adotassem.

Pais Adotivos SA: Você conhece sua família biológica, mantém contato com eles?

Freitas: Não conheço minha “família” biológica e nunca tive uma curiosidade. Oro para que eles estejam bem e não sofram pela minha ausência, até porque a atitude deles me levou a ter a família maravilhosa que tenho hoje.

Pais Adotivos SA: Você aprendeu a os perdoar. O que a palavra perdão diz a ti?

Freitas: Não tive que perdoar ninguém. Mas o perdão é um ato de nobreza mesmo.

Pais Adotivos SA: A iniciativa de escrever um livro partiu do desejo de compartilhar a tua própria história ou foi de dar vazão e conhecimento de outras histórias?

Freitas: O livro é um apanhado de depoimentos dos filhos adotivos. Sempre que se fala em adoção, as pessoas recorrem sempre aos pais e “especialistas”no assuntos – os estudiodos. Não entendo o motivo pelo qual os filhos adotivos não aparecem nos livros, nas matérias publicadas...

Pais Adotivos SA: Você sente que o tema Adoção ainda é pouco abordado em nossa sociedade? Ainda é tratado de forma superficial, onde a adoção é vista como um ato de caridade?

Freitas: A adoção é abordada de forma superficial e vista como uma atitude de caridade. Inclusive muitos pais adotivos, ficam esperando uma espécie de reconhecimento por terem adotado e isso é errado. Qualquer problema que se dá com uma criança que foi adotada, logo apontam: coitadinho, ele faz isso porque foi a dotado, deve ser algum trauma. Esquecem que problemas educacionais, relativos até mesmo à fasse de crescimento, adolescência são inerentes a todos os jovens.

Pais Adotivos SA: Você tem filhos? Pretende ter filhos adotivos?

Freitas: Ter filhos é um sonho que ainda não realizei. Pretendo adotar.

Pais Adotivos SA: Adotaria um bebê ou uma criança maior? Tens preferência por sexo, cor...

Freitas: Adotaria , sem problemas. As pessoas acreditam que adotando um filho recém –nascido, estão adotando alguém “0 km”, sem passado. As maiores acabam ficando para trás. E aí fica a pergunta: quando namoramos alguém ou casamos, essas pessoas não tem um histórico de vida? E mesmo assim não acabamos nos apaixonando por ela? Acredito que seja mais ou menos por aí... Mas cabe ressaltar que não somos uma ciência exata, não há como rotular ou conceituar tudo.

Pais Adotivos SA: Você deseja que seu livro seja mais um instrumento de conscientização e formação em torno da adoção?

Freitas: O livro funcionará como um pouco de voz dos filhos por adoção, mostrando que não somos melhores, nem piores, apenas filhos. Mostrar a trajetória de pessoas adultas, que vivenciaram vários enredos, desde contos de fada até coisas absurdas.

Pais Adotivos SA: O que se deve promover para incentivar a discussão em torno do tema adoção, e, conseqüentemente, mobilizar mais casais (ou não) para adotar?

Freitas: Acho que devemos ter mais discussões e debates sobre o tema. Inclusive, o incentivo à adoção deve ser tratado com muito cuidado pois o foco e a proteção deve visar O FILHO e não os pais. Tem muito casal que procura o processo de adoção para estancar problemas de relacionamento.

Pais Adotivos SA: Você participa de algum Grupo de Apoio à Adoção? Como avalia este tipo de atividade?

Freitas: Participo do GEAAF (Grupo de Estudo e Apoio a Adoção de Florianópolis). Como o próprio nome sugere, promovemos discussões e orientações aos pais que desejam adotar, tendo o respaldo de profissionais capacitados e de famílias que vivenciam o assunto.

Pais Adotivos SA: Que mensagem gostaria de deixar a todos aqueles que forem se candidatar a adoção? Quando teu livro irá chegar as bancas?

Freitas: A mensagem que deixo é de que as pessoas que tiverem o anseio de adotar, façam isso de coração aberto, visando sempre a criança, sem a espera por recompensas ou reconhecimento. Acredito que a recompensa real é o amor sincero que terão de seus filhos.O livro ainda não tem uma data para ir às bancas, mas espero que em breve esteja à disposição da sociedade.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

CECIF PROMOVE CURSO TRABALHO COM ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI

O CeCIF está com inscrições abertas para o curso O Trabalho com Adolescentes em Conflito com a Lei. O curso é voltado para atender a demanda de assistentes sociais, psicólogos de programas de medidas sócio-educativas para adolescentes em conflito com a lei, psicólogos de prefeituras, programas e projetos sociais, estudantes de Serviço Social e Psicologia e interessados no assunto. Os módulos a serem oferecidos são direcionados aos seguintes temas: o profissional perante os desafios do sistema, a criança e o adolescente, a construção dos papéis culturais, álcool e drogas na adolescência, legislação, medidas previstas no ECA, o papel da família na formação do adolescente, ferramentas de intervenção nesse contexto.

Os principais conteúdos irão tratar da Vulnerabilidade e resiliência do profissional; Processos de desenvolvimento do adolescente; relacionamentos; aspectos biopsicossociais. A construção das masculinidades; a influência do meio;ausência de autoridade paterna.O que leva uma pessoa do uso à dependência das drogas; A construção dos direitos da criança e do adolescentes no Brasil; legislação pertinente; SINASE. Medidas protetivas e medidas sócio-educativas; reincidência; Como trabalhar a família em conflito com a lei; fatores de risco e prevenção; fortalecimento dos vínculos familiares; construção da rede social.

As aulas serão ministradas aos sábados, nas seguintes datas: 25/8 - 15/9 - 6/10 - 1/12 - 2007, no horário das 8:30 às 17:30 horas. O valor da inscrição é de R$ 260,00 por aluno e inclui apostila e certificado. A ficha de inscrição e comprovante de depósito pelo e-mail cursos@cecif.org.br. Os telefones para contato são 0.xx. 11 5081. 5203 ou 5081.5284. O CeCIF fica na Rua Manoel de Paiva, 226, Vila Mariana, próximo ao Metro Ana Rosa, São Paulo/SP.

CRIANÇAS ADOTADAS POR CASAIS ALEMÃES VOLTAM ÀS SUAS ORIGENS NO MATO GROSSO

Fonte: Jornal A Notícia, Cuiabá, MT

Mara nasceu em Várzea Grande, em 10 de julho de 1993. Recém nascida, foi abandonada pela mãe, que não tinha condições financeiras para alimentá-la. Hoje, aos 14 anos, faz apresentações de piano, que toca desde os cinco. Fala inglês, francês e alemão. Inteligente e com um discurso bem articulado, diz que vai estudar biologia marinha, mas que sempre será cidadã do mundo. Mara e seu irmão Dário, 11 anos, também várzea-grandense e de origem muito pobre, mas filho de pais biológicos diferentes, vivem hoje na Alemanha. São um exemplo de adoção internacional bem sucedida. Estão no Brasil há três meses com a mãe adotiva Myrian Zóller para conhecer suas origens e aprender português. "Aqui não me sinto turista. Este é o meu país e esta terra, estas pessoas, fazem parte da minha história", comenta a adolescente , que ora fala em inglês, ora em alemão.

A história comum de Mara e Dário começou muito antes do seu nascimento, no início da década de 90, quando a professora universitária de origem sueca mas radicada na Alemanha, Myrian Zóller, decidiu adotar crianças brasileiras. Myrian tinha uma amiga que passava seis meses por ano em Cuiabá. Essa amiga a colocou em contato com uma advogada, que tratou das questões legais relativas à adoção. "Na ocasião das duas adoções Myrian passou quatro meses aqui em Cuiabá, respeitou todos os prazos do período de convivência com os recém-nascidos, obedeceu todos os procedimentos legais que uma adoção exige", observou a advogada Leila Francisca.

Depois da experiência bem sucedida em 1996, quando adotou Mara, Myrian e seu marido voltaram a Várzea Grande para adotar outra criança, quando seus destinos cruzaram com o pequeno Dário. "Eu queria que a Mara tivesse alguém em sua família para compartilhar sua experiência de vida. Alguém que a compreendesse melhor que todos nós, alguém que tivesse uma história e emoções semelhantes para dividir", explicou a mãe adotiva.

Mara e Dário cresceram sabendo que eram filhos adotivos e que sua origem era brasileira. Ainda crianças, ouviam da mãe adotiva que eles fariam uma longa viagem às suas origens assim que tivessem maturidade para compreender tamanha diferença cultural. Segundo Myrian, Mara e Dário aguardavam com muitas expectativas o reencontro com o Brasil. Na quarta-feira 22, eles visitaram um abrigo público (orfanato) para crianças em Cuiabá. Ao todo, Mara e Dário vão passar cinco meses no Brasil, entre Mato Grosso e Rio de Janeiro, onde estão freqüentando uma escola para crianças alemãs.

Ao contrário do irmão, Mara já consegue articular algumas frases em português. O largo sorriso, os gestos amplos e o jeito de morena brejeira denunciam se tratar de uma típica brasileira, apesar do sotaque alemão. "Eu quero muito falar português, mas é muito difícil", desculpa-se em português, ao lado de Dário, que pergunta à mãe do que sua irmã está falando.

Mara explica que na escola que freqüenta, na cidade de Karlsruhe, são raras as crianças adotadas. A excepcionalidade leva os colegas a questionar sobre seus pais biológicos, o que não causa nenhum desconforto à adolescente devido à postura de seus pais adotivos, que sempre falaram a verdade sobre a origem dos filhos. "Eu tive muita sorte, minha história é muito feliz. Minha história é especial e não tenho problemas em dividir isso com as pessoas", ressalta.

Adotar é legal

A alemã Myrian Zóller e seus dois filhos adotivos fizeram uma visita à Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), organismo da Corregedoria Geral da Justiça/Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A Ceja lançou em maio passado o programa Adotar é Legal, que prevê ações permanentes de incentivo à adoção por vias legais. O Adotar é Legal também engloba uma série de projetos inéditos em Mato Grosso, voltados para a adoção. Um deles, as Casas Lares, visa abrigar crianças e adolescentes disponíveis para adoção em estabelecimentos públicos com as mesmas características de uma moradia familiar. Este projeto já funciona de forma bem sucedida em estados do Sul e Sudeste do país. Consiste na construção de casas onde as "mães" sociais (casal) são servidores do Estado que cuidam dos adolescentes. Menores nesta faixa etária tem mais dificuldade de encontrar pais adotivos.

O Adotar é Legal também implantou o Pré-natal da Adoção, através do qual os pretendentes a pais adotivos recebem assistência jurídica, psicológica e social. Mato Grosso também aderiu ao Infoadote, que consiste em um cadastro nacional de crianças aptas à adoção, separado por cidades de origem. Outro projeto é o incentivo ao Apadrinhamento, que é voltado especialmente para crianças com deficiências mental ou física. Carentes de mais cuidados e atenção, estas crianças nem sempre são aceitas à adoção.

Existem em Mato Grosso 195 pais pretendentes à adoção e 24 crianças e adolescentes disponíveis para esse fim. Há ainda 1.198 processos de adoção em andamento e outras 2.056 crianças e adolescentes em processos de guarda (geralmente com familiares). Correm nas Varas da Infância e Juventude 847 processos de destituição de poder familiar e 235 pedidos de habilitação para a adoção (dados de maio/2007). A área da Infância e Juventude, ao lado do Sistema Prisional, foi eleita como prioridade da gestão 2007/2009 do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e da Corregedoria Geral da Justiça.

PROJETO PROMOVE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE NO ABC PAULISTA

Por Angela Martins - Repórter Diário, Santo André, SP

Para Maria Aparecida, certidão de nascimento da filha Karen é uma vitória O programa de reconhecimento de paternidade criado pelo governo do Estado chegou ao ABC. O Paternidade Responsável pretende ajudar 350 mil alunos matriculados na rede estadual de ensino de todo o Estado, que não possuem o nome do pai no documento de identidade. Em outubro do ano passado, foi realizado um projeto piloto em duas escolas da zona leste de São Paulo. Agora, o programa está sendo estendido para todo o Estado, inclusive para as cidades da região.

O Paternidade Responsável é desenvolvido pela Corregedoria do Tribunal de Justiça, em parceria com a Secretaria Estadual da Educação, o Tribunal de Justiça de São Paulo, a Defensoria Pública do Estado e a Arpen (Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais). Os órgãos ainda criaram o Dia Estadual da Paternidade Responsável (5 de agosto), no domingo anterior ao Dia dos Pais, para promover o projeto com a realização de uma audiência pública.A campanha teve início em 2006, com o levantamento do número de crianças da rede estadual de ensino sem o registro do pai.

Em outubro foram convidadas 260 mães de escolas da zona leste de São Paulo para participar e fornecer o nome do suposto pai da criança para que fosse notificado posteriormente", conta Flávio Pereira de Araújo, oficial do 2º Sub-Distrito de Santo André e diretor da Arpen. Em dezembro, foram atendidos 76 casos nessas duas regiões, com 36 reconhecimentos espontâneos (quando o pai reconhece a paternidade na audiência). O restante foi encaminhado para Defensoria Pública para investigação de paternidade e pedidos de realização de exames de DNA."Devido ao sucesso da iniciativa, ampliamos o projeto para todo o Estado", afirma Araújo. Segundo ele, as escolas enviaram o número de crianças sem o registro do pai que existiam em seus quadros e as mães foram chamadas para indicar o suposto pai.

Os cartórios de cada comarca estão intimando as pessoas apontadas para comparecerem em audiências públicas marcadas para 5 de agosto. Na oportunidade, os pais poderão manifestar o interesse de assumir a paternidade ou, em caso de dúvida, ser encaminhado um exame de DNA para comprovação. "Caso não haja consenso, um processo judicial será instaurado pela Justiça", explica Araújo.Vale lembrar que a mãe não é obrigada a informar o nome do suposto pai da criança quando convocada pela escola em que o filho está matriculado. Em Santo André, o levantamento da Secretaria Estadual da Educação apontou 1.005 crianças sem registro paterno, sendo que 40% apontaram o nome do suposto pai para a audiência pública.

Na cidade de Mauá, cerca de 710 mães receberam o comunicado e apenas 74 se dispuseram a participar do programa. Diadema notificou 140 mulheres e 44 indicaram o suposto pai. As cidades de São Bernardo, São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra ainda não enviaram os dados para a Arpen.

Conscientização

A iniciativa é uma forma de conscientizar a população sobre a Lei Federal 8.560/92, que obriga o pai a registrar o filho. "O projeto não é restrito a estudantes e se estende a todas as pessoas, inclusive maiores de 18 anos, que não possuem o registro do pai e querem regularizar a situação. Basta procurar o cartório de sua cidade e manifestar interesse", afirma Araújo.São Bernardo já resolveu 1,2 mil casos em projeto semelhante. Com projeto semelhante ao estadual, a cidade de São Bernardo já resolveu 1,2 mil casos de reconhecimento de paternidade e possui cerca de 200 processos em andamento. O trabalho, que completa um ano em agosto, é considerado um sucesso pela prefeitura. No caso de São Bernardo, além do levantamento realizado nas escolas, existe a participação da Secretaria de Saúde, que alerta as mães nos hospitais públicos sobre a importância do registro do pai."Esse é um trabalho que deve ser feito com muita calma e tranqüilidade, já que a questão principal é a conscientização dos pais. Muitas vezes, a mãe não sabe dos direitos do filho", diz o secretário de Educação e Cultura de São Bernardo, Admir Ferro.

Em 2005, um levantamento feito na rede municipal de ensino constatou que 6 mil crianças não possuíam o registro paterno. Outras 6 mil crianças pertenciam à rede estadual e estimativas indicavam que cerca de 3 mil estavam em escolas particulares. O trabalho envolve as secretarias municipais de Educação, Saúde, o Ministério Público de São Paulo, a Promotoria de Justiça Cível de São Bernardo, Faculdade de Direito de São Bernardo, Fundação Criança, Coordenação de Ações Comunitárias, Secretaria de Estado da Educação e Diretoria de Ensino. As mães são chamadas nas escolas e questionadas se desejam fornecer o nome do suposto pai.

Caso concordem, a Faculdade de Direito faz a intermediação."A maioria dos pais convocados pedem o exame de DNA para assumir a criança", informa o diretor da Faculdade de Direito de São Bernardo, Luiz Antônio Pimenta Araújo. De acordo com ele, de cada 100 casos de reconhecimento de paternidade, 73 terminam com acordo entre as partes. Somente em 2007, a Assistência Jurídica gratuita da Faculdade atendeu 642 casos. Em média, o tempo de resolução das ações para que as partes entrem em acordo é de um mês. Nos casos em que um processo judicial é instaurado, a ação pode durar mais de um ano. A Assistência Jurídica da Faculdade de Direito atende na rua Barentz, 29, Jardim do Mar, e na unidade do Poupatempo São Bernardo, na avenida Nicolau Filizola, 100, Centro. Mais informações pelos telefones 4121-7031 e 4121-7508.

Responsabilidade

Aos 30 anos, Aldelson dos Santos já é pai de sete filhos. Mas até meados do ano passado, apenas três deles tinham seu nome na Certidão de Nascimento. A decisão de assumir legalmente a paternidade das outras quatro crianças veio após descobrir o programa de reconhecimento da prefeitura de São Bernardo."Eu passei um tempo na cadeia e isso fez com que reavaliasse minha vida. Pensei nas minhas filhas, na hora em que elas procurassem um emprego, fossem se casar. Os registros não iriam mostrar o nome do pai. Não poderia deixar que isso acontecesse", diz.

Reunir as mães das crianças, porém, foi a parte mais difícil do processo. "Quase apanhei na hora da audiência e duas delas não queriam que eu assumisse meus filhos. Mas no final, elas concordaram."Santos ainda buscou informações de uma filha que sabia que estava no estado do Espírito Santo. "A mãe tinha dado a menina para adoção e a criança vivia num abrigo. Eu não tinha condições de criá-la e pedi ajuda para minha família. Hoje é minha irmã quem cuida dela." Para ele, o projeto é uma forma de promover a cidadania. "Não dá para aconselhar ninguém se sua vida está enrolada. Antes eu era chamado de irresponsável, agora sou um homem que assume suas responsabilidades."

Pensão

Para a dona de casa Maria Aparecida Ribeiro, o nome do pai na Certidão de Nascimento de sua filha Karen é resultado de 16 anos de espera. "Minha filha nunca se queixou desse fato, mas eu sempre quis que ela tivesse o nome do pai no registro. Mas ele sempre esteve por perto e o processo foi muito tranqüilo", revela. A mudança, no entanto, será sentida no orçamento doméstico. "No próximo mês, minha filha começa a receber a pensão alimentícia. Isso vai ajudar bastante, já que ele apenas contribuía com material escolar e roupas."

JUIZ RETIRA TUTELA DE MÃE LÉSBICA NA ESPANHA

Por Robson Lima, Portal Terra

Esta semana um juiz da vara de família da Espanha, Fernando Ferrín Calamita, determinou a retirada de duas crianças de uma mãe lésbica sob alegação que o ambiente poderia influenciar na sexualidade das crianças, e determinou que a guarda fosse repassada para o pai biológico.Para a presidente da Associação dos Travestis de Campo Grande, Cris Estefani, “isso chega até ser retrogrado, um país tão desenvolvido cheio de preconceitos”. E comenta. “O Brasil neste ponto é até mais evoluído, veja o caso da cantora Cássia Eller, a justiça permitiu que a companheira ficasse com a guarda do filho da cantora”. E finaliza, “tomará o que o Brasil não siga esse pensamento, já eles servem de inspiração”.

A justiça brasileira não tem nada que defina, há casos existentes no Brasil em que dois casais homossexuais conseguiram adotar crianças. Para justiça o que prevalece é quem tem a melhor guarda, ou seja, melhores condições de criar uma criança. Duas entidades espanholas Federação de Mulheres Progressistas e Federação de Gays e Lésbicas, lançaram uma campanha contra a decisão do juiz onde pedem que o Conselho Geral do Poder Judicial se manifeste sobre o assunto. Para elas, a decisão de Calamita é inconstitucional e discriminatória, pois vai contra o artigo de lei do país, onde proíbe a discriminação por orientação sexual. Calaminta já é conhecido por deter nos anos 80 duas mulher que faziam top less na praia de Chiclana.

BEBÊ ABANDONADO EM PAULÍNIA, SP, GANHA NOVA FAMÍLIA

Por Fabiano Ormaneze e Daniela do Canto - Agência Anhangüera

Um final feliz começa a ser escrito na história do bebê que foi abandonado no último dia 5 em um bueiro na periferia de Paulínia. Desde segunda-feira, ele já está sob a guarda provisória de uma família, que já tinha manifestado interesse na adoção de uma criança antes de ele ser abandonado. "Agora bastam algumas semanas para que a guarda seja convertida em adoção" , explicou o 1º promotor de Justiça de Paulínia, Jorge Alberto Mamede Masseran.

O processo está amparado por segredo de justiça e a identidade do casal que está com o bebê não pode ser revelada. O bueiro, onde o recém-nascido foi encontrado ainda com o cordão umbilical, fica na Avenida José Louzano Araújo, no Parque Brasil 500, tem tampas de concreto e cerca de 1,20 metros de profundidade. O bebê estava nu, enrolado em um lençol. O choro dele foi ouvido por um ciclista que passava pelo local. Ele avisou um motorista, que entrou em contato com a Guarda Municipal (GM). Quando chegou ao Pronto Socorro, o bebê apresentava quadro de hipotermia (a temperatura corporal da criança era de 34ºC e o normal é 36ºC). Lá, ele foi levado imediatamente para um berço aquecido.

O caso comoveu a região. Em apenas dois dias, o serviço de assistência social do hospital recebeu ligações de cerca de 50 pessoas que se interessaram em adotar o bebê. No entanto, a decisão de que família teria a guarda da criança respeitou a fila de adoção da cidade, que tinha 26 casais. Pedro, como o bebê era chamado no hospital, permaneceu internado por 15 dias e teve alta na última sexta-feira, quando já pesava 3,155 quilos. A diretora técnica da Secretaria de Saúde de Paulínia, Claudete Aparecida Nogueira, explicou que o estado de saúde do bebê é ótimo e nenhuma alteração foi detectada nos exames realizados antes de ele deixar o hospital. Desde que foi encontrado, o bebê já ganhou 420 gramas. Ele permaneceu por dois dias no Abrigo Padre Antônio, em Paulínia, de onde seguiu para a família que o adotou.

Inquérito

Até a tarde desta terça-feira, a Polícia Civil não tinha nenhuma novidade em relação ao paradeiro da mulher que abandonou o recém-nascido. Ela deverá ser indiciada por tentativa de homicídio ou infanticídio. No dia seguinte em que o bebê foi encontrado, um porteiro, que ficou sabendo do caso pelos jornais, esteve na delegacia para dar a descrição de uma suspeita. Ele contou que passava de bicicleta pelo local quando viu uma mulher segurando um bebê, em cima do bueiro, de onde o recém-nascido foi resgatado. "Ela me parou e perguntou onde poderia pegar um ônibus para Campinas", contou. Depois disso, o ciclista entrou no matagal para urinar e, quando voltou, não viu mais a mulher.

Um retrato falado, feito a partir das descrições passadas por ele, aponta que a suspeita teria entre 1,60 e 1,65 metros de altura, entre 30 e 34 anos de idade e pesava entre 60 e 65 quilos. Ainda segundo as descrições, ela é parda e tem características de nordestina.

TERMINA AÇÃO DE ADOÇÃO QUE TRAMITA HÁ OITO ANOS NOS ESTADOS UNIDOS

Fonte: Consultor Jurídico

Após sete anos de batalha judicial, a mais longa da história dos Estados Unidos, um casal da China reconquistou a custódia legal de sua filha de 8 anos de idade. A decisão foi tomada pela Corte Juvenil de Memphis, que decidiu pela volta imediata de Anna Mae He para seus pais, Shaoqiang e Qin Luo He. As informações são do site Findlaw.

A ordem judicial tirou do casal Jerry e Louise, pais adotivos, a guarda temporária das crianças. Eles estavam com a menina desde que ela tinha um mês de idade. Já havia uma decisão da Suprema Corte do Estado do Tennessee garantindo a guarda aos pais biológicos. Mas a decisão definitiva estava condicionada a encontros semanais que a menina passou a fazer com os pais adotivos, com o acompanhamento de um advogado e um psicólogo do estado.

Os psicólogos nomeados pela Justiça americana ainda não decidiram se será saudável para a menina manter contato com os pais adotivos.

CEJA FAZ TREINAMENTO PARA ADOÇÃO EM CUIABÁ, MT

Por Catharina Lemos, Diário de Cuiabá, MT

A Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) realizou na tarde de ontem um treinamento com profissionais do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM). O encontro faz parte da campanha “Adotar é Legal” e tem como objetivo buscar parcerias na área de saúde. Os profissionais receberam orientações de como proceder no caso de uma possível adoção. “Geralmente as primeiras pessoas procuradas para dar informações sobre o processo são os profissionais da saúde, e a maioria não tem esse conhecimento. Com a capacitação eles já podem orientar sobre os trâmites legais e de como proceder em cada caso”, disse a Lindacir Rocha Bernadon, secretária geral da comissão.

Os próximos encontros serão hoje (25/07) no Hospital Santa Helena e amanhã no Geral, todos no período da tarde. “O primeiro contato da mãe com a criança é através desses profissionais. Por isso temos certeza de que eles podem se tornar grandes parceiros nessa campanha”, disse Lindacir. Os profissionais que participam dos treinamentos são os que lidam diretamente com a questão, como assistentes sociais, enfermeiros, pediatras, atendentes que expedem certidões de nascido vivo e funcionários do berçário. A campanha “Adotar é Legal” realiza todo mês ações visando conscientizar a sociedade para a cultura da adoção. “A próxima ação será nas escolas. Conscientizando e ajudando na relação do filho adotivo com os professores”, disse.

As pessoas que pretendem adotar devem se cadastrar no Juizado de Infância e Juventude. Segundo Lindacir, geralmente os pretendes já vão realizar o cadastro trazendo o perfil com as características da criança já pré-selecionadas, e isso torna o processo mais lento. “Pessoas que chegam com muitas exigências acabam tendo uma adoção muito demorada, diferente das pessoas que são indiferentes com essas questões”, disse. Outro elemento discutido pela Ceja é a importância da criança e do adolescente serem reconhecidos pelo pai. “Procuramos estimular o reconhecimento de paternidade, seja voluntária ou por DNA. Fizemos um levantamento que só na região do Coxipó existe mais de duas mil crianças e adolescentes sem o nome do pai. No encontro nas escolas também vamos buscar essas crianças e tentar regularizar a situação. Isso é um direito delas”, disse a secretária.

O telefone do Ceja é 65 3617-3121.

RIO DE JANEIRO GANHA MAIS UM GRUPO DE APOIO À ADOÇÃO

O Rio de Janeiro ganha mais um grupo de apoio à adoção. É o Grupo de Apoio "Rosa da Adoção". A primeira reunião do grupo acontece na próxima terça-feira, 3 de agosto, a partir das 18h, no salão do Centro Pastoral da Igreja Santa Rosa de Lima, que fica localizado à Rua Jornalista Ricardo Marinho, 301, Parque das Rosas, Barra da Tijuca, RJ. Não deixem de participar, principalmente se você está no Rio de Janeiro, mais especificamente na zona oeste da cidade.

VEM AÍ O SEGUNDO ENCONTRO DE FILHOS ADOTIVOS DO RIO GRANDE DO SUL

Acontece no próximo dia 5 de agosto, domingo, na Sede Social do Serviço Social do Comércio (SESC) em Porto Alegre, o Segundo Encontro de Filhos Adotivos do Rio Grande do Sul. O evento é uma promoção do site Filhos Adotivos do Brasil e as presenças devem ser confirmadas até o próximo dia 2 de agosto pelo fone 51 8415.5225. Saiba como foi a realização do primeiro encontro e mais sobre a proposta, acessando o site www.filhosadotivosdobrasil.com.br

REPRESENTANTE DA UNICEF CRITICA EXCLUSÃO SOCIAL DE CRIANÇAS QUILOMBOLAS E NEGRAS

Fonte: Agência Brasil

A representante do Unicef - Fundo das Nações Unidas para a Infância no Brasil, Marie Pierre Poirier, criticou recentemente a exclusão de crianças quilombolas e negras das políticas públicas implementadas no país. Na abertura do 1º Encontro Nacional de Crianças e Adolescentes Quilombolas, no Palácio do Planalto, ela incentivou meninos e meninas das comunidades quilombolas a apresentar propostas e reivindicações objetivas para o governo.“Os meninos e meninas que vivem nas comunidades tradicionais ainda não fazem parte da agenda das políticas dos governos e da sociedade civil”, disse Marie Pierre Poirier. “O Brasil desconhece o número de crianças e adolescentes quilombolas. Essas crianças não podem mais continuar invisíveis, aos olhos da sociedade.”Francesa, a representante da Unicef já trabalhou em Moçambique.

Com base em sua experiência na África, ela destacou os projetos brasileiros criativos na área social, mas reafirmou o espanto com as “enormes desigualdades” existentes no Brasil.“Ainda em pleno século 21, em um país com tão grande potencial, nascer branco ou negro ou indígena continua determinado as oportunidades que as pessoas têm de ter acesso ao trabalho, à saúde, à educação, à proteção contra os abusos e violações de direitos.”Para Marie Pierre Poirier, quando o assunto é violência e exploração contra adolescentes, os dados são “assustadores”. Segundo ela, um estudo feito em São Luiz, no Maranhão, mostra que mais da metade das trabalhadores domésticas são meninas negras quilombolas que saíram de suas comunidades antes de terminar os estudos para trabalhar na cidade.

Na avaliação da representante da Unicef, também é grave que muitas crianças quilombolas com menos de um ano morram antes de obter a certidão de nascimento. De acordo com ela “não pode ser coincidência” que, das 800 mil crianças brasileiras de 7 a 14 anos que estão fora da escola, 500 mil sejam negras.“Nas comunidades tradicionais, essa exclusão escolar se estende até a criança e o jovem se tornarem adultos. O racismo e a discriminação continuam ao longo da vida escolar."Para Marie Pierre Poirier, o 1º Encontro Nacional de Crianças e Adolescentes Quilombolas foi uma oportunidade importante para discutir formas de como melhorar a saúde, educação, cultura e garantir o respeito às identidades dos meninos e meninas que vivem nos quilombos.

"Vamos fazer juntos propostas de políticas mais eficientes de saúde, para que as mulheres e mães quilombolas sejam tratadas com dignidade e respeito, tenham acesso a serviços de qualidade de pré-natal para que seus bebês nasçam fortes e cresçam com saúde e segurança", sugeriu a representante da Unicef."Vamos também propor idéias sobre como nos prevenir do HIV/AIDS que afeta mais as mulheres negras e mais jovens, tanto nas áreas urbanas quanto rurais. Vamos apresentar idéias sobre como incentivar nossa cultura popular, valorizar as práticas religiosas das comunidades quilombolas. E vamos também fazer recomendações para pôr fim ao racismo e à discriminação."

FUNCIONÁRIAS DE MATERNIDADE DE TERESINA, PI, SERÃO OUVIDAS PELA JUSTIÇA

O promotor da 1ª Vara da Infância e Juventude de Teresina, Piauí, Ruszel Lima Verde, ajuizou nesta quarta-feira(25), uma ação de busca e apreensão para encontrar o bebê, supostamente vendido por funcionárias da Maternidade Evangelina Rosa, no início deste mês, a um casal de Catolé do Rocha, no Estado da Paraíba. Segundo o promotor, a 1ª Vara entrará em contato com o Serviço Social da Paraíba, para tentar identificar o casal e a criança. Ruzvel Lima Verde disse que as três funcionárias serão ouvidas pela promotoria na próxima sexta-feira(27), para detectar o grau de envolvimento de cada uma no fato. A venda de crianças em instituições públicas, sem que seja feita uma adoção legal, foi condenada pelo promotor Ruzvel Lima Verde. A documentação do caso será encaminhada à Delegacia do Menor, para seja investigada a esfera criminal, já que pela promotoria a questão é cível.

TRAGÉDIA VÔO 3054: MENINA PERDE MÃE ADOTIVA NO ACIDENTE DA TAM

Fonte: Aquidauana News, Aquidauana, MS

Suelen é uma menina brasileira de 9 anos. Ela foi abandonada por seus pais biológicos quanto tinha 1 ano e desde então vive em um centro de menores das Aldeias Infantis SOS, localizado em Santa Maria, cidade a 300 km de Porto Alegre. É lá que começa esta história de final infeliz. Leila Maria Oliveira dos Santos conheceu Suelen no centro de menores, onde trabalhava como voluntária enquanto estudava pedagogia.

Os companheiros de Leila contam que a estudante se encantou com Suelen desde a primeira vez que viu a menininha, de pele bronzeada e cabelos lisos. A menina abandonada despertou o instinto maternal da jovem a ponto de convencê-la a tentar uma adoção, processo cujos trâmites legais ela havia iniciado há dois anos. Esta semana, Leila tinha marcada a última entrevista do processo de adoção, que faria dela a mãe de Suelen, para fins jurídicos. A moça não poderá comparecer a essa audiência, porque era um dos 187 ocupantes do avião da TAM que caiu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 17.

Era a primeira vez que Leila viajava de avião. A relação interrompida entre as futuras mãe e filha foi relatada pelo jornal Folha de S.Paulo, que está estudando a vida dos passageiros da catástrofe brasileira a fim de tirá-los do anonimato que freqüentemente cabe às vítimas dos desastres aéreos. Em companhia de Leila, que tinha 35 anos, morreram outras três pessoas ligadas às Aldeias Infantis SOS, que estavam viajando de Porto Alegre a São Paulo participar de um encontro dessa ONG especializada em menores.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, a lei brasileira permite a adoção pós-morte, quando a pessoa que morreu tenha dado provas convincentes, durante a vida, de que desejava se encarregar do menor. No caso de Leila, isso foi mais que demonstrado. Além disso, em termos legais, ela já estava na fase de "adaptação" à menina, graças ao convívio que tinham no centro de menores. Agora, os pais de Leila devem decidir se concretizarão a adoção, para obter a custódia da menina. Antes disso, terão de se recuperar da perda da filha. Celina, a mãe de Leila e provável futura avó de Suelen, terminou internada em um hospital depois de sofrer uma crise nervosa. Enquanto isso, a menina continua em Santa Maria, alheia à tragédia e ao desaparecimento daquela que já considerava como mãe. As pessoas responsáveis por cuidar dela vêm dizendo que sua mãe ainda não voltou de viagem, e procuram esconder da menina a tristeza causada pela morte de seus quatro colegas de trabalho.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

ARTIGO: ADOÇÃO TARDIA

Por Marlizete M.Vargas (*)

Tardia é um adjetivo usado para designar a adoção de crianças maiores. Considera-se maior a criança que já consegue se perceber diferenciada do outro e do mundo, ou seja, a criança que não é mais um bebê, que tem uma certa independência do adulto para satisfação de suas necessidades básicas. Vários autores consideram a faixa etária entre dois e três anos como um limite entre a adoção precoce e a adoção tardia. Outros fatores também concorrem para essa avaliação como o tempo de permanência da criança em instituição e o seu nível de desenvolvimento. Pode acontecer que crianças com dois, três anos ainda não apresentem comportamentos compatíveis com a sua faixa etária, ou seja, não andam sozinhas, não falam ou usam fraldas e a adaptação delas não apresentará características típicas de uma adoção tardia, como as fases de comportamentos agressivos ou regressivos, pelas quais passam a maioria das crianças adotadas a partir dessa idade.
É importante avaliar a prontidão da criança e dos adotantes para constituírem uma nova família a partir de questões como:

Como foi o processo de aproximação da criança com a família?

É importante que a criança deseje ir viver com a família, que esteja disposta a aceitá-los. Ela é encaminhada pelos profissionais encarregados de operar a sua adoção por aquele(s) adotante(s), é escolhida por ele(s), mas deve manifestar sua vontade, deve ser ativa no processo de aceitação daquela(s) pessoa(s) como seus pais. Nesse processo, é fundamental a atitude do adotante, de se mostrar disponível para ser adotado pela criança numa postura mais passiva do que ativa. A criança necessita se sentir livre para a sua escolha e, ao mesmo tempo, segura de que é querida, é aceita. Isso nem sempre acontece nas primeiras semanas ou meses de convivência. A angústia dos pais, ante a incerteza de ser aceito pelo filho, que ainda resiste a lhe chamar de pai/mãe, muitas vezes, pode ser o passo inicial para as dificuldades de adaptação da criança numa família.

A aproximação paulatina entre criança-família também pode operar o ajuste necessário entre a criança idealizada e a criança que está ali para ser adotada, que já tem traços bem definidos, além de uma história e de hábitos adquiridos em relações anteriores. A criança também precisa adaptar-se aos novos modelos de pais. Muitas vezes a instituição reforça uma super idealização da família adotiva.

Como foi a separação da criança da mãe ou família biológica?

A retirada da criança da família por mandado judicial devido a maus tratos, por exemplo, pode ser muito traumática e deve ser trabalhada por profissionais habilitados que acompanhem a criança e ajudem a elaborar essa situação. Crianças que estão ainda em intenso sofrimento pela perda dos vínculos com a família biológica, estão mais vulneráveis a dificuldades de adaptação num novo ambiente familiar. As dificuldades para estabelecer novos vínculos afetivos, para adotar, de fato, os novos pais, podem ser bem maiores, ou até intransponíveis, naquele momento com aquela família, ou mesmo, permanentes.

Outras figuras às quais a criança tenha se apegado e separações no período que antecedeu o processo de adoção

Quanto mais perdas a criança tenha sofrido, mais frágil poderá ser a sua capacidade de confiar no outro, elemento básico para o estabelecimento de relações afetivas. A elaboração das perdas anteriores é um importante fator na avaliação das condições da criança para assumir seu papel de filho numa nova família. Crianças que foram devolvidas após um período de convivência, para fins de adoção em outra família, podem ter maior resistência para confiar na aceitação da família. Sua auto-imagem pode estar prejudicada, sentir-se culpada pelos abandonos, rejeições e devoluções. Pode acontecer que ela necessite testar o amor dos adotantes, emitindo condutas inaceitáveis, rejeitando manifestações de carinho, agredindo para testar os limites dos pais adotivos, ou seja, “até que ponto ela será aceita”, apesar de toda a sua capacidade destrutiva (conforme suas fantasias que se relacionam à auto-imagem negativa de si). Pode ser, também, que, por medo de ser mais uma vez abandonada, a criança se proteja de um novo abandono, rejeitando a vinculação afetiva com os adotantes. Nesses casos, a relação com o ambiente físico pode ser muito boa, apegar-se aos objetos, valorizar a posse dos mesmos, colocando barreiras que a protejam de mais frustração, de mais um abandono. O trabalho da família na recuperação da confiança básica de uma criança com tais características, pode requerer um acompanhamento de um profissional que auxilie o grupo a estabelecer um padrão de comunicação.

O tempo e as condições em que a criança ficou abrigada

Muitas instituições tinham uma cultura de “igualar” todas as crianças e de não tratar de questões dolorosas como as perdas sofridas pelas mesmas, ao lá ingressarem. Quanto maior o tempo da permanência da criança num abrigo, maior poderá ser o risco dela vir a ter dificuldades na adaptação numa família. Por outro lado, quanto mais tarde ocorrer a institucionalização e quanto mais próximo de um lar forem as características do abrigo, menores poderão ser esses riscos. O que se observa é que muitos abrigos funcionam ainda como depósitos de crianças. Estando lá, as crianças estão isoladas do mundo num ambiente bastante pobre em estimulação essencial para o desenvolvimento normal de suas potencialidades. Não aprendem a desempenhar o papel de filho, a se sentir pertencentes a um grupo que desempenha todas as funções de proteção e atenção das necessidades básicas de seus membros, que se relacionam de acordo com seus papéis de casal, pais/filhos e irmãos. Necessitam, então, de um período de aprendizagem para desempenhar o seu papel na família adotiva, que pode variar muito de criança para criança, independentemente de sua idade.

(*) Marlizete Maldonado Vargas é doutora em Psicologia e presidente do Ceicrifa (ONG que atua na formação de profissionais, realização de pesquisas e atenção direta à crianças e famílias em situação de risco).