domingo, 5 de agosto de 2007

RIO GRANDE DO SUL: UM TRABALHO ENTRE A ESPERANÇA E O SUFOCO

Por Jansle Appel Junior, Jornal Gazeta do Sul

Santa Cruz do Sul, RS, 4/8/07 - Por trás do brilho de esperança nos olhos de cada criança assistida pela Associação Pró-Amparo do Menor (Copame) está uma realidade que a população pouco conhece, mas que sufoca o trabalho da entidade. A instituição santa-cruzense, que hoje abriga uma média de 45 crianças orfãs ou afastadas dos pais, contorna como pode as dificuldades financeiras, que insistem em bater à porta diariamente.

O coordenador Derk Lambers diz que a entidade se vê diante de uma bola de neve de despesas que oscila de tamanho a cada mês. “Cada vez mais a responsabilidade recai sobre nós, já que não há instituições do poder público que ofereçam esse serviço. A gente sempre tentou passar uma imagem boa, mas a realidade é difícil”, afirma.

Um exemplo das dificuldades enfrentadas pela Copame é encontrado na tentativa permanente de agregar o status de filantropia à entidade, isentando-se assim de determinados impostos e também podendo receber verbas. “Apesar das tentativas freqüentes, o governo só nos concede o certificado provisório, de 180 dias, e toda vez precisamos correr atrás novamente”, conta a assistente social Fernanda Weis.

Para piorar, a instituição ainda passará a pagar mais imposto com a padaria a partir da integração ao Supersimples, que unifica o pagamento dos tributos. Até então, o valor ficava em torno de R$ 300,00 mensais. Agora vai passar para mais de R$ 3 mil. “Tivemos muito prejuízo com a padaria no ano passado. Agora que estávamos conseguindo recuperar, negociando com fornecedores, acontece isso.”

Todos os meses, a Copame necessita de R$ 60 mil para quitar todas as despesas. Desse total, apenas R$ 15 mil são repassados pelas prefeituras da região atendidas pela entidade. Os outros R$ 45 mil precisam ser angariados junto a doações de empresas e da comunidade. É uma busca constante e que despende uma grande parcela de tempo dos funcionários. “Às vezes nos sentimos abandonados pela sociedade. É difícil para a comunidade a Copame estar sempre pedindo ajuda. Mas são R$ 45 mil que, se não saírem das doações, não têm de onde vir”, desabafa Lambers.

Deficientes:

O número de crianças abrigadas pela Copame nos últimos anos cresceu. Isso, em parte, pelos deficientes que chegam até o local. Hoje são dez nessa situação. “São crianças que precisam de atenção redobrada, com acompanhamento médico, coisa que não temos condição de pagar. Por isso estamos sempre em busca de médicos que possam trabalhar de forma voluntária”, explica a gerente administrativa Janice Rodrigues.

Geralmente os deficientes que chegam à Copame acabam ficando por lá por mais que a idade limite de 12 anos. “Muitos estão aptos para adoção, mas ninguém se interessa. Como não têm um local mais adequado para ficarem após os 12 anos, cuidamos aqui com todo o amor. Mas essas crianças têm um custo muito mais elevado do que as outras”, complementa a psicóloga Patrícia Heberle.

“Quando as pessoas olham para a Copame, vêem tudo muito bonito. Só que, por trás disso, há uma série de problemas”, lembra. “Por mais que a instituição seja para as crianças um porto seguro, elas têm o desejo de retornar a um lar. No entanto, a sociedade tem dificuldade para entender isso”. Até hoje, 1.354 crianças passaram pelo abrigo. Dessas, 172 foram adotadas.

2 comentários:

Ana Flavia disse...

Sou casada a 17 anos,gostaria de adotar uma menina clara pois ja tenho filhos,na faixa etaria de 1ano e gostaria de contar com a ajuda de vcs.Meu email e anav.cf@hotmail.com.Sou de Belo Horizonte Minas Gerais e nossa familia esta apta e muito ansiosa por isso.Grata.

Ana Flavia disse...

Sou casada a 17 anos,gostaria de adotar uma menina clara pois ja tenho filhos,na faixa etaria de 1ano e gostaria de contar com a ajuda de vcs.Meu email e anav.cf@hotmail.com.Sou de Belo Horizonte Minas Gerais e nossa familia esta apta e muito ansiosa por isso.Grata.