sábado, 9 de junho de 2007

ARTIGO: O QUE VOCÊ ESPERA DE SEUS FILHOS?

Por Ana Paula Viezzer (*)

Certa vez, alguém colocou um patinho para que uma gata tomasse conta. Ele seguia sua mãe adotiva por toda parte. Um dia os dois foram parar diante de um lago. Imediatamente o patinho entrou na água, enquanto a gata gritava da margem:

- Saia daí! Você vai morrer afogado!

E o patinho respondeu:

- Não, mamãe. Descobri o que me faz bem, e sei que estou no meu ambiente. Vou continuar aqui, mesmo que a senhora não saiba o que significa um lago.

Esta pequena fábula nos faz refletir sobre a relação entre pais e filhos. Ao nascer uma criança, muitos pais e mães criam expectativas exageradas sobre o futuro da criança e sobre o que ela deve se tornar. Alguns idealizam até mesmo a profissão que o filho deveria escolher.Idealizam a criança perfeita: aquela que brinca moderadamente para não sujar a roupa e sem fazer barulho para não atrapalhar os vizinhos; aquela que come um sorvete sem lambuzar a cara; aquela que acata absolutamente tudo o que os pais determinam (sua comida, suas roupas, seus brinquedos e brincadeiras) sem dizer nada.

Para os pais seria muito cômodo ter um filho assim, que mais parece um pequeno adulto. Mas será que uma criança assim é feliz? Será que ela está desfrutando do “lago” de sua infância?Estes pais e mães parecem não se permitir voltar à infância quando têm um filho. Pensam nas responsabilidades, mas é uma pena que esqueçam de brincar, voltar a ser criança e conseguir se colocar na posição de filho. E assim, esquecem também de exercitar a empatia com seus filhos.

Acreditam que seus filhos devem pensar como adultos e fazer as coisas como adultos e acabam por cometer um grande erro. Uma criança pensa e age como criança, ou seja, ela vai brincar sem se preocupar se a roupa está sujando ou se sua gargalhada e cantoria estão atrapalhando alguém. Ela vai tomar sorvete ou comer chocolate se lambuzando, porque assim é mais gostoso e divertido. E ela não vai aceitar passivamente tudo o que lhe é imposto.

Dizer não e dar ordens são duas coisas muito importantes que os pais devem fazer nos momentos adequados, mas às vezes os argumentos da criança podem ter fundamento e coerência, precisam ser ouvidos e respeitados. Ouvir a opinião de uma criança não diminuirá a sua autoridade ou controle, muito pelo contrário, isto os aproximará.

Pais e mães, procurem exercitar a empatia! Procurem descobrir as coisas que seus filhos gostam, as preferências, os ambientes e atividades em que eles se sentem bem. Procurem descobrir o que todas estas coisas significam para eles. Ao descobrirem o “significado do lago” um laço afetivo muito mais forte os unirá! Seus filhos se sentirão mais compreendidos, respeitados e amados!* O que é empatia? É a habilidade de se colocar no lugar do outro e compreender mais profundamente o que o outro sente, pensa ou faz.


(*) Ana Paula Viezzer é acadêmica do 5º. Ano do curso de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e bolsista PIBIC/CNPq

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