sábado, 28 de julho de 2007

CONVERSANDO COM VOCÊ: SOBRE AUTONOMIA

Pedindo licença a você, meu amigo leitor, abro uma janela na divulgação jornalística e vou falar um pouco sobre o tema autonomia. Vou falar de um exemplo que vivo, e que vale a pena dividir com todos vocês.

Já faz quase 15 dias que nossa filhota está no Rio Grande do Sul, passando as merecidas férias na casa de seus familiares. E olha que a jornada da baixinha tá sendo intensa. Além do friozão que tá fazendo na terrinha - e olha que já é o quarto inverno que eu tô fora de lá - bravamente nossa filhinha está enfrentando as baixas temperaturas com muita alegria de viver e sorrir. E isso é o bom que nossos filhos nos passam: a alegria de viver.

Porque criança tem isso sim. Elas superam as dores melhores do que nós. Até porque elas vêem o mundo com a inocência do azul, com estradas de chocolate, um sol amarelinho como quindim, nuvens de algodão doce, árvores com caule de merengue e folhas verdinhas de alface com açúcar por cima. E é assim que vêem a vida e a existência.

Muito surpreso e contente fico em ver que ela está aproveitando muito o seu passeio, as suas férias de inverno. Antes de embarcar, com sua avó, dissemos a ela duas coisas: brinque muito e respeite os mais velhos. Porque é bonito respeitarmos o outro. Que bom, graças a Deus acompanho os seus passinhos e vejo que ela está não apenas cumprindo o que falei, mas fico satisfeito em ver que ela está vivendo na plenitude a dica que dei. E é isso que temos que despertar nos nossos filhos. Despertar neles que até mesmo o que poderia ser uma ordem pode ser algo suave, doce como a própria inocência cândida de uma criança.

Muitas vezes nós pais não sabemos como fazer isso. Porque nos preocupamos com a manutenção de nossa autoridade. E com isso não usamos a nossa autoridade de forma positiva, mas sim reproduzimos conceitos ultrapassados. Mandar e orientar nossos filhos é necessário, mas podemos usar de doçura para mandar. Para exigir, com carinho e com dedicação. Porque nós temos, como pais adotivos, a missão de conduzir, orientar e levar nossos filhos a encarar de frente a longa estrada da vida, com curvas, pontes, pontilhões e barreiras. É uma estrada bonita, com desafios e percalços, mas que nos oferta paisagens estonteantes.

Autonomia realmente é, e concordo com o que escreveu a Rosely Sayão, a oportunidade de desenvolver em nossos pequenos o senso de zelo, cuidado e proteção com sua própria vida. Explicar, dizer, orientar só faz com que nossos filhos acabem crescendo em um lar confiável, um lar sadio, um lar onde o amor inspira e desenvolve a confiança em nossos filhos. Filhos que recebem confiança de seus pais, crescem seguros, sadios e fortalecidos. Prontos para enfrentar as mazelas, riscos e derrapagens que podem rolar na estrada.

Por isso defendo a validade em trabalhar com os pequenos a confiança e a autonomia. Assim como eu acho bastante válido e confiável também construir um modelo próprio de autoridade, para assim trabalhar bem a autonomia e a confiança em nossos filhos. Isso passa por revisarmos sempre as nossas ações, o que pensamos e o que fazemos, sempre, diariamente.

Tá dado o recado.

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