sábado, 16 de junho de 2007

CONHEÇA MAIS SOBRE O IDEALIZADOR DO SITE FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL

Por Daiane Benso, jornalista

“Sempre quis saber quem era minha mãe biológica”. Foi com esse propósito que José Ricardo Andrade Fischer, (41 anos), comerciante, transformou sua vida em uma constante busca por suas origens.

Fischer sempre soube que era filho adotivo, mas foi a partir dos 12 anos que se interessou em procurar a família biológica. A busca começou dentro da própria casa, nas perguntas que fazia a sua mãe adotiva, da qual não surtiram efeitos positivos. Aos 15 anos de idade resolveu ir a cartórios e orfanatos intuindo encontrar maiores informações, no entanto essa busca foi em vão.

Aos 17 anos encontrou dentro da própria casa, a certidão de adoção, constando o nome da mãe biológica completo. Assim começou a investigação, que segundo Fisher não foi fácil. “Em certos momentos pensei em desistir, parecia impossível reencontra-los”.

Foi por acaso que nessa mesma época, encontrou em uma lista telefônica o nome do irmão de sua mãe biológica, Denis Molarinho. O mesmo não falava com a mãe de Fischer há 20 anos, no entanto indicou o telefone da suposta vó.

Entrou em contato com a vó, que sabia poucos detalhes da filha, mas pode informá-lo que ele possuía um irmão gêmeo, também deixado na adoção, este segundo o registro chamado de Paulo Ricardo Molarinho. A mesma informou o local onde supostamente trabalhava a mãe de Fischer, (prefeitura de Viamão, cidade metropolitana de Porto Alegre).

Depois destas descobertas, permaneceu algum tempo sem procurar. Mas em outubro de 1992, uma semana antes de nascer seus filhos, quando tinha 24 anos, finalmente encontrou sua mãe biológica.

O encontro foi tumultuado. Fischer foi à prefeitura de Viamão, mas ela não estava. Descobriu que os funcionários da prefeitura estavam no Cantegril, (clube de lazer de Viamão), trabalhando na eleição.

Logo ao chegar, reconheceu-a. “É instinto. Tinha certeza que ela era a minha mãe”, relata. Mas mesmo assim perguntou ao fiscal da mesa o nome da mulher, e ele confirmou sua expectativa. Ela se chamava Ana Aurora Molarinho, era a sua mãe, aquela do qual ele sempre sonhou em reencontrar um dia.

Dona Ana reconheceu-o e chorando veio ao seu encontro. Ela estava muito assustada. Fisher sentia-se da mesma maneira, “Eu estava apreensivo, é uma angústia muito grande”.
Conversaram durante umas três horas. Dona Ana relatou que por ter engravidado quando ainda era solteira e ter sido rejeitada pela família, se viu obrigada á abandonar os filhos quando estes tinham apenas um ano de idade.

Durante um período de quatro anos se viam de uma a duas vezes por semana.

Depois houve algumas brigas devido Fischer insistir em querer saber os reais motivos de ter sido deixado para a adoção, em querer saber quem era seu pai e seu irmão. Isso provocou o afastamento e a ruptura da relação.

Faz 10 anos que não existe nenhum tipo de contato entre eles. “Sinto muita saudade dela. Apesar de todos os motivos é minha mãe, e amo-a muito”, relata Fischer.

Por querer saber sua história e ter a curiosidade sobre o ato de adoção, resolveu colaborar com as pessoas que passam pelo mesmo problema, dor e angústia que ele passou.
No início do mês de abril criou uma comunidade no site de relacionamentos da internet, (orkut) que se chama “Filhos adotivos do Rio Grande do Sul”, que tem 80 membros e está crescendo cada vez mais.

Por essa razão dedicou-se a criação de um site: “Filhos adotivos do Brasil”, que teve a página lançada no dia 15 de junho de 2007. No mesmo dia aconteceu a primeira reunião com todo o grupo de pessoas que estão integrando e participando do projeto.

Fischer é casado e tem um casal de gêmeos: Bárbara e Mateus, de14 anos. Tem como pretensão adotar mais duas crianças e continuar trabalhando na missão de reencontrar aqueles que um dia por ventura os deixaram para a adoção, mas que, no entanto foram responsáveis pela origem de suas vidas.

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