quinta-feira, 16 de agosto de 2007

PSICANALISTA CONTA EM LIVRO VANTAGENS DA GUARDA COMPARTILHADA DOS FILHOS

Por Irene Lôbo e Kelly Oliveira - Agência Brasil

Brasília - A maior angústia dos pais atualmente, tanto casados como separados, é não estar presente na vida dos filhos. A conclusão é do psicanalista, fotógrafo e pai, José Inácio Parente, que reuniu as habilidades nas três áreas para produzir um livro chamado Pai Presente.

“Tentei nesse livro mostrar com fotografias e com textos como é gostoso ser pai. São fotografias que mostram esse prazer da paternidade e da presença.”

Na opinião de Parente, os pais estão se dando conta de que ao se distanciarem dos filhos, por conta de uma separação ou de excesso de trabalho, podem perdê-los. Ele defende que, no caso de separação, um meio de não perder o contato com os filhos e participar da criação é a chamada “guarda compartilhada”, prevista no Código Civil.

Parente conta que viveu essa experiência durante cerca de dois anos, mas depois desse período os dois filhos do primeiro casamento preferiram morar com ele. Anteriormente, as crianças ficavam um mês morando com a mãe e no outro período com o pai.

“Tive um prazer muito grande de aprender a ser pai junto com eles”, afirma o psicanalista, coordenador do site www.pai.com.br. “A acho que é a melhor saída [a guarda compartilhada]. Antigamente, as mães lutavam para ter a posse dos filhos e afastar os filhos dos pais. Isso é ruim para o pai, para o filho e para mãe, que acabava ficando ficando super-onerada com as obrigações do cotidiano.”

Hoje, Parente mora com os dois filhos do primeiro casamento e com um filho de uma nova união. Segundo ele, a relação dos filhos mais velhos com a nova família nem sempre é fácil, mas os conflitos são resolvidos com negociação. “Tem que ter muita sabedoria do pai, da ex-mulher, e da mulher.”

Quanto o assunto é pensão, Parente defende que o pai e a mãe contribuam proporcionalmente de acordo com renda de cada um. “O ideal no caso de separações é que acha assimetria de direitos e deveres. Geralmente, a mãe quer que pague a pensão como se fosse o castigo.”

No caso dos pais casados, a melhor maneira de “cuidar bem dos filhos” é mãe e pai ter prazer um com outro. “ Eles estarão dando um exemplo do que é o amor, o carinho.”

O psicanalista lembra que a ausência paterna gera conseqüências para a vida dos filhos. No caso dos meninos, pode faltar uma boa “identificação sexual”. “O modelo do pai, do homem que ele vai ser no futuro. Se a mãe denigre o pai, afasta muito a figura do pai, ele acaba tendo dificuldades da própria identificação. Quanto mais nova a criança, maior o prejuízo.”

No caso das meninas, a ausência paterna, faz com que a figura masculina seja muito idealizada, o que dificulta os relacionamentos futuros com namorado ou marido.

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