sexta-feira, 15 de junho de 2007

ADOÇÃO POR FAMOSOS: AMOR, GLAMOUR OU AÇÃO POLÍTICA?

Quando se fala em adoção entre o meio artístico, o glamour acaba virando polêmica. Depois de Angelina Jolie declarar esta semana que deseja ter 14 filhos - claro que a maioria será adotiva, uma nova estrela internacional pode ter adotado seu primeiro filho. Falo de Halle Berry. A estrela de Battmann e de outros filmes de sucesso mundial foi vista em uma lanchonete da Rede Mc´Donalds, em Los Angeles, acompanhada por um menino, com idade aproximada de três anos. Até aí tudo bem, mas o detalhe que mais chamou atenção dos papparazzis de plantão foi o fato de ela ter colocado em seu carro o adesivo "Bebê a Bordo".

Se este caso de adoção se confirmar, será mais um final feliz para um ex-órfão. E o coro em favor da adoção também aumenta no cenário artístico brasileiro. Zeca Pagodinho, que já é pai de uma menina, adotiva, declarou recentemente que pretende adotar outro filho. E por aí vai.

É claro que o tema acaba gerando polêmica. Afinal, as adoções estão ocorrendo por um ato de amor ou manifestação política e social?

PAIS ADOTIVOS SA ouviu duas especialistas sobre o tema Adoção no Brasil para repercutir a pergunta que não quer calar.

Para a diretora-executiva do CECIF, Gabriela Schreiner, a ação de adotar é um ato profundo, pois se constitui na ligação do mais profundo elo que pode existir entre um ser humano: o laço entre pai, mãe e fiho. Para ela, quando se fala em adoção, deve-se levar em conta que o tema a ser tratado inclui uma vida, a qual traz uma herança de abandono e exclusão. Favorável a toda e qualquer divulgação sobre a adoção, Gabriela chama atenção para os últimos casos de adoção no meio artístico. Especialmente para o casal Angelina Jolie e Brad Pitt. Segundo a diretora do CECIF, até que ponto tais adoções feitas pela família Jolie-Pitt não são um ato político? Ou seja, a iniciativa de um casal norte-americano, bem sucedido, em adotar crianças dos mais variados continentes, principalmente de países com povos abaixo da linha de pobreza não significaria a sobreposição da cultura e dos valores norte-americanos? A questão, segundo a especialista, é para se pensar, mesmo aprovando e incentivando a adoção, seja por pessoas famosas ou não.

A professora-doutora Lídia Weber, da Universidade Federal do Paraná, pioneira nas pesquisas sobre Abandono e Adoção no Brasil comenta que é favorável as iniciativas realizadas pelos famosos. Conforme ela, a adoção de uma criança por um artista serve sim para divulgar e desmistificar todo um pensamento existente sobre o tema. Lídia Weber avalia que somente com o debate, em especial o promovido pela mídia, estará sim criando uma nova cultura de adoção no Brasil, onde devem ser vencidos os preconceitos contra cor e faixa etária.

E você, caro leitor? Como você avalia os casos de adoção feitos por famosos? É realmente um ato de amor ou jogada de marketing?

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