segunda-feira, 14 de maio de 2007

CASAL GAY GANHA A GUARDA PROVISÓRIA DE CRIANÇAS EM SP

Por Roney Domingos. www.globo.com

As quatro crianças adotadas há quatro meses por um casal homossexual de Ribeirão Preto (a 319 km de São Paulo) alcançaram melhores notas na escola, chamam os dois tutores de "pais" e agradecem todos os dias por terem sido adotadas. Os pais adotivos são cabeleireiros e vão comemorar em outubro 16 anos de relacionamento estável. Depois de cuidar dos dois filhos de um deles, já crescidos, o casal resolveu adotar uma criança e - para não separar os irmãos - decidiu assumir os outros três.

"A menina mais nova conseguia copiar tudo do quadro negro, mas não sabia o que estava copiando, não sabia ler. Hoje ela está aprendendo a ler, está indo muito bem. A nota dela fica entre oito e nove. A menina mais velha tem notas de nove a dez na escola. O menino mais novo também está indo muito bem", afirma um dos pais, o cabeleireiro John (nome fictício), de 34 anos. O menino e três meninas, que têm entre 4 e 10 anos de idade, eram vítimas de maus tratos e estavam em um abrigo público quando foram adotados. O juiz Paulo César Gentile, da Vara da Família de Ribeirão Preto concedeu a guarda provisória dos garotos a John e Tiago (nome fictício), de 40 anos, em dezembro de 2006. Os pais adotivos esperam que a decisão sobre a guarda definitiva seja anunciada ainda em 2007. "Eu queria uma criança que me chamasse de pai. Não escolhi as quatro crianças, foram elas que escolheram um pai. Passamos um fim de semana com os meninos e na segunda-feira pela manhã o doutor Paulo Gentile recebeu um recado de uma das crianças dizendo que ela tinha gostado muito de nós", afirma Paulo. Os pais adotivos, que em outubro completam 16 anos de relacionamento, já cuidaram de dois filhos de um deles, nascidos em um relacionamento anterior. "O segredo para a estabilidade é compreensão, dedicação e união. Tem de existir muito amor e respeito porque crise todo relacionamento tem mesmo." Além de torcer pela guarda definitiva das crianças, John e Tiago sonham com a aprovação da lei que autoriza a união civil de homossexuais. A ausência de legislação específica sobre o tema obriga os dois parceiros a atuar como sócios nos empreendimentos do casal. "

Como a lei não está concretizada ainda, nós dividimos tudo o que conquistamos juntos. Eu tenho uma casa e um comércio. O Tiago também tem as coisas dele. Um ajuda o outro e na hora do aperto um até empresta dinheiro para o outro. Nós temos juntos uma chácara e um carro, que comrpamos para - no caso de fazer viagem - não ter de separar as crianças", disse John. "Eu jamais iria até a casa dos nossos pais em Maringá (PR) e deixar as crianças para trás. Eu viajei para apresentá-los aos meus pais e levei os quatro. Quero todos perto de mim e podendo ou não, tive de comprar o carro", afirmou. De acordo com John, sua mãe ficou orgulhosa do gesto. "Meus irmão têm de um a três filhos. Minha mãe me disse: 'olha meu filho, te admiro porque é uma loucura o que você está fazendo mas é um bem que está fazendo para quem precisa.'

Católico

Questionado sobre o posicionamento da Igreja em relação ao homossexualidade, John afirma que é católico, mas não encontra respaldo no discurso da instituição. "Eu sempre fui católico, mas como a Igreja Católica nunca aceitou um homossexual, achando que não fosse capaz de aceitar uma família, então, não que eu não goste, mas me sinto perdido frente a essa doutrina."

Um comentário:

Unknown disse...

Oi fico muinto feliz por vcs terem adotado estas cianças tenho certeza que elas serão muinto felizes eu tambem sou homosexual e crio uma linda criança sozinho ele ja mi chama de papai ai feliçidadis pra vcs e suas lindas crianças ass Darla nicolau ferreira