sábado, 28 de julho de 2007

CONVERSANDO COM VOCÊ: SOBRE AUTONOMIA

Pedindo licença a você, meu amigo leitor, abro uma janela na divulgação jornalística e vou falar um pouco sobre o tema autonomia. Vou falar de um exemplo que vivo, e que vale a pena dividir com todos vocês.

Já faz quase 15 dias que nossa filhota está no Rio Grande do Sul, passando as merecidas férias na casa de seus familiares. E olha que a jornada da baixinha tá sendo intensa. Além do friozão que tá fazendo na terrinha - e olha que já é o quarto inverno que eu tô fora de lá - bravamente nossa filhinha está enfrentando as baixas temperaturas com muita alegria de viver e sorrir. E isso é o bom que nossos filhos nos passam: a alegria de viver.

Porque criança tem isso sim. Elas superam as dores melhores do que nós. Até porque elas vêem o mundo com a inocência do azul, com estradas de chocolate, um sol amarelinho como quindim, nuvens de algodão doce, árvores com caule de merengue e folhas verdinhas de alface com açúcar por cima. E é assim que vêem a vida e a existência.

Muito surpreso e contente fico em ver que ela está aproveitando muito o seu passeio, as suas férias de inverno. Antes de embarcar, com sua avó, dissemos a ela duas coisas: brinque muito e respeite os mais velhos. Porque é bonito respeitarmos o outro. Que bom, graças a Deus acompanho os seus passinhos e vejo que ela está não apenas cumprindo o que falei, mas fico satisfeito em ver que ela está vivendo na plenitude a dica que dei. E é isso que temos que despertar nos nossos filhos. Despertar neles que até mesmo o que poderia ser uma ordem pode ser algo suave, doce como a própria inocência cândida de uma criança.

Muitas vezes nós pais não sabemos como fazer isso. Porque nos preocupamos com a manutenção de nossa autoridade. E com isso não usamos a nossa autoridade de forma positiva, mas sim reproduzimos conceitos ultrapassados. Mandar e orientar nossos filhos é necessário, mas podemos usar de doçura para mandar. Para exigir, com carinho e com dedicação. Porque nós temos, como pais adotivos, a missão de conduzir, orientar e levar nossos filhos a encarar de frente a longa estrada da vida, com curvas, pontes, pontilhões e barreiras. É uma estrada bonita, com desafios e percalços, mas que nos oferta paisagens estonteantes.

Autonomia realmente é, e concordo com o que escreveu a Rosely Sayão, a oportunidade de desenvolver em nossos pequenos o senso de zelo, cuidado e proteção com sua própria vida. Explicar, dizer, orientar só faz com que nossos filhos acabem crescendo em um lar confiável, um lar sadio, um lar onde o amor inspira e desenvolve a confiança em nossos filhos. Filhos que recebem confiança de seus pais, crescem seguros, sadios e fortalecidos. Prontos para enfrentar as mazelas, riscos e derrapagens que podem rolar na estrada.

Por isso defendo a validade em trabalhar com os pequenos a confiança e a autonomia. Assim como eu acho bastante válido e confiável também construir um modelo próprio de autoridade, para assim trabalhar bem a autonomia e a confiança em nossos filhos. Isso passa por revisarmos sempre as nossas ações, o que pensamos e o que fazemos, sempre, diariamente.

Tá dado o recado.

EDUCAR COM ESPERANÇA

Fonte: Blog da Rosely Sayão

"Mãe, posso ir até a casa do Paulinho? Ele me chamou para jogar bola até a hora do jantar", pediu o garoto de quase dez anos. O amigo morava em frente à sua casa, e a mãe autorizou por telefone, não sem antes dar ao filho as orientações que julgou necessárias. Essa mãe agiu de modo sensato e responsável nas duas atitudes que tomou.

Ao permitir que o filho saísse de casa sozinho, mesmo para um curto trajeto nessa idade, ela o incentivava a se apropriar do espaço público e a construir autonomia para ir e vir dos lugares. Ao passar as orientações, ela realizou a tutela necessária, já que criança e adolescente ainda não costumam planejar suas ações nem tomar determinados cuidados, a não ser quando alertados. A mãe ajudou o filho, portanto, a aprender a se cuidar e a administrar a autonomia que ela o estava ajudando a construir para ver como ele responderia. Essa é a atitude mais educativa: passar responsabilidades e aguardar para ver como a criança reage.

"Não atravesse a rua fora da faixa de pedestre, não corra, não se desvie do caminho e não volte para casa depois do horário", foram as instruções da mãe antes que ele desligasse o telefone e saísse de casa -provavelmente correndo.

Ao determinar o modo como o filho deveria agir, a mãe foi cuidadosa porque forneceu ao garoto pontos de referência. Com as ordens, ela mostrou que ele deveria prestar atenção para realizar o trajeto com segurança; ao dar um limite para seu retorno, ela o responsabilizou por gerir seu tempo. Isso é educar para a construção de autonomia: ensinar o filho a se autogovernar, tutelando o necessário enquanto ele precisa.

O problema foi a forma como ela passou as orientações: partiu sempre do negativo. Esse é um cacoete comum em educação: pais e professores têm o mau costume de quase sempre considerar primeiro os erros que os mais novos podem cometer. Por que temos sempre de começar pelos problemas, pelos limites, pelos equívocos e pela ameaça de punição quando educamos? Podemos começar pela crença de que a criança procure acertar e descubra o espaço que tem para experimentar e encontrar soluções. A atitude otimista, aliás, é a única possível para quem educa.

Essa mãe poderia ter dito a mesma coisa pelo positivo: "Atravesse a rua na faixa, vá andando sempre rumo à casa do Paulinho e volte no horário combinado". Qual a diferença entre as duas formas?

A forma usada pela mãe sinaliza o que ela imaginou que o filho pudesse fazer, não é? Quando se diz a uma criança "não faça" é porque se credita a ela a vontade de fazer. Se não considero tal hipótese, qual o motivo para apontar o negativo? Acontece que nem sempre a criança apresenta a vontade que se imagina, mas, a partir do momento em que alguém aponta que ela possa ter, há grandes chances de ela realmente ter. Por isso é que o proibido é tão tentador.

Uma leitora contou que a filha, de quase dois anos, estava descobrindo a casa até que chegou à estante do pai, para quem os livros são muito importantes. Como as prateleiras chegavam até o chão, logo a menina quis pegar os livros. A mãe ajudou, explicou como manusear e finalizou dizendo: Só não pode rasgar. Pronto: logo depois, lá estava ela rasgando livros. Talvez a mãe não precisasse dar a deixa: poderia apenas ter ensinado os cuidados e, caso a filha rasgasse algum por acaso, aí sim poderia dizer que isso era algo a ser evitado.

Que tal passarmos a assinalar mais as possibilidades do que os limites quando educamos? Tal atitude demonstraria mais esperança em relação aos mais novos e talvez isso seja algo precioso para que eles percebam sua potência.

CASTIGO E IMPUNIDADE

Fonte: Blog da Rosely Sayão

Que consideramos a impunidade um grande mal é fato; que creditamos a ela uma boa parte dos problemas de violência, também. Pensando nisso, como os pais ensinam aos filhos que seus atos produzem conseqüências?

Uma educadora me contou um fato interessante: um aluno cometeu uma transgressão e recebeu uma penalidade. No dia seguinte, o pai foi solicitar uma conversa com a orientadora. Quando isso ocorre, os educadores sabem o que esperar porque muitos pais não aceitam que o filho arque com as conseqüências de seus atos no espaço escolar ou não concordam com a sanção, que costumam achar severa demais.

Pois, para o espanto dessa educadora, o que o pai queria era manifestar apoio à atitude da escola para que o filho tivesse a oportunidade de aprender que os atos têm conseqüências. Vale dizer que o pai estava bastante sensibilizado com o tema por causa das notícias sobre comportamentos violentos praticados por jovens. Este é, portanto, um bom momento para refletir sobre o castigo.

De largada, vamos pensar a respeito do castigo corporal, amplamente usado por pais de todas as classes sociais. Ele costuma parecer eficaz porque produz efeitos imediatos, ou seja, o filho deixa de fazer o que não deve ou faz o que deve rapidamente. Mas tal efeito é efêmero, como os próprios pais podem constatar. Além disso, o castigo físico tem mais a ver com o humor dos pais ou com seu descontrole do que com o comportamento do filho. De qualquer forma, um castigo corporal é uma violência física contra os mais novos e, portanto, não pode ser educativo.

As punições exageradas e as que são aplicadas e não honradas pelos pais também ocorrem com muita freqüência. Um garoto que não fez a lição de casa antes de a mãe voltar do trabalho não pode assistir a seu programa de TV favorito por três dias. Muita coisa, não? Uma adolescente que não cumpriu o horário de retorno de uma festa foi proibida de ir à próxima, mas tanto reclamou e fez cara feia que ganhou dos pais a permissão.

Afinal, o castigo deve ser usado na educação e funciona? A resposta é sim para as duas perguntas. O castigo consistente pode ser uma boa estratégia para fazer frente às transgressões cometidas pelos filhos e para responsabilizá-los pelo que fazem. Para isso, é preciso que os pais, antes de aplicar uma punição, tenham uma atitude educativa firme e coerente.

Castigo em criança pequena não faz muito sentido. A contenção -que já é uma sanção- usada para que o filho deixe de fazer algo que não deve e a tutela constante para que faça o que deve já são atitudes suficientes. Colocar a criança pequena para "pensar" não se sustenta, já que ela nem sequer tem autonomia para tanto. Os pais de filhos nessa idade devem ter muita paciência e disponibilidade: não podem ficar bravos sempre que eles não se comportam de acordo com as normas nem podem achar graça nisso.

Para os maiores de seis anos, o castigo é educativo desde que precedido de regras claras e justificadas. A repetição das orientações, independentemente de elas serem ou não seguidas, não revela autoridade. E é bom lembrar que o castigo aponta sempre o que não deve ser feito. Por isso, é insuficiente como estratégia educativa, já que queremos que os mais novos aprendam o que deve ser feito, o que é bom, o que é certo.

Tanto as atitudes educativas quanto a aplicação de castigos exigem que os pais usem bem a autoridade e as palavras dirigidas aos filhos, conversem praticando o olho-no-olho, escutem os filhos de maneira interessada e sejam coerentes.

ORAÇÃO PARA NOSSOS FILHOS DO CORAÇÃO

Resolvi presentear a todos os pais, que assim como eu, buscam em Deus a força e a fé para criar os seus filhos. Vamos orar, vamos agradecer por nossos pequenos.....

SENHOR,

Obrigado pela missão que me conferiste
Obrigado pela vida que gerou
Foi outro ventre, mas foi algo sagrado
Teve dor, teve sofrimento
Mas hoje tem luz

Obrigado Senhor por meu filho
Obrigado Senhor por seu olhar, por seu sorriso, por seu choro
Obrigado Senhor pelas lutas, pelos momentos de dificuldade
É para nossos filhos que será também o Reino dos Céus
Obrigado meu Pai, por ser Pai
Por ser Mãe
Por ser amigo, confidente
Obrigado Senhor pela confiança que me depositaste
Pela fé que me ensina a ter todos os dias
Por acreditar que nossa história é além desta terra, deste mundo
Nosso laço é eterno, é para sempre

Obrigado Senhor pelo mistério da vida
Pela sabedoria do nascer, do morrer
Senhor, o que me destes é sagrado
Me presenteou com a vida
Me brindou com uma nova história
Me fizestes pai para conduzir uma vida
Me fizestes um ser completo para construir um novo cidadão

Abençoe a todos nós
Dê a outros órfãos a chance de dizer PAI E MÃE
Dê perdão e conforto a quem não criou
Dê força e fé a quem se separou do laço biológico, a irmãos que se afastaram, a quem ficou em abrigos, a quem morreu, a quem renasceu no espírito. Ao Espírito Santo que abençoa e protege a todos e a todas.

Senhor, que seja digna toda a nossa trajetória
Que seja bênção o nosso futuro
Que o amanhã deste país seja melhor
Porque Senhor, nos oportunizaste construir o melhor
Senhor, olhe por nossos filhos. Os guarde, os proteja, os ilumine

Amém.....

quinta-feira, 26 de julho de 2007

ENTREVISTA: HISTÓRIAS DE AMOR, ADOÇÃO E GRATIDÃO EM LIVRO


Uma história de amor incondicional que chegará às bancas. Ainda está sem prazo de lançamento, mas para o gestor em Vendas Paulo Roberto Flores Castello Branco de Freitas, 30 anos, carioca de nascimento e morador de Florianópolis, Santa Catarina, falar sobre adoção é falar também de gratidão, de vida. E não só a sua história será contada, mas sim também outros relatos de filhos adotivos. PAIS ADOTIVOS SA entrevistou Paulo Roberto Freitas e apresenta mais sobre uma história de vida, de fé e de orgulho. Orgulho em ter uma família, orgulho em ser brasileiro e orgulho em militar favorável à adoção e ao final feliz de inúmeras histórias que povoam abrigos pelo país afora:

Pais Adotivos SA: O que a palavra adoção significa para você?Paulo Roberto Freitas: Adoção deve significar amor incondicional.

Pais Adotivos SA: Como foi a tua história de adoção?Freitas: Fui adotado com dois meses de idade no Rio de Janeiro, no lar Fabiano de Cristo. Meus pais podiam ter filhos biológicos, mas optaram pela adoção. Desde que me conheço por gente já sabia que era filho por adoção e sempre encarei isso de forma, segura, natural e com muito orgulho. Como sou negro e meus pais brancos, muitas vezes tive que estufar o peito para justificar nossa diferença física que é evidente. Situação esta que nos leva a situações pitorescas em nossa sociedade preconceituosa, como por exemplo, quando me despeço de meu pai com um beijo no rosto. As pessoas em volta olham assustadas como se dissessem: Olha só o coroa pegando o negão mais novo ! Meus pais tiveram muita habilidade para abordar o tema desde criança, de forma que cresci de forma saudável, sem traumas e com muito orgulho, sempre me achando especial em relação aos demais.

Pais Adotivos SA: Você também tem outros irmãos adotivos.. como se deu a chegada deles em tua família, o que levou teus pais a também adotarem mais filhos? Eles te prepararam para esta chegada?

Freitas: Tenho mais dois irmãos adotivos. Minha irmã chegou quando eu tinha 3 anos e meus pais me prepararam bem, fazendo com que eu a desejasse antes mesmo edla chegar. Com meu irmão – dez anos mais novo – foi a mesma coisa, só que no caso dele eu pedi que o adotassem.

Pais Adotivos SA: Você conhece sua família biológica, mantém contato com eles?

Freitas: Não conheço minha “família” biológica e nunca tive uma curiosidade. Oro para que eles estejam bem e não sofram pela minha ausência, até porque a atitude deles me levou a ter a família maravilhosa que tenho hoje.

Pais Adotivos SA: Você aprendeu a os perdoar. O que a palavra perdão diz a ti?

Freitas: Não tive que perdoar ninguém. Mas o perdão é um ato de nobreza mesmo.

Pais Adotivos SA: A iniciativa de escrever um livro partiu do desejo de compartilhar a tua própria história ou foi de dar vazão e conhecimento de outras histórias?

Freitas: O livro é um apanhado de depoimentos dos filhos adotivos. Sempre que se fala em adoção, as pessoas recorrem sempre aos pais e “especialistas”no assuntos – os estudiodos. Não entendo o motivo pelo qual os filhos adotivos não aparecem nos livros, nas matérias publicadas...

Pais Adotivos SA: Você sente que o tema Adoção ainda é pouco abordado em nossa sociedade? Ainda é tratado de forma superficial, onde a adoção é vista como um ato de caridade?

Freitas: A adoção é abordada de forma superficial e vista como uma atitude de caridade. Inclusive muitos pais adotivos, ficam esperando uma espécie de reconhecimento por terem adotado e isso é errado. Qualquer problema que se dá com uma criança que foi adotada, logo apontam: coitadinho, ele faz isso porque foi a dotado, deve ser algum trauma. Esquecem que problemas educacionais, relativos até mesmo à fasse de crescimento, adolescência são inerentes a todos os jovens.

Pais Adotivos SA: Você tem filhos? Pretende ter filhos adotivos?

Freitas: Ter filhos é um sonho que ainda não realizei. Pretendo adotar.

Pais Adotivos SA: Adotaria um bebê ou uma criança maior? Tens preferência por sexo, cor...

Freitas: Adotaria , sem problemas. As pessoas acreditam que adotando um filho recém –nascido, estão adotando alguém “0 km”, sem passado. As maiores acabam ficando para trás. E aí fica a pergunta: quando namoramos alguém ou casamos, essas pessoas não tem um histórico de vida? E mesmo assim não acabamos nos apaixonando por ela? Acredito que seja mais ou menos por aí... Mas cabe ressaltar que não somos uma ciência exata, não há como rotular ou conceituar tudo.

Pais Adotivos SA: Você deseja que seu livro seja mais um instrumento de conscientização e formação em torno da adoção?

Freitas: O livro funcionará como um pouco de voz dos filhos por adoção, mostrando que não somos melhores, nem piores, apenas filhos. Mostrar a trajetória de pessoas adultas, que vivenciaram vários enredos, desde contos de fada até coisas absurdas.

Pais Adotivos SA: O que se deve promover para incentivar a discussão em torno do tema adoção, e, conseqüentemente, mobilizar mais casais (ou não) para adotar?

Freitas: Acho que devemos ter mais discussões e debates sobre o tema. Inclusive, o incentivo à adoção deve ser tratado com muito cuidado pois o foco e a proteção deve visar O FILHO e não os pais. Tem muito casal que procura o processo de adoção para estancar problemas de relacionamento.

Pais Adotivos SA: Você participa de algum Grupo de Apoio à Adoção? Como avalia este tipo de atividade?

Freitas: Participo do GEAAF (Grupo de Estudo e Apoio a Adoção de Florianópolis). Como o próprio nome sugere, promovemos discussões e orientações aos pais que desejam adotar, tendo o respaldo de profissionais capacitados e de famílias que vivenciam o assunto.

Pais Adotivos SA: Que mensagem gostaria de deixar a todos aqueles que forem se candidatar a adoção? Quando teu livro irá chegar as bancas?

Freitas: A mensagem que deixo é de que as pessoas que tiverem o anseio de adotar, façam isso de coração aberto, visando sempre a criança, sem a espera por recompensas ou reconhecimento. Acredito que a recompensa real é o amor sincero que terão de seus filhos.O livro ainda não tem uma data para ir às bancas, mas espero que em breve esteja à disposição da sociedade.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

CECIF PROMOVE CURSO TRABALHO COM ADOLESCENTES EM CONFLITO COM A LEI

O CeCIF está com inscrições abertas para o curso O Trabalho com Adolescentes em Conflito com a Lei. O curso é voltado para atender a demanda de assistentes sociais, psicólogos de programas de medidas sócio-educativas para adolescentes em conflito com a lei, psicólogos de prefeituras, programas e projetos sociais, estudantes de Serviço Social e Psicologia e interessados no assunto. Os módulos a serem oferecidos são direcionados aos seguintes temas: o profissional perante os desafios do sistema, a criança e o adolescente, a construção dos papéis culturais, álcool e drogas na adolescência, legislação, medidas previstas no ECA, o papel da família na formação do adolescente, ferramentas de intervenção nesse contexto.

Os principais conteúdos irão tratar da Vulnerabilidade e resiliência do profissional; Processos de desenvolvimento do adolescente; relacionamentos; aspectos biopsicossociais. A construção das masculinidades; a influência do meio;ausência de autoridade paterna.O que leva uma pessoa do uso à dependência das drogas; A construção dos direitos da criança e do adolescentes no Brasil; legislação pertinente; SINASE. Medidas protetivas e medidas sócio-educativas; reincidência; Como trabalhar a família em conflito com a lei; fatores de risco e prevenção; fortalecimento dos vínculos familiares; construção da rede social.

As aulas serão ministradas aos sábados, nas seguintes datas: 25/8 - 15/9 - 6/10 - 1/12 - 2007, no horário das 8:30 às 17:30 horas. O valor da inscrição é de R$ 260,00 por aluno e inclui apostila e certificado. A ficha de inscrição e comprovante de depósito pelo e-mail cursos@cecif.org.br. Os telefones para contato são 0.xx. 11 5081. 5203 ou 5081.5284. O CeCIF fica na Rua Manoel de Paiva, 226, Vila Mariana, próximo ao Metro Ana Rosa, São Paulo/SP.

CRIANÇAS ADOTADAS POR CASAIS ALEMÃES VOLTAM ÀS SUAS ORIGENS NO MATO GROSSO

Fonte: Jornal A Notícia, Cuiabá, MT

Mara nasceu em Várzea Grande, em 10 de julho de 1993. Recém nascida, foi abandonada pela mãe, que não tinha condições financeiras para alimentá-la. Hoje, aos 14 anos, faz apresentações de piano, que toca desde os cinco. Fala inglês, francês e alemão. Inteligente e com um discurso bem articulado, diz que vai estudar biologia marinha, mas que sempre será cidadã do mundo. Mara e seu irmão Dário, 11 anos, também várzea-grandense e de origem muito pobre, mas filho de pais biológicos diferentes, vivem hoje na Alemanha. São um exemplo de adoção internacional bem sucedida. Estão no Brasil há três meses com a mãe adotiva Myrian Zóller para conhecer suas origens e aprender português. "Aqui não me sinto turista. Este é o meu país e esta terra, estas pessoas, fazem parte da minha história", comenta a adolescente , que ora fala em inglês, ora em alemão.

A história comum de Mara e Dário começou muito antes do seu nascimento, no início da década de 90, quando a professora universitária de origem sueca mas radicada na Alemanha, Myrian Zóller, decidiu adotar crianças brasileiras. Myrian tinha uma amiga que passava seis meses por ano em Cuiabá. Essa amiga a colocou em contato com uma advogada, que tratou das questões legais relativas à adoção. "Na ocasião das duas adoções Myrian passou quatro meses aqui em Cuiabá, respeitou todos os prazos do período de convivência com os recém-nascidos, obedeceu todos os procedimentos legais que uma adoção exige", observou a advogada Leila Francisca.

Depois da experiência bem sucedida em 1996, quando adotou Mara, Myrian e seu marido voltaram a Várzea Grande para adotar outra criança, quando seus destinos cruzaram com o pequeno Dário. "Eu queria que a Mara tivesse alguém em sua família para compartilhar sua experiência de vida. Alguém que a compreendesse melhor que todos nós, alguém que tivesse uma história e emoções semelhantes para dividir", explicou a mãe adotiva.

Mara e Dário cresceram sabendo que eram filhos adotivos e que sua origem era brasileira. Ainda crianças, ouviam da mãe adotiva que eles fariam uma longa viagem às suas origens assim que tivessem maturidade para compreender tamanha diferença cultural. Segundo Myrian, Mara e Dário aguardavam com muitas expectativas o reencontro com o Brasil. Na quarta-feira 22, eles visitaram um abrigo público (orfanato) para crianças em Cuiabá. Ao todo, Mara e Dário vão passar cinco meses no Brasil, entre Mato Grosso e Rio de Janeiro, onde estão freqüentando uma escola para crianças alemãs.

Ao contrário do irmão, Mara já consegue articular algumas frases em português. O largo sorriso, os gestos amplos e o jeito de morena brejeira denunciam se tratar de uma típica brasileira, apesar do sotaque alemão. "Eu quero muito falar português, mas é muito difícil", desculpa-se em português, ao lado de Dário, que pergunta à mãe do que sua irmã está falando.

Mara explica que na escola que freqüenta, na cidade de Karlsruhe, são raras as crianças adotadas. A excepcionalidade leva os colegas a questionar sobre seus pais biológicos, o que não causa nenhum desconforto à adolescente devido à postura de seus pais adotivos, que sempre falaram a verdade sobre a origem dos filhos. "Eu tive muita sorte, minha história é muito feliz. Minha história é especial e não tenho problemas em dividir isso com as pessoas", ressalta.

Adotar é legal

A alemã Myrian Zóller e seus dois filhos adotivos fizeram uma visita à Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja), organismo da Corregedoria Geral da Justiça/Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A Ceja lançou em maio passado o programa Adotar é Legal, que prevê ações permanentes de incentivo à adoção por vias legais. O Adotar é Legal também engloba uma série de projetos inéditos em Mato Grosso, voltados para a adoção. Um deles, as Casas Lares, visa abrigar crianças e adolescentes disponíveis para adoção em estabelecimentos públicos com as mesmas características de uma moradia familiar. Este projeto já funciona de forma bem sucedida em estados do Sul e Sudeste do país. Consiste na construção de casas onde as "mães" sociais (casal) são servidores do Estado que cuidam dos adolescentes. Menores nesta faixa etária tem mais dificuldade de encontrar pais adotivos.

O Adotar é Legal também implantou o Pré-natal da Adoção, através do qual os pretendentes a pais adotivos recebem assistência jurídica, psicológica e social. Mato Grosso também aderiu ao Infoadote, que consiste em um cadastro nacional de crianças aptas à adoção, separado por cidades de origem. Outro projeto é o incentivo ao Apadrinhamento, que é voltado especialmente para crianças com deficiências mental ou física. Carentes de mais cuidados e atenção, estas crianças nem sempre são aceitas à adoção.

Existem em Mato Grosso 195 pais pretendentes à adoção e 24 crianças e adolescentes disponíveis para esse fim. Há ainda 1.198 processos de adoção em andamento e outras 2.056 crianças e adolescentes em processos de guarda (geralmente com familiares). Correm nas Varas da Infância e Juventude 847 processos de destituição de poder familiar e 235 pedidos de habilitação para a adoção (dados de maio/2007). A área da Infância e Juventude, ao lado do Sistema Prisional, foi eleita como prioridade da gestão 2007/2009 do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e da Corregedoria Geral da Justiça.

PROJETO PROMOVE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE NO ABC PAULISTA

Por Angela Martins - Repórter Diário, Santo André, SP

Para Maria Aparecida, certidão de nascimento da filha Karen é uma vitória O programa de reconhecimento de paternidade criado pelo governo do Estado chegou ao ABC. O Paternidade Responsável pretende ajudar 350 mil alunos matriculados na rede estadual de ensino de todo o Estado, que não possuem o nome do pai no documento de identidade. Em outubro do ano passado, foi realizado um projeto piloto em duas escolas da zona leste de São Paulo. Agora, o programa está sendo estendido para todo o Estado, inclusive para as cidades da região.

O Paternidade Responsável é desenvolvido pela Corregedoria do Tribunal de Justiça, em parceria com a Secretaria Estadual da Educação, o Tribunal de Justiça de São Paulo, a Defensoria Pública do Estado e a Arpen (Associação Nacional de Registradores de Pessoas Naturais). Os órgãos ainda criaram o Dia Estadual da Paternidade Responsável (5 de agosto), no domingo anterior ao Dia dos Pais, para promover o projeto com a realização de uma audiência pública.A campanha teve início em 2006, com o levantamento do número de crianças da rede estadual de ensino sem o registro do pai.

Em outubro foram convidadas 260 mães de escolas da zona leste de São Paulo para participar e fornecer o nome do suposto pai da criança para que fosse notificado posteriormente", conta Flávio Pereira de Araújo, oficial do 2º Sub-Distrito de Santo André e diretor da Arpen. Em dezembro, foram atendidos 76 casos nessas duas regiões, com 36 reconhecimentos espontâneos (quando o pai reconhece a paternidade na audiência). O restante foi encaminhado para Defensoria Pública para investigação de paternidade e pedidos de realização de exames de DNA."Devido ao sucesso da iniciativa, ampliamos o projeto para todo o Estado", afirma Araújo. Segundo ele, as escolas enviaram o número de crianças sem o registro do pai que existiam em seus quadros e as mães foram chamadas para indicar o suposto pai.

Os cartórios de cada comarca estão intimando as pessoas apontadas para comparecerem em audiências públicas marcadas para 5 de agosto. Na oportunidade, os pais poderão manifestar o interesse de assumir a paternidade ou, em caso de dúvida, ser encaminhado um exame de DNA para comprovação. "Caso não haja consenso, um processo judicial será instaurado pela Justiça", explica Araújo.Vale lembrar que a mãe não é obrigada a informar o nome do suposto pai da criança quando convocada pela escola em que o filho está matriculado. Em Santo André, o levantamento da Secretaria Estadual da Educação apontou 1.005 crianças sem registro paterno, sendo que 40% apontaram o nome do suposto pai para a audiência pública.

Na cidade de Mauá, cerca de 710 mães receberam o comunicado e apenas 74 se dispuseram a participar do programa. Diadema notificou 140 mulheres e 44 indicaram o suposto pai. As cidades de São Bernardo, São Caetano, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra ainda não enviaram os dados para a Arpen.

Conscientização

A iniciativa é uma forma de conscientizar a população sobre a Lei Federal 8.560/92, que obriga o pai a registrar o filho. "O projeto não é restrito a estudantes e se estende a todas as pessoas, inclusive maiores de 18 anos, que não possuem o registro do pai e querem regularizar a situação. Basta procurar o cartório de sua cidade e manifestar interesse", afirma Araújo.São Bernardo já resolveu 1,2 mil casos em projeto semelhante. Com projeto semelhante ao estadual, a cidade de São Bernardo já resolveu 1,2 mil casos de reconhecimento de paternidade e possui cerca de 200 processos em andamento. O trabalho, que completa um ano em agosto, é considerado um sucesso pela prefeitura. No caso de São Bernardo, além do levantamento realizado nas escolas, existe a participação da Secretaria de Saúde, que alerta as mães nos hospitais públicos sobre a importância do registro do pai."Esse é um trabalho que deve ser feito com muita calma e tranqüilidade, já que a questão principal é a conscientização dos pais. Muitas vezes, a mãe não sabe dos direitos do filho", diz o secretário de Educação e Cultura de São Bernardo, Admir Ferro.

Em 2005, um levantamento feito na rede municipal de ensino constatou que 6 mil crianças não possuíam o registro paterno. Outras 6 mil crianças pertenciam à rede estadual e estimativas indicavam que cerca de 3 mil estavam em escolas particulares. O trabalho envolve as secretarias municipais de Educação, Saúde, o Ministério Público de São Paulo, a Promotoria de Justiça Cível de São Bernardo, Faculdade de Direito de São Bernardo, Fundação Criança, Coordenação de Ações Comunitárias, Secretaria de Estado da Educação e Diretoria de Ensino. As mães são chamadas nas escolas e questionadas se desejam fornecer o nome do suposto pai.

Caso concordem, a Faculdade de Direito faz a intermediação."A maioria dos pais convocados pedem o exame de DNA para assumir a criança", informa o diretor da Faculdade de Direito de São Bernardo, Luiz Antônio Pimenta Araújo. De acordo com ele, de cada 100 casos de reconhecimento de paternidade, 73 terminam com acordo entre as partes. Somente em 2007, a Assistência Jurídica gratuita da Faculdade atendeu 642 casos. Em média, o tempo de resolução das ações para que as partes entrem em acordo é de um mês. Nos casos em que um processo judicial é instaurado, a ação pode durar mais de um ano. A Assistência Jurídica da Faculdade de Direito atende na rua Barentz, 29, Jardim do Mar, e na unidade do Poupatempo São Bernardo, na avenida Nicolau Filizola, 100, Centro. Mais informações pelos telefones 4121-7031 e 4121-7508.

Responsabilidade

Aos 30 anos, Aldelson dos Santos já é pai de sete filhos. Mas até meados do ano passado, apenas três deles tinham seu nome na Certidão de Nascimento. A decisão de assumir legalmente a paternidade das outras quatro crianças veio após descobrir o programa de reconhecimento da prefeitura de São Bernardo."Eu passei um tempo na cadeia e isso fez com que reavaliasse minha vida. Pensei nas minhas filhas, na hora em que elas procurassem um emprego, fossem se casar. Os registros não iriam mostrar o nome do pai. Não poderia deixar que isso acontecesse", diz.

Reunir as mães das crianças, porém, foi a parte mais difícil do processo. "Quase apanhei na hora da audiência e duas delas não queriam que eu assumisse meus filhos. Mas no final, elas concordaram."Santos ainda buscou informações de uma filha que sabia que estava no estado do Espírito Santo. "A mãe tinha dado a menina para adoção e a criança vivia num abrigo. Eu não tinha condições de criá-la e pedi ajuda para minha família. Hoje é minha irmã quem cuida dela." Para ele, o projeto é uma forma de promover a cidadania. "Não dá para aconselhar ninguém se sua vida está enrolada. Antes eu era chamado de irresponsável, agora sou um homem que assume suas responsabilidades."

Pensão

Para a dona de casa Maria Aparecida Ribeiro, o nome do pai na Certidão de Nascimento de sua filha Karen é resultado de 16 anos de espera. "Minha filha nunca se queixou desse fato, mas eu sempre quis que ela tivesse o nome do pai no registro. Mas ele sempre esteve por perto e o processo foi muito tranqüilo", revela. A mudança, no entanto, será sentida no orçamento doméstico. "No próximo mês, minha filha começa a receber a pensão alimentícia. Isso vai ajudar bastante, já que ele apenas contribuía com material escolar e roupas."

JUIZ RETIRA TUTELA DE MÃE LÉSBICA NA ESPANHA

Por Robson Lima, Portal Terra

Esta semana um juiz da vara de família da Espanha, Fernando Ferrín Calamita, determinou a retirada de duas crianças de uma mãe lésbica sob alegação que o ambiente poderia influenciar na sexualidade das crianças, e determinou que a guarda fosse repassada para o pai biológico.Para a presidente da Associação dos Travestis de Campo Grande, Cris Estefani, “isso chega até ser retrogrado, um país tão desenvolvido cheio de preconceitos”. E comenta. “O Brasil neste ponto é até mais evoluído, veja o caso da cantora Cássia Eller, a justiça permitiu que a companheira ficasse com a guarda do filho da cantora”. E finaliza, “tomará o que o Brasil não siga esse pensamento, já eles servem de inspiração”.

A justiça brasileira não tem nada que defina, há casos existentes no Brasil em que dois casais homossexuais conseguiram adotar crianças. Para justiça o que prevalece é quem tem a melhor guarda, ou seja, melhores condições de criar uma criança. Duas entidades espanholas Federação de Mulheres Progressistas e Federação de Gays e Lésbicas, lançaram uma campanha contra a decisão do juiz onde pedem que o Conselho Geral do Poder Judicial se manifeste sobre o assunto. Para elas, a decisão de Calamita é inconstitucional e discriminatória, pois vai contra o artigo de lei do país, onde proíbe a discriminação por orientação sexual. Calaminta já é conhecido por deter nos anos 80 duas mulher que faziam top less na praia de Chiclana.

BEBÊ ABANDONADO EM PAULÍNIA, SP, GANHA NOVA FAMÍLIA

Por Fabiano Ormaneze e Daniela do Canto - Agência Anhangüera

Um final feliz começa a ser escrito na história do bebê que foi abandonado no último dia 5 em um bueiro na periferia de Paulínia. Desde segunda-feira, ele já está sob a guarda provisória de uma família, que já tinha manifestado interesse na adoção de uma criança antes de ele ser abandonado. "Agora bastam algumas semanas para que a guarda seja convertida em adoção" , explicou o 1º promotor de Justiça de Paulínia, Jorge Alberto Mamede Masseran.

O processo está amparado por segredo de justiça e a identidade do casal que está com o bebê não pode ser revelada. O bueiro, onde o recém-nascido foi encontrado ainda com o cordão umbilical, fica na Avenida José Louzano Araújo, no Parque Brasil 500, tem tampas de concreto e cerca de 1,20 metros de profundidade. O bebê estava nu, enrolado em um lençol. O choro dele foi ouvido por um ciclista que passava pelo local. Ele avisou um motorista, que entrou em contato com a Guarda Municipal (GM). Quando chegou ao Pronto Socorro, o bebê apresentava quadro de hipotermia (a temperatura corporal da criança era de 34ºC e o normal é 36ºC). Lá, ele foi levado imediatamente para um berço aquecido.

O caso comoveu a região. Em apenas dois dias, o serviço de assistência social do hospital recebeu ligações de cerca de 50 pessoas que se interessaram em adotar o bebê. No entanto, a decisão de que família teria a guarda da criança respeitou a fila de adoção da cidade, que tinha 26 casais. Pedro, como o bebê era chamado no hospital, permaneceu internado por 15 dias e teve alta na última sexta-feira, quando já pesava 3,155 quilos. A diretora técnica da Secretaria de Saúde de Paulínia, Claudete Aparecida Nogueira, explicou que o estado de saúde do bebê é ótimo e nenhuma alteração foi detectada nos exames realizados antes de ele deixar o hospital. Desde que foi encontrado, o bebê já ganhou 420 gramas. Ele permaneceu por dois dias no Abrigo Padre Antônio, em Paulínia, de onde seguiu para a família que o adotou.

Inquérito

Até a tarde desta terça-feira, a Polícia Civil não tinha nenhuma novidade em relação ao paradeiro da mulher que abandonou o recém-nascido. Ela deverá ser indiciada por tentativa de homicídio ou infanticídio. No dia seguinte em que o bebê foi encontrado, um porteiro, que ficou sabendo do caso pelos jornais, esteve na delegacia para dar a descrição de uma suspeita. Ele contou que passava de bicicleta pelo local quando viu uma mulher segurando um bebê, em cima do bueiro, de onde o recém-nascido foi resgatado. "Ela me parou e perguntou onde poderia pegar um ônibus para Campinas", contou. Depois disso, o ciclista entrou no matagal para urinar e, quando voltou, não viu mais a mulher.

Um retrato falado, feito a partir das descrições passadas por ele, aponta que a suspeita teria entre 1,60 e 1,65 metros de altura, entre 30 e 34 anos de idade e pesava entre 60 e 65 quilos. Ainda segundo as descrições, ela é parda e tem características de nordestina.

TERMINA AÇÃO DE ADOÇÃO QUE TRAMITA HÁ OITO ANOS NOS ESTADOS UNIDOS

Fonte: Consultor Jurídico

Após sete anos de batalha judicial, a mais longa da história dos Estados Unidos, um casal da China reconquistou a custódia legal de sua filha de 8 anos de idade. A decisão foi tomada pela Corte Juvenil de Memphis, que decidiu pela volta imediata de Anna Mae He para seus pais, Shaoqiang e Qin Luo He. As informações são do site Findlaw.

A ordem judicial tirou do casal Jerry e Louise, pais adotivos, a guarda temporária das crianças. Eles estavam com a menina desde que ela tinha um mês de idade. Já havia uma decisão da Suprema Corte do Estado do Tennessee garantindo a guarda aos pais biológicos. Mas a decisão definitiva estava condicionada a encontros semanais que a menina passou a fazer com os pais adotivos, com o acompanhamento de um advogado e um psicólogo do estado.

Os psicólogos nomeados pela Justiça americana ainda não decidiram se será saudável para a menina manter contato com os pais adotivos.

CEJA FAZ TREINAMENTO PARA ADOÇÃO EM CUIABÁ, MT

Por Catharina Lemos, Diário de Cuiabá, MT

A Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) realizou na tarde de ontem um treinamento com profissionais do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM). O encontro faz parte da campanha “Adotar é Legal” e tem como objetivo buscar parcerias na área de saúde. Os profissionais receberam orientações de como proceder no caso de uma possível adoção. “Geralmente as primeiras pessoas procuradas para dar informações sobre o processo são os profissionais da saúde, e a maioria não tem esse conhecimento. Com a capacitação eles já podem orientar sobre os trâmites legais e de como proceder em cada caso”, disse a Lindacir Rocha Bernadon, secretária geral da comissão.

Os próximos encontros serão hoje (25/07) no Hospital Santa Helena e amanhã no Geral, todos no período da tarde. “O primeiro contato da mãe com a criança é através desses profissionais. Por isso temos certeza de que eles podem se tornar grandes parceiros nessa campanha”, disse Lindacir. Os profissionais que participam dos treinamentos são os que lidam diretamente com a questão, como assistentes sociais, enfermeiros, pediatras, atendentes que expedem certidões de nascido vivo e funcionários do berçário. A campanha “Adotar é Legal” realiza todo mês ações visando conscientizar a sociedade para a cultura da adoção. “A próxima ação será nas escolas. Conscientizando e ajudando na relação do filho adotivo com os professores”, disse.

As pessoas que pretendem adotar devem se cadastrar no Juizado de Infância e Juventude. Segundo Lindacir, geralmente os pretendes já vão realizar o cadastro trazendo o perfil com as características da criança já pré-selecionadas, e isso torna o processo mais lento. “Pessoas que chegam com muitas exigências acabam tendo uma adoção muito demorada, diferente das pessoas que são indiferentes com essas questões”, disse. Outro elemento discutido pela Ceja é a importância da criança e do adolescente serem reconhecidos pelo pai. “Procuramos estimular o reconhecimento de paternidade, seja voluntária ou por DNA. Fizemos um levantamento que só na região do Coxipó existe mais de duas mil crianças e adolescentes sem o nome do pai. No encontro nas escolas também vamos buscar essas crianças e tentar regularizar a situação. Isso é um direito delas”, disse a secretária.

O telefone do Ceja é 65 3617-3121.

RIO DE JANEIRO GANHA MAIS UM GRUPO DE APOIO À ADOÇÃO

O Rio de Janeiro ganha mais um grupo de apoio à adoção. É o Grupo de Apoio "Rosa da Adoção". A primeira reunião do grupo acontece na próxima terça-feira, 3 de agosto, a partir das 18h, no salão do Centro Pastoral da Igreja Santa Rosa de Lima, que fica localizado à Rua Jornalista Ricardo Marinho, 301, Parque das Rosas, Barra da Tijuca, RJ. Não deixem de participar, principalmente se você está no Rio de Janeiro, mais especificamente na zona oeste da cidade.

VEM AÍ O SEGUNDO ENCONTRO DE FILHOS ADOTIVOS DO RIO GRANDE DO SUL

Acontece no próximo dia 5 de agosto, domingo, na Sede Social do Serviço Social do Comércio (SESC) em Porto Alegre, o Segundo Encontro de Filhos Adotivos do Rio Grande do Sul. O evento é uma promoção do site Filhos Adotivos do Brasil e as presenças devem ser confirmadas até o próximo dia 2 de agosto pelo fone 51 8415.5225. Saiba como foi a realização do primeiro encontro e mais sobre a proposta, acessando o site www.filhosadotivosdobrasil.com.br

REPRESENTANTE DA UNICEF CRITICA EXCLUSÃO SOCIAL DE CRIANÇAS QUILOMBOLAS E NEGRAS

Fonte: Agência Brasil

A representante do Unicef - Fundo das Nações Unidas para a Infância no Brasil, Marie Pierre Poirier, criticou recentemente a exclusão de crianças quilombolas e negras das políticas públicas implementadas no país. Na abertura do 1º Encontro Nacional de Crianças e Adolescentes Quilombolas, no Palácio do Planalto, ela incentivou meninos e meninas das comunidades quilombolas a apresentar propostas e reivindicações objetivas para o governo.“Os meninos e meninas que vivem nas comunidades tradicionais ainda não fazem parte da agenda das políticas dos governos e da sociedade civil”, disse Marie Pierre Poirier. “O Brasil desconhece o número de crianças e adolescentes quilombolas. Essas crianças não podem mais continuar invisíveis, aos olhos da sociedade.”Francesa, a representante da Unicef já trabalhou em Moçambique.

Com base em sua experiência na África, ela destacou os projetos brasileiros criativos na área social, mas reafirmou o espanto com as “enormes desigualdades” existentes no Brasil.“Ainda em pleno século 21, em um país com tão grande potencial, nascer branco ou negro ou indígena continua determinado as oportunidades que as pessoas têm de ter acesso ao trabalho, à saúde, à educação, à proteção contra os abusos e violações de direitos.”Para Marie Pierre Poirier, quando o assunto é violência e exploração contra adolescentes, os dados são “assustadores”. Segundo ela, um estudo feito em São Luiz, no Maranhão, mostra que mais da metade das trabalhadores domésticas são meninas negras quilombolas que saíram de suas comunidades antes de terminar os estudos para trabalhar na cidade.

Na avaliação da representante da Unicef, também é grave que muitas crianças quilombolas com menos de um ano morram antes de obter a certidão de nascimento. De acordo com ela “não pode ser coincidência” que, das 800 mil crianças brasileiras de 7 a 14 anos que estão fora da escola, 500 mil sejam negras.“Nas comunidades tradicionais, essa exclusão escolar se estende até a criança e o jovem se tornarem adultos. O racismo e a discriminação continuam ao longo da vida escolar."Para Marie Pierre Poirier, o 1º Encontro Nacional de Crianças e Adolescentes Quilombolas foi uma oportunidade importante para discutir formas de como melhorar a saúde, educação, cultura e garantir o respeito às identidades dos meninos e meninas que vivem nos quilombos.

"Vamos fazer juntos propostas de políticas mais eficientes de saúde, para que as mulheres e mães quilombolas sejam tratadas com dignidade e respeito, tenham acesso a serviços de qualidade de pré-natal para que seus bebês nasçam fortes e cresçam com saúde e segurança", sugeriu a representante da Unicef."Vamos também propor idéias sobre como nos prevenir do HIV/AIDS que afeta mais as mulheres negras e mais jovens, tanto nas áreas urbanas quanto rurais. Vamos apresentar idéias sobre como incentivar nossa cultura popular, valorizar as práticas religiosas das comunidades quilombolas. E vamos também fazer recomendações para pôr fim ao racismo e à discriminação."

FUNCIONÁRIAS DE MATERNIDADE DE TERESINA, PI, SERÃO OUVIDAS PELA JUSTIÇA

O promotor da 1ª Vara da Infância e Juventude de Teresina, Piauí, Ruszel Lima Verde, ajuizou nesta quarta-feira(25), uma ação de busca e apreensão para encontrar o bebê, supostamente vendido por funcionárias da Maternidade Evangelina Rosa, no início deste mês, a um casal de Catolé do Rocha, no Estado da Paraíba. Segundo o promotor, a 1ª Vara entrará em contato com o Serviço Social da Paraíba, para tentar identificar o casal e a criança. Ruzvel Lima Verde disse que as três funcionárias serão ouvidas pela promotoria na próxima sexta-feira(27), para detectar o grau de envolvimento de cada uma no fato. A venda de crianças em instituições públicas, sem que seja feita uma adoção legal, foi condenada pelo promotor Ruzvel Lima Verde. A documentação do caso será encaminhada à Delegacia do Menor, para seja investigada a esfera criminal, já que pela promotoria a questão é cível.

TRAGÉDIA VÔO 3054: MENINA PERDE MÃE ADOTIVA NO ACIDENTE DA TAM

Fonte: Aquidauana News, Aquidauana, MS

Suelen é uma menina brasileira de 9 anos. Ela foi abandonada por seus pais biológicos quanto tinha 1 ano e desde então vive em um centro de menores das Aldeias Infantis SOS, localizado em Santa Maria, cidade a 300 km de Porto Alegre. É lá que começa esta história de final infeliz. Leila Maria Oliveira dos Santos conheceu Suelen no centro de menores, onde trabalhava como voluntária enquanto estudava pedagogia.

Os companheiros de Leila contam que a estudante se encantou com Suelen desde a primeira vez que viu a menininha, de pele bronzeada e cabelos lisos. A menina abandonada despertou o instinto maternal da jovem a ponto de convencê-la a tentar uma adoção, processo cujos trâmites legais ela havia iniciado há dois anos. Esta semana, Leila tinha marcada a última entrevista do processo de adoção, que faria dela a mãe de Suelen, para fins jurídicos. A moça não poderá comparecer a essa audiência, porque era um dos 187 ocupantes do avião da TAM que caiu no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 17.

Era a primeira vez que Leila viajava de avião. A relação interrompida entre as futuras mãe e filha foi relatada pelo jornal Folha de S.Paulo, que está estudando a vida dos passageiros da catástrofe brasileira a fim de tirá-los do anonimato que freqüentemente cabe às vítimas dos desastres aéreos. Em companhia de Leila, que tinha 35 anos, morreram outras três pessoas ligadas às Aldeias Infantis SOS, que estavam viajando de Porto Alegre a São Paulo participar de um encontro dessa ONG especializada em menores.

De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, a lei brasileira permite a adoção pós-morte, quando a pessoa que morreu tenha dado provas convincentes, durante a vida, de que desejava se encarregar do menor. No caso de Leila, isso foi mais que demonstrado. Além disso, em termos legais, ela já estava na fase de "adaptação" à menina, graças ao convívio que tinham no centro de menores. Agora, os pais de Leila devem decidir se concretizarão a adoção, para obter a custódia da menina. Antes disso, terão de se recuperar da perda da filha. Celina, a mãe de Leila e provável futura avó de Suelen, terminou internada em um hospital depois de sofrer uma crise nervosa. Enquanto isso, a menina continua em Santa Maria, alheia à tragédia e ao desaparecimento daquela que já considerava como mãe. As pessoas responsáveis por cuidar dela vêm dizendo que sua mãe ainda não voltou de viagem, e procuram esconder da menina a tristeza causada pela morte de seus quatro colegas de trabalho.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

ARTIGO: ADOÇÃO TARDIA

Por Marlizete M.Vargas (*)

Tardia é um adjetivo usado para designar a adoção de crianças maiores. Considera-se maior a criança que já consegue se perceber diferenciada do outro e do mundo, ou seja, a criança que não é mais um bebê, que tem uma certa independência do adulto para satisfação de suas necessidades básicas. Vários autores consideram a faixa etária entre dois e três anos como um limite entre a adoção precoce e a adoção tardia. Outros fatores também concorrem para essa avaliação como o tempo de permanência da criança em instituição e o seu nível de desenvolvimento. Pode acontecer que crianças com dois, três anos ainda não apresentem comportamentos compatíveis com a sua faixa etária, ou seja, não andam sozinhas, não falam ou usam fraldas e a adaptação delas não apresentará características típicas de uma adoção tardia, como as fases de comportamentos agressivos ou regressivos, pelas quais passam a maioria das crianças adotadas a partir dessa idade.
É importante avaliar a prontidão da criança e dos adotantes para constituírem uma nova família a partir de questões como:

Como foi o processo de aproximação da criança com a família?

É importante que a criança deseje ir viver com a família, que esteja disposta a aceitá-los. Ela é encaminhada pelos profissionais encarregados de operar a sua adoção por aquele(s) adotante(s), é escolhida por ele(s), mas deve manifestar sua vontade, deve ser ativa no processo de aceitação daquela(s) pessoa(s) como seus pais. Nesse processo, é fundamental a atitude do adotante, de se mostrar disponível para ser adotado pela criança numa postura mais passiva do que ativa. A criança necessita se sentir livre para a sua escolha e, ao mesmo tempo, segura de que é querida, é aceita. Isso nem sempre acontece nas primeiras semanas ou meses de convivência. A angústia dos pais, ante a incerteza de ser aceito pelo filho, que ainda resiste a lhe chamar de pai/mãe, muitas vezes, pode ser o passo inicial para as dificuldades de adaptação da criança numa família.

A aproximação paulatina entre criança-família também pode operar o ajuste necessário entre a criança idealizada e a criança que está ali para ser adotada, que já tem traços bem definidos, além de uma história e de hábitos adquiridos em relações anteriores. A criança também precisa adaptar-se aos novos modelos de pais. Muitas vezes a instituição reforça uma super idealização da família adotiva.

Como foi a separação da criança da mãe ou família biológica?

A retirada da criança da família por mandado judicial devido a maus tratos, por exemplo, pode ser muito traumática e deve ser trabalhada por profissionais habilitados que acompanhem a criança e ajudem a elaborar essa situação. Crianças que estão ainda em intenso sofrimento pela perda dos vínculos com a família biológica, estão mais vulneráveis a dificuldades de adaptação num novo ambiente familiar. As dificuldades para estabelecer novos vínculos afetivos, para adotar, de fato, os novos pais, podem ser bem maiores, ou até intransponíveis, naquele momento com aquela família, ou mesmo, permanentes.

Outras figuras às quais a criança tenha se apegado e separações no período que antecedeu o processo de adoção

Quanto mais perdas a criança tenha sofrido, mais frágil poderá ser a sua capacidade de confiar no outro, elemento básico para o estabelecimento de relações afetivas. A elaboração das perdas anteriores é um importante fator na avaliação das condições da criança para assumir seu papel de filho numa nova família. Crianças que foram devolvidas após um período de convivência, para fins de adoção em outra família, podem ter maior resistência para confiar na aceitação da família. Sua auto-imagem pode estar prejudicada, sentir-se culpada pelos abandonos, rejeições e devoluções. Pode acontecer que ela necessite testar o amor dos adotantes, emitindo condutas inaceitáveis, rejeitando manifestações de carinho, agredindo para testar os limites dos pais adotivos, ou seja, “até que ponto ela será aceita”, apesar de toda a sua capacidade destrutiva (conforme suas fantasias que se relacionam à auto-imagem negativa de si). Pode ser, também, que, por medo de ser mais uma vez abandonada, a criança se proteja de um novo abandono, rejeitando a vinculação afetiva com os adotantes. Nesses casos, a relação com o ambiente físico pode ser muito boa, apegar-se aos objetos, valorizar a posse dos mesmos, colocando barreiras que a protejam de mais frustração, de mais um abandono. O trabalho da família na recuperação da confiança básica de uma criança com tais características, pode requerer um acompanhamento de um profissional que auxilie o grupo a estabelecer um padrão de comunicação.

O tempo e as condições em que a criança ficou abrigada

Muitas instituições tinham uma cultura de “igualar” todas as crianças e de não tratar de questões dolorosas como as perdas sofridas pelas mesmas, ao lá ingressarem. Quanto maior o tempo da permanência da criança num abrigo, maior poderá ser o risco dela vir a ter dificuldades na adaptação numa família. Por outro lado, quanto mais tarde ocorrer a institucionalização e quanto mais próximo de um lar forem as características do abrigo, menores poderão ser esses riscos. O que se observa é que muitos abrigos funcionam ainda como depósitos de crianças. Estando lá, as crianças estão isoladas do mundo num ambiente bastante pobre em estimulação essencial para o desenvolvimento normal de suas potencialidades. Não aprendem a desempenhar o papel de filho, a se sentir pertencentes a um grupo que desempenha todas as funções de proteção e atenção das necessidades básicas de seus membros, que se relacionam de acordo com seus papéis de casal, pais/filhos e irmãos. Necessitam, então, de um período de aprendizagem para desempenhar o seu papel na família adotiva, que pode variar muito de criança para criança, independentemente de sua idade.

(*) Marlizete Maldonado Vargas é doutora em Psicologia e presidente do Ceicrifa (ONG que atua na formação de profissionais, realização de pesquisas e atenção direta à crianças e famílias em situação de risco).

ARTIGO: ADOÇÃO POR CASAIS HOMOSSEXUAIS

* Por Rafael Nogueira da Gama

Embora nossa Constituição Federal não permita o casamento entre pessoas do mesmo sexo, os relacionamentos homossexuais são uma realidade em nossa sociedade, assim como o são em praticamente todo o mundo. Ainda que haja certa relutância em reconhecer a legitimidade deste tipo de relação, mesmo assim esta não poderia deixar de ser amparada pelo Estado através do Poder Judiciário, pois, uma vez existente tal relação, dela decorrem direitos e deveres aos seus integrantes.

Nosso ordenamento jurídico define tanto o casamento como a união estável como o vínculo entre homem e mulher, unidos espiritual e materialmente, por livre vontade própria com o objetivo de comunhão para a vida toda e constituição de família. Daí se observa que, tendo o legislador expressamente consignado se tratar de relacionamento ‘entre homem e mulher’, deixou de fora as hipóteses de união entre pessoas de mesmo sexo, ficando assim tais sociedades afetivas carentes de definição legal. Recentes decisões emanadas de nossos Tribunais vêm corrigindo tal omissão, declarando o status ora de união estável ora de sociedade de fato destes relacionamentos, reconhecendo direitos patrimoniais e sucessórios, e até concedendo benefícios previdenciários.

A doutrina vem reconhecendo que a união constituída por homem e mulher através do casamento civil e religioso com intuito de se tornarem parceiros para a vida, dividindo o mesmo teto e com intuito de reproduzirem e perpetuar sua estirpe, dentro de um sentimento romântico de amor e respeito mútuo, não pode ser mais a única definição de família. De fato, nas últimas décadas ocorreram mudanças no comportamento da sociedade, não só em nosso país como no mundo todo no sentido de que as pessoas passaram a ter uma maior liberação sexual, da busca pelo prazer da companhia de outrem, afastada da intenção de vínculo eterno. A mulher tornou-se independente e com direitos semelhantes aos dos homens; proliferaram as famílias monoparentais, em parte por decorrência da instituição do divórcio; as pessoas se casam uma, duas, várias vezes, conforme os relacionamentos florescem, se desenvolvem, perecem e terminam. As uniões entre pessoas do mesmo sexo ganharam notoriedade, não mais sendo concebível hoje em dia esconder a opção sexual por medo de preconceitos.

Decisões surgiram recentemente concedendo a casais formados por pessoas do mesmo sexo o direito de adoção, o que representa significativo avanço social, embora ainda visto com algum preconceito, no mais das vezes decorrente da falta de informação. Muitos questionam se haverá influência do comportamento dos pais na opção sexual da criança adotada, se a mesma será prejudicada psicologicamente pela falta de referência de pais de sexos diferentes, se virá a sofrer qualquer tipo de discriminação de colegas, etc. Tais questões já foram devidamente estudadas através de diversos trabalhos no campo da psicologia, que demonstram que não há indícios de prejuízo à criança adotada por casais homoafetivos. De fato, a Resolução nº 01/99, do Conselho Federal de Psicologia, reconhece que “a homossexualidade não constitui doença, distúrbio nem perversão” e que portanto não pode impedir a adoção.

Igualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (E.C.A.) nada menciona quanto à sexualidade dos adotantes, ou mesmo a impedimentos eventualmente decorrentes da opção sexual do casal, dispondo estarem aptos a adotar quaisquer pessoas acima dos 21 (vinte e um) anos de idade. O Estatuto estabelece, quanto à adoção, que deve ser buscado o bem-estar e a proteção do melhor interesse do menor, dispondo expressamente que “A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o adotando e fundar-se em motivos legítimos”(art. 43).

Apesar da ausência de vedação expressa no E.C.A., a legislação prevê um procedimento judicial bastante rigoroso e exaustivo para a concessão da adoção, seja a casais formados por pessoas de sexos diferentes ou de mesmo sexo. Os candidatos a pais adotivos são submetidos a entrevistas, visitas em casa e em seu local de trabalho, são indagados parentes, vizinhos e colegas sobre a conduta dos mesmos e até traçado um perfil psicológico dos pais. Depois, segue um estágio de convivência com a criança para que ambos (adotantes e adotando) possam verificar se existe ou não o vínculo afetivo, convivência esta que será deferida pelo tempo que for suficiente para se provar que a adoção atende aos requisitos da lei e ao melhor interesse da criança.

O único obste legal nestes casos se encontra no artigo 1.622 do Código Civil, o qual dispõe que “Ninguém poderá ser adotado por duas pessoas, salvo se forem marido e mulher, ou se viverem em união estável”. Como o casamento entre pessoas de mesmo sexo é vedado e o reconhecimento de que o tal relacionamento constitui união estável ainda não é unânime (pois o conceito de união estável assim não permite), ainda persiste tal barreira. Este impedimento tem sido afastado pelos julgadores, diante do reconhecimento da legalidade de tais sociedades de fato.

Além do mais, o próprio Código Civil permite a adoção por pessoa homossexual desde que individualmente, o que se revela verdadeiro contra-senso, pois dá condições para que um casal homoafetivo adote uma criança somente em nome de um dos integrantes do relacionamento, mas proíbe a adoção em nome de ambos. Pior, a prática de eventuais ‘manobras’ neste sentido, omitindo a relação para facilitar a adoção por somente um dos integrantes do casal, somente prejudica a própria criança adotada. Isto porque, sendo reconhecida como filha de somente um dos integrantes da relação, não poderá ser titular de direitos decorrentes do parentesco perante o outro integrante, caso o relacionamento termine (patrimoniais, de pensão alimentícia, por exemplo) ou em caso de morte do mesmo (sucessórios).

Considerando a ausência de justificativa plausível de cunho psicológico a vedar a adoção por homossexuais e observando o procedimento cauteloso previsto na lei para que se efetive a adoção, devem ser postos de lado quaisquer tipos de preconceito para que se passe a perceber o quanto importante é a adoção, seja por casais do mesmo ou de diferentes sexos, na realidade em que vivemos. Somos um país com imensas diferenças sociais, no qual todos os anos milhares de crianças são simplesmente abandonadas pelos pais, muitas vezes por falta de condições financeiras, em abrigos que na maioria das vezes não possuem estrutura para formar um cidadão.

A adoção é um ato de amor, no qual um casal traz para dentro de seu lar, para proteger e educar com todo carinho, uma criança que de outro modo poderia ter um futuro incerto, revelando-se também ato de relevante cunho social de que nosso país tanto necessita. Representa uma oportunidade de futuro melhor para milhares de crianças carentes que de outra forma estariam abandonadas à própria sorte, destinadas a um futuro incerto, com grandes chances de se tornarem adultos despreparados profissional e emocionalmente, quando não marginalizados.

É preciso, antes de criticar, lembrar que muitas pessoas que vivem relacionamentos homoafetivos são extremamente bem-sucedidas, pessoas educadas, cultas e com situação econômica confortável, se revelando pais ideais para a tarefa árdua de educar uma criança, para que a mesma se torne um adulto preparado, culto e com valores realmente importantes como honestidade e integridade. Nada mais justo do que conceder àqueles que possuem tais condições o direito de serem pais e de realizarem o projeto familiar que escolheram, independentemente de opção sexual; nada mais justo para com os pais e para com as crianças, que precisam de uma família também.

* Rafael Nogueira da Gama é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, especializado em Direito Processual Civil e Direito do Seguro. O advogado é membro do Instituto de Direito de Família e atua em Curitiba no escritório Geraldo Nogueira da Gama Advocacia e Consultoria.

ARTIGO: A RECONSTRUÇÃO DO COMPORTAMENTO PELO AFETO

Por Luiz Schettini Filho (*)

Concordo com o poeta quando diz:
“O tema é um ponto de partida para um poema e não um ponto de chegada, da mesma forma que a bem-amada é um pretexto para o amor” (Mário Quintana).

A reconstrução do comportamento é um pretexto para a expressão do amor. Ninguém que assume a empreitada de reconstruir o comportamento, seja o seu ou o de quem diante de si está, conseguirá sucesso sem antes viver, consigo e com o próximo, uma relação de amor. No que diz respeito ao comportamento humano, a reconstrução só será efetiva e real se for processada com a mesma matéria prima com a qual foi construída sua estrutura: o afeto.

As relações de apego afetivo do filho com a figura materna são a base do desenvolvimento dos processos de relação interpessoal com as demais figuras parentais e sociais que comporão o universo de cada um de nós. Nosso comportamento resultará da conjunção dos fenômenos que ocorrerão ao longo do tempo, no qual inscreveremos nossas marcas pessoais, estabelecendo, dessa forma, uma maneira peculiar de viver. Estaremos, assim, construindo nossa personalidade.

Toda essa trama se desenvolve através dos estímulos afetivos que receberemos e que dividiremos com as pessoas que constituirão o nosso mundo.O amor, portanto, é o instrumento por excelência que possibilitará a construção e, quando necessário, a reconstrução do comportamento.Alguns pressupostos serão necessários para entendermos o processo de reconstrução.

1. Amor e conhecimento.

O amor vem antes do conhecimento. Talvez este seja o grande mistério das relações humanas. Ama-se sem que seja necessário conhecer. O conhecimento resultante da convivência poderá organizar as relações interpessoais, aprofundá-las, solidificá-las, mas, necessariamente, não será a gênese do amor. “Aqueles que esperam os trâmites do conhecimento, buscando conjugar elementos que produzam segurança e satisfação pessoais para construir uma relação de afeto, se expõem ao insucesso ou à surpresa de encontrar o vazio ao longo do caminho” (Schettini). Ama-se e, pelo amor, se conhece.A condição necessária para esse amor é a liberdade da pessoa a quem se ama. O amor não precisa do confinamento da pessoa amada.Não amamos o outro pelo valor que ele tem; o seu valor é dado porque amamos. Quem ama não se decepciona com o amado; quando muito, se surpreende. Enfim, “o amor é forte como a morte” (Cant.8:6).

2. Amar é coisa de amador.

A ambigüidade da afirmação é proposital. O amor só pode ser conhecido quando nos tornamos amantes. É na prática do amor que descobrimos o que ele significa sem que, no entanto, possamos explicá-lo. O amor não cabe na lógica simplesmente porque transita em uma órbita psico-lógica. Essa é uma das razões porque amar é coisa de amador (de quem ama). O outro aspecto incluído na afirmação que fizemos é o de que amar não se conquista pela adoção de uma metodologia, de uma técnica. Por esse motivo não existem “profissionais” do amor. Ou seremos amadores, ou não amaremos nunca.

3. Amor como instrumento de transformação.

É na relação de afeto que descobrimos as formas adequadas de lidar com o outro no processo de comunicação e, conseqüentemente, em nossos projetos pegagógicos. Passar para o outro informação sem acondicioná-la no afeto, é correr o risco de produzir uma deformação.“A lógica que preside nossa relação com o Outro oscila entre dois extremos: a indiferença e a interferência” (Elizabeth Badinter). A indiferença é a morte, a interferência é o risco. Sabemos, entretanto, que educar é correr riscos. Na reconstrução do comportamento nos envolvemos no processo de transformação, de alguma maneira, interferindo no ser. É por essa razão que “o amor é um gozo que tem o peso de um fardo” (Jurandir Freire Costa).
A comunicação entre as mentes (razão) é apenas o meio do caminho. É na comunicação entre os corações (afeto) que se dá a reconstrução do ser. Compreender é insuficiente para se empreender a reconstrução do comportamento. É pelo sentir que teremos a possibilidade de interagir verdadeiramente e, portanto, produzir mudanças.A rigidez da lei ou a severidade das normas desfiguram o comportamento, porque tentam impor uma mudança de fora para dentro, mas a expressão do afeto, que se alia à verdade, promove a transfiguração da conduta.
O que não queremos ser está à espreita para se manifestar nos momentos de fragilidade, pois somos também o que não desejamos ser. Essa é a parte que temos de manter sob vigilância para que sobressaia o que realmente buscamos ser. Isso só será possível quando estabelecermos uma relação de amor com as pessoas com quem convivemos. É por essa razão que nossa atuação na pedagogia do comportamento precisa ser pela via do afeto, porque o que transferimos não é propriamente o que sabemos, mas o que somos.

Conclusão

Aqueles que se aventuram na caminhada do afeto na direção da ação pedagógica, não podem esquecer que o amor nunca é totalmente tranqüilo. Se o for, estará há um passo da extinção (Cf. Octavio Paz). No amor o sofrimento deixa de ser sofrimento para ser um investimento no processo de viver. “Não amemos só de palavra” (I Jo. 3:18).O amor não pode ser adiado. Alguém morrerá por sua ausência.Não importam muito as cinzas se as labaredas clarearam o caminho e destruíram as impurezas da alma.

Sugestões bibliográficas:

MACEDO, Heitor O’Dwyer de, Do Amor ao Pensamento, Trad. Monica Seincman, Via Lettera Editora, São Paulo, 1999.

COSTA, Jurandir Freire, Sem Favor nem Fraude, Rocco, Rio de Janeiro, 1998.

QUINTANA, Mario, 80 Anos de Poesia, Globo, São Paulo, 1998.

NASIO, Juan-Davi, O Livro da Dor e do Amor, Trad. Lucy Magalhães, Jorge Zahar Ed., Rio de Janeiro, 1997.

SCHETTINI, Luiz Filho, Adoção: origem, segredo e revelação, Bagaço, Recife, 1999.MODELL, Arnold H., Amor Objetal e Realidade, Trad. Marina Brandão Machado, Imago, Rio de Janeiro, 1973.

(*) Luiz Schettini Filho nasceu em Garanhuns, Pernambuco, teve sua formação escolar e acadêmica no Rio de Janeiro, onde graduou-se em Teologia e iniciou seus estudos em Psicologia, concluindo-os na cidade de Recife. Na capital pernambucana, graduou-se, também, em Filosofia.
Desenvolve sua atividade profissional nos últimos 35 anos, em Psicologia Clínica, especialmente na área de psicoterapia de crianças e adolescentes.
Nesse período, paralelamente, tem-se dedicado ao ensino da psicologia em várias universidades e faculdades do estado de Pernambuco, atuando nas áreas de Psicologia Geral, Psicologia da Aprendizagem e Psicologia do Desenvolvimento. De 1976 a 1998 lecionou no Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco.
Em Psicologia Clínica, dedica-se, também, ao acompanhamento psicoterápico de pais e filhos adotivos, desenvolvendo estudos e pesquisas sobre a psicologia da criança adotada, que têm resultado em vários livros já editados. O seu trabalho também se desenvolve através de palestras, conferências e cursos ministrados no país e no exterior.

IV PRÊMIO AMB DE JORNALISMO PREMIA REPORTAGENS SOBRE ADOÇÃO NA MÍDIA

A Associação dos Magistrados Brasileiros já está recebendo as inscrições para a quarta edição do Prêmio AMB de Jornalismo. As inscrições tiveram início dia 22 de junho e vão até o dia 19 de outubro. Jornalistas de todo o país podem inscrever matérias publicadas ou veiculadas em jornais, revistas, emissoras de televisão e rádio e na internet. O objetivo da iniciativa, criada em 2003, é valorizar trabalhos jornalísticos que contribuam para o aprimoramento dos serviços prestados pelo Poder Judiciário.

Poderão ser inscritas, nas categorias Nacional, Regional e Associações Regionais (entidades filiadas à AMB), matérias que tenham as seguintes abordagens: desafios da Justiça, iniciativas positivas do Judiciário e a Justiça próxima do cidadão. O primeiro e o segundo lugares da categoria Nacional receberão um prêmio no valor de R$ 7 mil e R$ 3 mil, respectivamente. Para o primeiro colocado de cada região do país na categoria Regional será concedida premiação de R$ 5 mil, mesmo valor a ser concedido ao vencedor da categoria Associações Regionais.

Além disso, em virtude do sucesso da campanha Mude um Destino – em favor das crianças e adolescentes que vivem em abrigos, foi criada, especialmente para a edição de 2007, a categoria Mude um Destino. Neste caso, serão premiadas reportagens que abordem questões relacionadas à adoção de crianças no país, situação de meninos e meninas que vivem em abrigos, reintegração familiar, abandono. Veículos nacionais e regionais de todas as mídias concorrerão a um único prêmio de R$ 10 mil.

Poderão concorrer trabalhos publicados ou veiculados no período de 17 de outubro de 2006 a 17 de outubro de 2007, que devem ser enviados, juntamente com a ficha de inscrição, para a sede da AMB, em Brasília (DF).

Os regulamentos de todas as categorias e a ficha de inscrição estão disponíveis no Portal da AMB, na área Notícias/Imprensa/Prêmio AMB de Jornalismo. Se preferir, clique no banner localizado no menu lateral direito da página inicial do site.

SINDICATO DOS BANCÁRIOS DE PORTO ALEGRE ORGANIZA PALESTRA SOBRE ADOÇÃO

O grupo Ter-Na Adoção realiza nesta quarta-feira, dia 4 de julho, a partir das 19h30, uma palestra para pais adotivos e pessoas que pretendem fazer adoção. O local da reunião, que terá como palestrante as terapeutas familiares Ruth Rodrigues e Rosemary dos Santos Fernandes da Silva, será informado no ato da inscrição, que pode ser feita gratuitamente pelos fones 3231.9025 e 9962.6432 (Rose) e 3335-3113 (Ruth).

“A nossa proposta com a oficina é apresentar o trabalho desenvolvido pelo grupo e convidar os participantes a se integrarem aos projetos do Ter-Na Adoção, assim como propor a formação de grupos terapêuticos aos interessados”, informa Rose Fernandes.

A coordenação-geral do Ter-Na Adoção é da terapeuta Rosane Procianoy da Silva. Criado há oito anos, trabalha com pais adotivos e crianças adotivas. As oficinas são realizadas mensalmente e o local é escolhido de acordo com o número de participantes.

DICA DE LIVRO: EU NÃO TE AMAREI COMO OS OUTROS DESCORTINA O UNIVERSO DA ADOÇÃO

Cada vez com maior freqüência a mídia anuncia os últimos avanços nas pesquisas genéticas e técnicas de reprodução em laboratório. Fato que aparentemente faz sombra ao tema adoção. Em sentido oposto, a liberalização dos costumes faz aumentar muito mais a ocorrência de gravidez não desejada. O processo de adoção, neste caso de caráter internacional, traz inúmeras questões. É sobre algumas delas que trata este testemunho.

O livro – aparentemente um diário, às vezes um desabafo queixoso sobre a rede burocrática – apresenta um caso singular. Não um casal com problemas de esterilidade, mas uma família já constituída com o desejo de acolher uma nova criança. Em Paris nos anos 80 do último século, Françoise, professora de inglês e seu marido Bruno, engenheiro, decidem adotar dois filhos nascidos nascidos em países em desenvolvimento.

O “problema” inicial consiste no fato de já terem duas filhas então com 12 e 14 anos.A adoção não é somente um assunto de coração ou generosidade. Põe em jogo relações psicológicas às vezes difíceis; exige superar batalhas administrativas, desconfianças do serviço de adoção e outros entraves reais no processo. Resume-se no manifesto de amor de uma mãe que supera todas essas barreiras. Voz de uma família inteira na busca do crescimento através da experiência do acolhimento. Escrito em linguagem franca, quase coloquial, passa ao largo da pieguice e dos lugares-comuns da benevolência, o livro já tem uma edição espanhola.É mais do que um dos melhores livros sobre o assunto.

Construído de forma original ao refletir sobre a opção completa, absoluta, até as últimas conseqüências pela adoção, acaba questionando o próprio desejo de mater-paternidade. Qual a essência do amor filial?

ADQUIRA:

Título: Eu não te amarei como aos outros - o dia-a-dia da adoção
Autor: Françoise Champenois-Laroche
Editora: Sulina
Área: Psicologia; Testemunho; Adoção
Edição: a primeira foi em 2006
Nº de Páginas:127
Preço: R$ 19

Mais detalhes em www.editorasulina.com.br

segunda-feira, 2 de julho de 2007

FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL LANÇAM MAIS UM PROJETO

Por Daiane Benso, Porto Alegre/RS

Aconteceu no último sábado, dia 30 de junho, na Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, o VIII fórum da Questão Social, com a temática “Abrigagem Infanto-Juvenil, pressupostos históricos a contemporaneidade; uma nova perspectiva.”

José Ricardo Andrade Fischer, criador do projeto “Filhos Adotivos do Brasil”, esteve palestrando e falando do seu trabalho e das perspectivas para o futuro. Fischer considera os abrigos no Brasil muito precários. “As crianças ficam sem informações, saem para a sociedade e buscam a marginalidade”.

Quando questionado pelos estudantes de Assistência Social da ULBRA, sobre os abrigos do governo, Fischer diz que os mesmos deveriam terminar. Considera necessário investir na conscientização de mães que abandonam seus filhos. Por isso, oficializou o projeto, “Mãe não abandone seus filhos”, que tem o propósito de fazer com que as mães evitem esse ato de abandono, independente dos motivos. Pretende também dar suporte para as mães que enfrentam problemas com os filhos.

O idealizador do projeto Filhos Adotivos do Brasil pretende construir uma casa-escola com pais adotivos voluntários, trazendo cursos profissionalizantes, para que os menores saíam preparados para o mercado de trabalho. Ressalta a importância de ter pessoas dispostas a ajudar e colaborar com o projeto. “Só ajudaremos mais pessoas, a partir do momento que todos se unirem em busca desse mesmo ideal”.