quinta-feira, 8 de julho de 2010

A TRISTE ACOLHIDA PARA BRUNINHO

Holofotes apagados, o circo desmontado. A opinião pública promete se esquecer porque, em um futuro não tão distante, outro caso irá vir e irá distrair a gregos e troianos. E daí, alguém por acaso irá lembrar de algum menino chamado Bruno? Talvez seja lembrado porque crianças com o nome Bruno existe aos milhares. Mas um dos Brunos será para sempre lembrado. O Bruno que ficou órfão. Um pequeno brasileirinho que nem terminou de mamar o que tinha para mamar no peito de sua mãe. Um brasileirinho que o papai, com o nome homônimo, Bruno, fez de tudo para não o reconhecer. Pior, está envolvido na morte da sua mãe, daquela que o trouxe ao mundo mas não o irá vê-lo crescer. Não vai trocar as suas fraldas, não vai arrumar o seu primeiro uniforme para levá-lo ao jardim da infância. Não vai ver a sua formatura no Ensino Fundamental, no Médio. Na faculdade..nem pensar. Do céu, irá olhar por um filho. Se nasceu de um acaso, de um momento de leviandade, aqui não cabe o julgamento. Até porque tem muita gente para fazer este papel,o qual não serei eu que o irei fazer.

Mas o que o pobre Bruninho, de sobrenome Samudio, de sobrenome paterno, bem, isto agora não interessa, irá imaginar, sentir. O que irá desejar. Um peito, um leite, um colo, um afago. Os anos vão passar, o menino vai crescer. E aí? Quem irá chamar de mãe, quem irá chamar de pai. Vai querer conhecer o pai? Pai que pode ser o goleiro Bruno ou não, porque o exame de DNA não foi feito e não há confirmação de que o menino realmente seja filho do jogador. São tantas coisinhas miúdas, que vão remoer e remoer esta triste história. E o Bruninho. Quem vai secar as lágrimas e o choro do Bruninho. Como ele vai reagir quando souber de tudo o que aconteceu com sua mãe. Com a figura sagrada, o que fará quando tiver vontade de, ao acordar no meio da noite, com frio, e chamar pela mãe. Eliza Samudio se foi. Deixou os sonhos para trás e a maior prova de seu futuro, abandonado.

Mãe, cadê sua mãe. Estará no céu ou distante velando por ele.

O que nós faremos como sociedade. De quem será a responsabilidade de acolher o Bruninho. Não só no plano físico, mas no coração. Quem serão seus pais, seus irmãos, seus amigos, sua família. A do sangue, a do coração. Qual será o seu destino. Ele teve ou não o direito de escolher o seu próprio destino.

Amigos e leitores, está aí mais um órfão.

Bruninho, que Deus te abençõe