quinta-feira, 28 de junho de 2007

CEJA: JUDICIÁRIO E SOCIEDADE CIVIL UNIDOS EM FAVOR DA ADOÇÃO EM SANTA CATARINA

Atualmente em Santa Catarina há aproximadamente 1.000 crianças em medida de abrigo, e, portanto, em situação de risco, pois o tempo prolongado de afastamento dessas crianças de suas famílias pode acarretar o seu abandono total, já que a colocação em família substituta, na modalidade adoção é dificultosa a partir dos 7 anos, e se inviabiliza quando atingem 12 anos, mesmo quando é internacional. Que esta pequena mas relevante obra possa colaborar, entre outras, no sentido de abreviar o tempo das crianças e adolescentes nos abrigos, oportunizando o retorno à família biológica ou colocando-os em família substituta, priorizando, nessa hipótese, a adoção pelos brasileiros. O texto de apresentação acima serve para apresentar um departamento que trabalha promovendo o conjunto da sociedade civil, através dos grupos de apoio à adoção e o Poder Judiciário. Apoiado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, a Corregedoria Geral de Justiça do Estado de Santa Catarina criou a Comissão Estadual Judiciária de Adoção, a CEJA. Para falarmos sobre o universo da adoção em Santa Catarina e também sobre considerações acerca da adoção, PAIS ADOTIVOS SA entrevistou a secretária executiva da CEJA, Mery Ann Furtado e Silva.

PAIS ADOTIVOS SA: Ao ler matéria publicada na edição de 26 de junho do Jornal de Santa Catarina o qual aponta Blumenau como líder no ranking de interessados em adotar uma criança, me vem a seguinte questão: o que leva especialmente a adoção ser tão difundida em ampliada junto à sociedade catarinense?

Mery Ann: Primeiramente, penso que se deve a própria organização do Estado. Temos um cadastro informatizado de pretendentes à adoção que chama Cadastro Informatizado de Adoção e Abrigo - CUIDA. Este é composto por todos os pretendentes, divididos por local de residência, residentes no Estado, em outros Estados e no exterior, crianças em condições de serem adotadas, crianças abrigadas e instituições de abrigo. Este cadastro nos dá um sentido de organização e temos, portanto, um retorno positivo, mesmo que as pessoas não consigam adotar, porque a maioria quer crianças recém-nascidas, pelo menos encontram respostas e acompanham seus processos de inscrição. E outro motivo de grande procura se deve é claro a busca da criança com característica européia. Na verdade, isso é um engano porque em Santa Catarina há uma crescente miscigenação e nem todas as nossas crianaçs são louras de olhos claros.

PAIS ADOTIVOS SA: Esta cultura se deve a tradições européias, já que na Europa é muito comum e normal adotar, vem de uma ampla campanha do Judiciário?

Mery: Todas as campanhas do judiciário catarinense são no sentido de levar à público a dificuldade que o poder judiciário tem de colocar em adoção crianças maiores de 7 anos. São crianças que estão institucionalizadas, sem chances de retorno às suas famílias, sem problemas de saúde, afetuosas, carentes emocionalmente, enfim.. crianças que querem e precisam muito de uma família. Não temos conseguido dar respostas a estas crianças e isto nos frustra imensamente, aí temos como única alternativa a adoção internacional que tem feito muito bem às crianças (comprovado pelo acompanhamento pós adotivo pelo período de 2 anos), mas que não deixa de ser uma medida extrema. É aquela velha história, que será de um país que não tem conseguido acolher seus próprios filhos?

PAIS ADOTIVOS SA: Como se dá o trabalho integrado entre a CEJA e os Grupos de Apoio à Adoção?

Mery: Todas as campanhas do judiciário catarinense são no sentido de levar à público a dificuldade que o poder judiciário tem de colocar em adoção crianças maiores de 7 anos. São cças que estão institucionalizadas, sem chances de retorno às suas famílias, sem problemas de saúde, afetuosas, carentes emocionalmente, enfim.. cças que querem e precisam muito de uma família.
Não temos conseguido dar respostas a estas crianças e isto nos frustra imensamente, aí temos como única alternativa a adoção internacional que tem feito muito bem às cças (comprovado pelo acompanhamento pós adotivo pelo período de 2 anos), mas que não deixa de ser uma medida extrema. É aquela velha história, que será de um país que não tem conseguido acolher seus próprios filhos?

PAIS ADOTIVOS SA: Como se dá o trabalho integrado entre a CEJA e os Grupos de Apoio à Adoção?

Mery:
Temos em torno de 24 grupos hoje em Santa Catarina. Todos estes grupos tem como mentalizadores e fomentadores de ações os técnicos do Poder Judiciário.Tanto aqui da CEJA, quanto das comarcas. Temos assistentes sociais em todas as 110 comarcas do Estado e estas sempre estimulando o movimento dos grupos. Em parceria com a Corregedoria Geral da Justiça do Estado, estes grupos promovem encontros anuais como o que está sendo organizado, o 4º encontro. Estes eventos tem tido um alcance expressivo, mais de 500 participantes, que acabam sendo os multiplicadores destas ações no Estado.

PAIS ADOTIVOS SA: O Cadastro Único proporciona apenas uma única inscrição? E como se dá a aproximação entre adotantes e possíveis adotados em caso de residirem em cidades diferentes?

Mery: Sim, com uma única inscrição o candidato está habilitado em todo o Estado. A aproximação se dá através de contatos dos técnicos do judiciário com os adotantes, estes enviam relatórios da situação sócio-familiar e pessoal da criança, trocam informações por telefone, acompanham todo o processo de preparação da criança, quando maior, e no momento que o técnico sente que há determinação e segurança na decisão do candidato este é chamado para conhecer a criança. Sendo positivo este contato inicial, pode ocorrer de ser concedida uma guarda provisória. Nem todos os casos são precisos dessa forma, porque sempre vai depender da situação caso a caso, mas é mais ou menos assim.

PAIS ADOTIVOS SA: O CEJA garante ou recomenda algum tipo de apoio psicoterápico a famílias que adotam, em especial a adoções tardias?

Mery: Com certeza esse preparo é necessário. Ter um filho é uma decisão muito séria e em casos de adoção tem-se que ter a convicção do acerto, da impossibilidade de devolução, tem que ser como filho biológico, depois que nasce não tem como "devolver". Tem um autor - Bowlby - que trata em seus estudos dessa questão do rompimento dos laços afetivos e em uma de suas obras ele diz que com a perda da mãe também se perderá a vida emocional e sentimental da criança... ora, se assim ocorre, como podemos correr o risco de expor essas crianças a novas perdas, encaminhando-as para pessoas que não estejam absolutamente seguras e preparadas para esse papel de pais, mães? Expor crianças a este risco de sofrerem novas rejeições é um crime, uma irresponsabilidade, uma inconsequencia, uma loucura... as pessoas precisam saber que nossas crianças são muito frágeis emocionalmente, que se entregam por inteiro em suas relações, que se vinculam com facilidade... e que não podem ser traídas nesse afeto, então que se preparem os adultos para recebê-las e que se afastem aqueles que não tiverem absoluta firmeza de seus propósitos, maturidade e equilibrio emocional, e esse equilibrio só se consegue ou com apoio profissional ou com um preparo pessoal consciente e cuidadoso. O que também precisamos combater são práticas de filantropia sobre essas crianças, elas precisam de pais não de caridade.

PAIS ADOTIVOS SA: Qual o maior desafio em se derrubar o estigma da adoção tardia? A derrubada pode vir por um maior esclarecimento da mídia, pode vir por uma campanha efetiva sobre o tema por parte do governo?

Difícil romper com isso, não é só cultural, é social, é uma caracteristica de países não desenvolvidos, onde a demanda do abandono é grande e com isto a possibilidade de escolha. Nos países europeus é pequeno o número de crianças para adoção, portanto, estes povos não \n tem escolha, buscam aqui seus filhos e já nem fazem tantas exigências. Já no Brasil o "mercado é "farto" quando acontece o abandono ou uma destituição do poder familiar não é apenas de um filho, mas de um grupo de 4, 5 ou mais irmãos. E as pessoas até podem escolher, e sempre escolhem, claro os irmãos menores, os bebes, sem se importar com os maiores que ficam, sem se importar com o sentimento de rejeição destes, com a dor da separação, com a saudade, com todos esses sentimentos doloridos de tantas perdas. Na minha opinião, pessoas que permitem ou provocam esse tipo de separação de grupos de irmãos, não tem nenhum preparo para serem pais, revelam-se egoístas, estão preocupados consigo mesmos. Que família pensam construir em cima de tanta dor, da dor daqueles outros irmãos que se vêem rejeitados, que perdem com isso a única possibilidade de viverem juntos o que sobrou de suas famílias. Voltando a sua pergunta, ao meu ver, a mudança só irá ocorrer quando tivermos no país essa "oferta diminuída", ou seja, quando não houverem mais crianças para serem adotadas, quando a adoção for no país uma excessão e não uma regra tão comum como ocorre hoje.

PAIS ADOTIVOS SA: Qual a sua consideração acerca do projeto de lei sobre a Lei Nacional da Adoção, de autoria do deputado João Matos, do PMDB catarinense?

Mery: É nobre a intenção do Sr. Deputado que sempre foi militante e grande aliado nessa área, entretanto, criar leis sobre a matéria não me parece razoável, volto a enfatizar, o que se faz necessário e urgente é viabilizarmos condições para que pais não estejam entregando seus filhos, é orienta-los sobre a paternidade/maternidade responsável e aí vem a necessidade urgente de programas efetivos de planejamento e apoio familiar, enfim... não podemos colocar a adoção como uma condição natural, uma coisa boa, sabemos todos o quanto é prejudicial para uma criança o afastamento materno, o rompimento desse vínculo natural de filiação.

PAIS ADOTIVOS SA: De que forma a bancada estadual, mobilizada em favor da adoção, ajuda no trabalho do judiciário?

Mery: As bancadas municipais, estaduais, federais, estariam contribuindo em muito se em suas legislaturas criassem mecanismos de erradicação da pobreza, da desigualdade social, do desequilibrio na distribuição de renda no país. É vergonhoso e triste uma mãe ou um pai não poder estar com seus filhos por razões de miséria como vem ocorrendo; a nossa legislação dita isso com clareza, portanto, basta cumpri-la.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

SITE FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL E AJURIS PROMOVEM LANÇAMENTO DA CAMPANHA MUDE UM DESTINO EM PORTO ALEGRE

A campanha Mude um Destino, que será lançada hoje, dia 27 de junho, em Porto Alegre em favor da adoção de crianças internas em abrigos, traz à tona o surpreendente dado de que há no Rio Grande do Sul atualmente 3.965 candidatos a pais para um grupo de 616 crianças e adolescentes à espera de adoção. Ou seja, teoricamente, cada criança teria seis potenciais lares à sua disposição.Campanha apresenta depoimentos dos artistas Elba Ramalho e Milton Nascimento.Elba Ramalho é mãe adotiva de duas crianças e Milton nascimento foi adotado por uma família.

Na prática, porém, a situação é outra. Grande parte dessas crianças estão excluídas do processo de adoção, conforme o juiz da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Porto Alegre, José Antônio Daltoé Cezar, porque são portadoras do vírus HIV, ou de deficiência, ou de sofrimento de psíquico ou, ainda, fazem parte de grupos de irmãos, alguns também portadores de deficiências.
A coordenadora da área técnica da Fundação de Proteção Especial do Estado, Ariane Rey Alt Konzen, afirma, baseada na experiência do seu trabalho, que a inserção social num ambiente tido como “normal” aceleraria a capacidade de desenvolvimento dessas crianças. “A diferença de comportamento e desenvolvimento das crianças que são integradas a esses ambientes é muito satisfatória”, diz.

Esclarecimentos de médicos e de profissionais da saúde que cuidam de crianças com essas características podem afastar mitos e preconceitos e ajudar na efetivação de adoções. Para Daltóe, coordenador do lançamento da campanha, é importante que os candidatos conheçam a realidade da criança soropositivo, por exemplo, e entendam que elas podem levar uma vida praticamente normal.

A campanha pró-adoção, lançada regionalmente pela AJURIS, é uma iniciativa nacional da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O presidente da entidade, Rodrigo Collaço, diz que o objetivo é motivar os juízes a darem total atenção ao problema e conclamar a sociedade a se inteirar sobre essa realidade. “Esperamos, ainda, sensibilizar o poder público para a necessidade de programas que permitam o resgate dos valores familiares”, diz ele.

Mudança de perfil

No Rio Grande do Sul, segundo dados da Justiça da Infância e da Juventude, no período de 30 de janeiro de 2005 a 30 de janeiro de 2007, aconteceram 1.588 adoções, entre crianças e adolescentes, com idade entre um e 18 anos. Com o passar do tempo, os casais, ou mesmo homens e mulheres solteiros/ sozinhos, já não buscam adotar apenas bebês. Estão abertos também para acolher crianças maiores e inclusive adolescentes. De janeiro de 2006 a janeiro deste ano, 128 adotados tinham idade entre 11 e 18 anos, o que representa 15,86% de um grupo de 807.

Levantamento

Levantamento feito recentemente pela Fundação de Proteção Especial mostra que estão abrigadas em diferentes instituições 30 crianças na faixa etária entre zero e dois anos. Delas, uma é portadora de deficiência e cinco são portadoras do vírus HIV. Os pais das seis estão destituídos do pátrio poder e as crianças, liberadas para a adoção. De outras três o poder de família foi suspenso temporariamente.

Com idade entre três e seis anos, 37 vivem sob a proteção da FPE; oito são portadoras de deficiência, sete têm doença mental, quatro são soropositivas e 18 não têm problema diagnosticado. Das 37, nove estão aptas para o processo adotivo e outras sete fazem parte de núcleos cujo poder familiar está igualmente suspenso.

De sete a 11 anos, são 120 crianças abrigadas: 19 portadores de deficiência, 30 com doença mental e 14 com HIV. Delas, 29 podem ser adotadas e 34 estão sob suspensão do poder familiar.
Na faixa etária dos 12 aos 15 anos, 58,22% (de um total de 146) apresenta problemas de saúde física ou mental; e dos 16 aos 18 anos 68,75% (de um universo de 112) é portador de alguma deficiência. Da população maior de 18 anos (170 pessoas), 99,41% sofrem com problemas de saúde física ou mental.

SERVIÇO:

O que: Lançamento da campanha Mude um Destino
Dia: Dia 27 de junho, quarta-feira
Horário: 18 horas
Local: Escola Superior da Magistratura (Rua Celeste Gobbato, 229), em Porto Alegre

terça-feira, 26 de junho de 2007

CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA NO DF GANHA APOIO GOVERNAMENTAL

A realização do Primeiro Seminário Pró-Convivência Familiar e Comunitária do Distrito Federal serviu para estreitar os laços entre a sociedade civil e o poder público no que se refere à promoção da convivência na comunidade e na família para crianças e jovens abrigados. Mais de 400 pessoas, representantes de instituições, dirigentes governamentais, integrantes de ONGs e outros assistiram as palestras durante toda a terça-feira (26/6) no auditório Petrônio Portela, no Senado Federal. "Nosso trabalho foi muito positivo, ficou evidenciada a necessidade de se trabalhar em rede", confirmou a presidente do Instituto Berço da Cidadania, Paula Nogueira.

O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, assinou um decreto governamental o qual promove a descentralização do Abrigo Reencontro, antiga Casa de Acolhimento do DF, em quatro casas lares. Também assinou um termo de compromisso para motivar ações governamentais nas áreas de atendimento à criança e ao adolescente no Distrito Federal. Na avaliação de Paula Nogueira, a assinatura firmou o compromisso simbólico do governo local para com as políticas de inclusão para crianças e adolescentes que vivem em abrigos.

Mesmo com o resultado satisfatório, que resultará na produção de uma pauta local para compor o GT Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária, este último coordenado pela Associação Terra dos Homens e mais representantes de 14 estados da federação, Paula Nogueira lembra que deve haver uma maior presença da Vara da Infância e da Juventude do DF nas articulações e atuações em favor da convivência familiar.

Palestras:

As plenárias começaram ainda na manhã desta terça com o painel Famílias e Redes Sociais de Apoio. Ainda pela manhã foram ministradas as palestras Preservando Vínculos: Programas de Apoio e Orientação Sócio-Familiar, Reintegração de Crianças e Adolescentes Abrigados: Possibilidades e Responsabilidades. À tarde, as plenárias ressaltaram os Cuidados de Qualidade nos Abrigos e o Trabalho com as Famílias de Origem, A Importância do Trabalho com as Famílias de Origem, Cuidados no Abrigo: Possibilidades Reparadoras, Com a Palavra, Os Abrigos, Plano Nacional e Diretrizes Internacionais, Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária, Diretrizes Internacionais sobre Proteção e Cuidados de Crianças Privadas de Cuidados Parentais e Acolhimento Familiar e Explorando Novas Modalidades de Atendimento. Este último contou com as apresentações dos cases do Projeto Sapeca, da Prefeitura Municipal de Campinas, SP e da Liga das Senhoras Católicas de São Paulo.

IDEALIZADOR DO PROJETO FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL PALESTRA NO RS

Acontece no próximo sábado (30/6), pela manhã, no Auditório Grande prédio 14, na Universidade Luterana do Brasil(ULBRA), em Canoas, RS, o VIII Fórum da Questão Social,com a temática Abrigagem Infanto-Juvenil- Pressupostos Históricos á Contemporaneidade: uma nova perspectiva. Um dos destaques do evento ficará por conta da palestra de José Ricardo Andrade Fischer, criador do projeto Filhos Adotivos do Brasil. José Ricardo será palestrante no evento, o qual falaraá sobre seu projeto, o site Filhos Adotivos do Brasil, o qual pode ser acessado pelo endereço eletrônico www.filhosadotivosdobrasil.com.br

GRUPOS DE APOIO À ADOÇÃO DE SANTA CATARINA SE REÚNEM EM ENCONTRO ESTADUAL EM AGOSTO

O Amor que Transforma é o título do 4º Encontro Estadual de Grupos de Apoio à Adoção de Santa Catarina, a ser realizado de 30 de agosto a 1º de setembro próximo no Hotel Renar, em Fraiburgo, SC. O evento é uma realização da Corregedoria Geral de Justiça, Academia Judicial, Comissão Judiciária de Adoção (CEJA), e Juizados da Infância e Juventude de Fraiburgo, Joaçaba, Capinzal, Campos Novos e Videira. Inscrições e informações podem ser encaminhadas para os e-mails ceja@tj.sc.gov.br e encad@tj.sc.gov.br

UMA HISTÓRIA DE CORAGEM EM BLUMENAU


Por Daniela Pereira, Jornal de Santa Catarina, Blumenau, SC


Em 1990, Fausto, de cinco anos e quatro meses, chegou à casa da corretora de seguros Úrsula Schwaderer. No início, o relacionamento foi difícil e até passou pela cabeça de Ula, como é mais conhecida, devolver a criança. Mas a situação logo melhorou. Pouco mais de um ano depois, o primogênito começou a pedir uma irmã. Foi aí que amigos da nova mamãe ligaram e falaram sobre Eduardo, na época com nove anos. Em vez de uma irmãzinha, Fausto ganhou um irmão mais velho. Cerca de 11 anos depois, com os filhos criados, Ula resolveu, enfim, adotar uma menina. Eduardo estava casado e Fausto ia estudar na Alemanha. Procurou o órgão responsável e começou a ajeitar os papéis, mas nunca conseguiu terminar. Soube de dois irmãos que estavam no Abrigo Nossa Casa e foi vê-los, sem se identificar. Quando Fausto voltou da viagem, Ula e ele conversaram e decidiram aumentar a família. Antes mesmo de Messias, 8, e Mateus, 7, se mudarem para a casa de Ula e Fausto, já os chamavam de mãe e mano. - Sempre quis ter uma família grande, mas não queria gerar filhos, foi por isso que escolhi a adoção. Passei dificuldades, mas todas valeram à pena. Para mim foi uma realização pessoal, em especial por transformar essas crianças, que não teriam nenhuma chance, em cidadãos - enfatizou Ula.

BLUMENAU TEM A MAIOR FILA DE ADOÇÃO DE SANTA CATARINA

Cadastro Único Informatizado de Adoção e Abrigo de Santa Catarina tem 1.850 inscritos, sendo 205 do município

Por Daniela Pereira, Jornal de Santa Catarina, Blumenau, SC
www.clicrbs.com.br

BLUMENAU - Muito mais do que um ato de amor, adotar uma criança ou adolescente é um ato de coragem. A população blumenauense prova isso ao liderar a lista estadual de interessados em adotar um filho, com 205 pessoas na fila de espera. Os municípios que mais se aproximam deste número são Florianópolis, com 138, e Joinville, com 131 cadastrados. O total de catarinenses no Cadastro Único Informatizado de Adoção e Abrigo de Santa Catarina (Cuida) é de 1.850.

Blumenau tem uma média de 200 interessados na fila por ano, desde 2005. De acordo com a assistente social judiciária Rosangela Oliveira, esse número não varia muito, porque enquanto as pessoas entram na fila, também existem aquelas que conseguem consolidar a adoção. - Mas mesmo assim, é muito maior o número de pessoas querendo adotar do que o número de crianças aptas à adoção. Normalmente procuram crianças com até dois anos, de cor branca e saudáveis - completa Rosangela. Segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social, da Criança e do Adolescente (Semascri), hoje existem seis crianças - todas meninas - aptas à adoção no município: duas com idades entre cinco e seis anos e quatro entre 12 e 17 anos.

Segundo a assistente social, em média, cinco pessoas ou casais procuram por informações sobre o processo de adoção por semana. E duas acabam validando a ação. Sobre os motivos que levam as pessoas à fila de adoção, Rosangela diz que muitos casos estão ligados à infertilidade. Outro destaque, segundo ela, é a consciência da responsabilidade que vão assumir: - Eles já vêm nos procurar com um planejamento, inclusive, financeiro. E são de todas as classes, desde empresários, médicos e dentistas a balconistas, cozinheiras e tratoristas. Eles chegam preparados.

PRIMEIRO ENCONTRO LATINO-AMERICANO PELA INFÂNCIA QUER INCENTIVAR CRIAÇÃO DE FRENTES PARLAMENTARES


A senadora Patrícia Saboya (PSB-CE) disse que o 1º Encontro Parlamentar Latino-Americano pela Infância possibilitará a busca de uma legislação comum para os países da região. Para ela o encontro - que teve início nesta segunda-feira (25) e se encerra na terça (26), na Câmara dos Deputados - deverá também servir de incentivo à criação de outras frentes parlamentares em moldes semelhantes aos Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Criança e dos Adolescentes, da qual a senadora é a coordenadora.

No encontro, a senadora Patrícia Saboya relatou a mudança de foco na atuação da frente parlamentar brasileira que, desde 2003, vem procurando descentralizar sua ação, incentivando a criação de frentes vinculadas às assembléias legislativas nos estados e às câmaras municipais nos municípios. O trabalho, que começou com quatro frentes, tem hoje outras 22, em nível regional e municipal.

A Frente Parlamentar paraguaia, em moldes semelhantes à brasileira, foi criada há 15 dias, informou Carmem Oliveira, da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) da Presidência da República e presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Ela destacou o trabalho realizado pela Reunião de Altas Autoridades em Direitos Humanos do Mercosul Direitos Humanos (RAADDHD) que criou ano passado o grupo intitulado "Iniciativa Ninõsul", cujo principal objetivo é o de consolidar esforços nacionais em torno da Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Dos três focos de trabalho escolhidos - exploração sexual, trabalho infantil e justiça penal juvenil -, Carmem salientou que, sobre a exploração sexual, foi feito o levantamento do marco legal dos países; a sistematização da Convenção; e campanhas públicas unificadas com imagens e apelos publicitários comuns.

Também foi feito e já está em andamento um Plano de Ação Conjunta nas regiões de fronteira, tendo sido mapeadas 14 cidades brasileiras em nove estados que fazem fronteira com a Bolívia, Guiana Francesa, Venezuela, Argentina, Uruguai, áreas de maior vulnerabilidade a problemas como a exploração sexual.

Estiveram presentes ao encontro parlamentares de países da América Latina, entre eles Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile e Venezuela, assessores de parlamentares, representantes de organizações da sociedade civil relacionadas à temática infanto-juvenil, representantes do governo e de entidades ligadas à criança como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Reportagem: Cristina Vidigal, Agência Senado

PRIMEIRO SEMINÁRIO PRÓ-CONVIVÊNCIA FAMILIAR REUNE DEZENAS DE PARTICIPANTES NO SENADO FEDERAL








Aberto oficialmente na noite desta segunda-feira (25/6/o Primeiro Seminário Pró-Convivência Familiar e Comunitária do Distrito Federal não promete apenas debatar uma pauta local para garantir aos menores abrigados condições de sobrevivência e convívio familiar. Foi mais que isso. A plenária reuniu dezenas de representantes de instituições de menores, integrantes dos governos local e federal e representantes estaduais do GT Nacional sobre Convivência Familiar e Comunitária em busca da construção de um novo paradigma social, onde o Estado passará a cumprir o que determina a sociedade civil na área do menor e do adolescente abrigado.




Momentos de emoção marcaram a abertura oficial. Entre eles foi a apresentação do Coral do Nosso Lar, do DF. Formado por crianças abrigadas, com idades entre oito e 14 anos, interpretaram músicas cristãs, com fundo voltado à esperança, o amor e a fraternidade. O destaque da noite foi para o testemunho do mestre em Educação mineiro Roberto Carlos Ramos. Ex-interno da FEBEM de Belo Horizonte, onde foi deixado pela mãe biológica aos seis anos, Roberto Carlos narrou, com muito bom humor, uma história de vida dolorosa e solitária. Tudo veio a mudar na sua adolescência, quando foi adotado por uma pesquisadora francesa. Roberto Carlos completou seus estudos na França e retornou ao Brasil aos 19 anos. O jovem reencontrou com sua família e hoje sua história é um exemplo de vida para todos. É pai adotivo de 15 filhos. Destes, oito ainda vivem com ele em Belo Horizonte. Sua história será roteiro para mais uma produção da FOX Filmes e será lançado no ano que vem. Vamos aguardar.

Nas falas institucionais, a Secretária de Desenvolvimento Social e Trabalho, Eliana Pedrosa, ressaltou a importância do convívio familiar e comunitário para os menores abrigados. Emocionada com o testemunho de Roberto Carlos Ramos, lembrou que aquela história deve servir de lição de vida a todos e que o governo local estará empenhado em assegurar uma política social aos abrigados do DF. A secretária executiva adjunta do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Arlete Sampaio, lembrou as leis e direitos assegurados a criança e ao adolescente e também frisou o empenho do governo federal em trabalhar de forma parceira com o governo do Distrito Federal na promoção de políticas de convívio familiar e comunitário junto a crianças e adolescentes abrigados.

O juiz titular da Vara da Infância e da Juventude do DF, Renato Rodovalho Scussel, salientou a necessidade de se praticar a pedagogia do amor. Representando a Organização Não-Governamental Terra dos Homens, Cláudia Cabral apresentou ao público a publicação GT Nacional Pró-Convivência Familiar e Comunitária, cujo grupo composto por dirigentes de 14 estados brasileiros estão reunidos em Brasília para discutir as diretrizes que vão nortear o Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

SER PAI: DÁDIVA, SONHO, REALIZAÇÃO

O desejo de adotar realmente nasce no coração. E mais, não importam as adversidades. Importa é o amor e o desejo por integrar mais um membro à família. Em meio a milhares de planos pela vida, adotar um filho é o grande desejo do professor André Luiz da Conceição. Morador de Rio das Ostras, o simpático carioca de 36 anos tem duas filhas, uma de 11 e outra de nove anos. Separado, vive na pequena cidade da região dos Lagos com sua filha mais velha. E se prepara para aumentar a família. Como já é pai de duas meninas, André Luiz quer agora adotar um menino, com idade entre oito a 12 anos.

Em entrevista a PAIS ADOTIVOS SA, por telefone, André Luiz conta que o desejo de adotar, de dar um futuro digno e um sobrenome a uma criança que não o tem é também oportunizar a alguém que tenha uma vida exitosa e oportunidades, assim como também teve um dia. André Luiz é também filho adotivo. "Quando nasci, minha mãe biológica, que era à época empregada na casa da família de meus pais adotivos, me deu ao casal com sete dias de vida. Ela continuou trabalhando na casa e eu fui criado por seus patrões. Sempre chamei meus pais adotivos de pai e mãe e ela eu a chamava pelo nome. Cresci assim, em um lar felize e nele tive a oportunidade de estudar, de me formar professor, fazer um Mestrado, me encaminhar na vida", conta.

André Luiz confirma que tem uma relação amistosa com sua mãe biológica. "Ate ajudei-a a construir a sua casa. Sobre os meus irmãos biológicos, não temos nenhum nível de aproximação, porque eles vivem em mundos diferentes e tem pensamentos diferentes do meu", explica, sem nenhum tipo de mágoa. Pelo contrário. A iniciativa de adotar um filho já o fez movimentar documentos junto a Comarca de Rio das Ostras. Mas também está aberto a encaminhar os papéis para outras comarcas no Rio de Janeiro e também pelo Brasil. "Quero realmente adotar uma criança maiorzinha porque são elas que acabam ficando nos abrigos, sem chances de ter uma família", comenta.

Todo este desejo também é partilhado junto a suas filhas. André Luiz conta que sua filha de 11 anos está muito contente e espera a chegada de um novo irmão. A menina, conta o professor, pergunta se terá um parceiro para ir à praia, para serem amigos. Isso é claro, motiva e mexe com toda a família.

Desejamos, em nome de PAIS ADOTIVOS SA que a história de André Luiz tenha um final realmente feliz para todos. Ser pai é dádiva, é sonho e realização.

DF COMEÇA HOJE A DISCUTIR POLÍTICAS DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA A MENORES ABRIGADOS

O Distrito Federal começa hoje (25/6) a construir as diretrizes locais para implantar uma política de promoção, defesa e garantia de direitos da criança e do adolescente à convivência familiar e comunitária. Logo mais, às 18h30min, no auditório Petrônio Portela, do Senado, será aberto o 1º SEMINARIO SOBRE CONVIVENCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA.

O evento visa dar ampla divulgação aos temas contidos no Plano Nacional, bem como estimular a criação de uma rede interinstitucional local para implementação das propostas ali contidas. Uma sequência de palestras e debates vão nortear os gestores locais sobre o tema.

O governador do DF, José Roberto Arruda, deverá estar presente ao evento, onde deverá fazer anúncios à comunidade sobre ações para viabilizar a inclusão e também a melhoria nos programas de atendimento à órfãos no DF.

PAIS ADOTIVOS EM DESTAQUE NO SITE ACONTECENDO AQUI, DE SANTA CATARINA

É com imensa satisfação que divulgo esta notícia. O blog PAIS ADOTIVOS SA é destaque também no site ACONTECENDO AQUI. É um site catarinense de divulgação sobre a mídia. Sobre jornalismo, propaganda, eventos e notícias acerca da produção jornalística. Nosso blog ganhou destaque na capa do site.
Aproveito também para parabenizar a equipe do ACONTECENDO AQUI, na figura de seu editor, Jailson de Sá. E convido também a conhecerem o trabalho deste site bastante interessante. Aí vai o endereço: www.acontecendoaqui.com.br

quarta-feira, 20 de junho de 2007

NOVO ESTUDO SOBRE ADOÇÃO TARDIA APONTA PRECONCEITO

Novos estudos sobre o tema adoção, em especial a Adoção Tardia prometem trazer mais contribuições para a discussão do tema pela academia. Um destes novos estudos sobre o assunto está sendo preparado pela estudante de Serviço Social Adleha Denise Lopis. Seu trabalho de conclusão de curso, a ser defendido no final do ano trata do tema Adoção Tardia, com destaque para a dificuldade de se entregar em adoção crianças maiores. Assim que o trabalho for apresentado e aprovado, PAIS ADOTIVOS irá publicar um resumo de mais uma pesquisa que é favorável ao debate em torno do tema.

Mas a autora do trabalho, Adleha Denise Lopis, nos explica que as conclusões preliminares já apontam para mais um fato que conhecemos, e muito. Conforme Adleha, o preconceito ainda é muito grande, mesmo na adoção de crianças menores. No caso de uma adoção tardia, diz a estudante o preconceito e o temor ainda é maior.

Adleha diz ainda que a maior parte dos casais que querem adotar não possui filhos, em grande parte porque não o podem. Dessa forma, destaca a universitária têm preferência por recém-nascidos ou pelo menos até três anos de idade, pois desejam participar de todo desenvolvimento da criança.

O estudo também fala de muitos outros tipos de preconceitos. As crianças hoje disponíveis para adoção são crianças maiores de três anos, negras e do sexo masculino. Adleha ressalta que a problemática da adoção tardia não para por ai, pois o tema possui enorme complexidade e é pouco discutido no Brasil. "Acredito que esta seja a chave do problema, a falta de discussão sobre a questão. É necessário divulgar a cultura da adoção na sociedade. É de fundamental importância também lembrarmos do papel dos nossos governantes na questão, o que ainda não se verifica. A verdade é que temos muito trabalho pelo frente", encerra.

CASAL BRASILEIRO QUE VIVE NOS EUA QUER ADOTAR CRIANÇAS BRASILEIRAS

Lendo as últimas postagens de um grupo de discussão na rede sobre Adoção, encontrei este relato bastante interessante. É da nossa colega de grupo Sandra, que vive nos Estados Unidos. Ela e seu marido desejam adotar duas meninas brasileiras. Na mensagem eletrônica que ela enviou, e que PAIS ADOTIVOS SA reproduz abaixo, nossa candidata a mãe brasileira expõe algo que pode parecer ser estranho, mas que é um desafio para todos nós. Como lidar com a adoção tardia e também conhecer um lado que ela relata de como é a realidade da criança órfã norte-americana, lembrando que este apontamento é feito diante do que ela relata, portanto todas as considerações são feitas pela internauta Sandra. Leiam e comentem, se assim desejarem:


Bom Dia, amigos, estou no grupo há bom tempo mas nunca escrevi...Agora no entanto gostaria de opinião...Moro nos EUA com meu marido americano. Queremos adotar 2 meninas de qualquer raca. Uma até 9 anos e outra até 5 anos. Eu sei que com certeza consigo adotar uma crianca de 9 anos no Brasil, mas e de 5? Existem criancas entre 3-6 anos à adoção? Ou é difícil?

Bom... Adotar nos EUA é fácil e gratuito (na verdade, eles pagam a gente para adotar), enquanto para adotar no Brasil (morando nos EUA) é caríssimo (entre US$7000 a US$15000 dólares) e demorado. Fora que só podemos adotar crianças que não tenham nenhuma chance de serem adotadas por casais morando no país (por isso pergunto se existem criancas entre 3 a 6 anos para serem adotadas no país).

O problema de adotar criancas americanas é que em geral crianças com mais de 3 anos aqui apresentam SÉRIOS problemas emocionais. A maioria das crianças à adoção aqui foram tiradas dos pais porque os pais eram drogados (e algumas vezes drogavam as crianças), alcoólatras ou porque abusaram da criança sexualmente, psicologicamente (não alimentavam, tratavam como animal, prendiam no sótão, etc) ou fisicamente (espancamentos diários). As histórias são horríveis e as crianças estao em estados sérios... A maioria das crianças com mais de 7 anos tomam medicamentos para problemas psiquiátricos...

Histórias de crianças destruíndo a casa dos pais adotivos, ameaçando matar pais adotivos (às vezes tentando), colocando fogo na casa, causando caos nas casas onde moram são muitas e comuns. Elas fogem, quebram tudo, roubam da familia, batem, atacam, mentem para aassistente social que estão sendo abusadas (conheço dois casais no grupo de apoio em que as criancas mentiram para a assistente que eles batiam nelas porque as criancas queriam voltar para os pais).

Isso é facil de entender devido a todo o trauma que essas criancas passam... Contudo, apesar de querermos adotar, queremos uma vida familiar "normal". Entendo que um tempo de adaptação é necessário, e que esse tempo pode ser grande... mas não pretendo passar os proximos 10 anos da minha vida preocupada se minha filha vai queimar a casa, ou destruir tudo, ou se vai acabar em uma casa psiquiátrica.... Não estamos prontos para esse nível de problemas psiquiátricos. Qual a experiência de vocês com adoção tardia? Foi difícil? Que tipo de problemas vocês enfrentaram? Existem meninas entre 3 a 6 anos à adoção?Muito obrigada pela atenção de todos!!!
Sandra

SAIBA COMO FOI O PRIMEIRO ENCONTRO DE FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL, EM PORTO ALEGRE

Por Daiane Benso, jornalista

No último dia 15 de junho aconteceu no SESC (Porto Alegre - RS) o “Primeiro Encontro de Filhos Adotivos do Brasil”. O evento reuniu pessoas que buscam o mesmo ideal: encontrar sua família biológica.No encontro foram debatidas questões relacionadas á adoção. José Ricardo Andrade Fischer, mentor do projeto, falou sobre a necessidade de ter convicção para fazer suas buscas. Fischer afirma: “Deus é à base de tudo, através dele entendemos a rejeição”.

Para ele, em muitos casos, a rejeição é um ato de amor. E ainda salientou aos convidados a importância de se preparar para reencontrar a mãe biológica, fazendo a seguinte interrogação: “Que tipo de mãe eu vou encontrar?”. Luis Gustavo Silveira (empresário) e Elis Regina Silveira, (psicopedagoga) contribuem com o projeto e estiveram palestrando no Primeiro Encontro de Filhos Adotivos do Brasil.

O casal vê no projeto uma maneira de ajudar as pessoas. Para a psicopedagoga somente a compreensão, o perdão e amor são capazes de transformação. “O amor é uma palavra tão pequena, mas que tem um significado grande”. Luis Gustavo afirma que não existem pedaços de verdade, pois a verdade é um todo. As pessoas presentes no encontro relataram suas histórias e o evento transformou-se em uma conversa entre amigos.

Segundo Aline Silva da Costa, filha adotiva (23 anos, recepcionista) o encontro foi ótimo. “Gostei muito. Senti-me a vontade. Ganhei força e ânimo para continuar a busca.”Para ela, quanto mais pessoas participarem do projeto, melhor ele será. Colocou-se a disposição para ajudar no que precisar. “Ajudarei com palavras de incentivo, alegria, disposição”.Segundo Fischer, haverá outro encontro em breve. “Já foi dado o passo inicial. Agora é necessário colocarmos em prática.” Através da união de todos, o projeto que começou em uma simples idéia, poderá transformar vidas e permitir reencontros.

Depoimento:

"Até que enfim alguém demonstra realmente se importar...Pois por fora somos fortes e sorridentes, mas por dentro só quem sofre calado por não ter com quem se abrir, sabe o que é ser adotado. Muitas vezes temos a cabeça cheia de dúvidas e as únicas pessoas que podem resolver não querem. Agem como se tudo estivesse na mais perfeita ordem. Agora com estes meios de comunicações, espero que todos consigam conquistar o objetivo de “encontrar algum parente biológico". A meu ver o encontro foi muito proveitoso e esclarecedor. Sanei algumas dúvidas e posso até dizer que me aliviei por poder contar um pouco de mim para outras pessoas que passam pela mesma situação". Cláudia Jaqueline Oliveira Hernandez, 31 anos,comerciária. Esteve presente ao encontro, realizado em Porto Alegre.

Leia mais sobre o tema no site Filhos Adotivos do Brasil: www.filhosadotivosdobrasil.com.br

COMENTANDO....

Quero dizer que, a respeito da notícia lida e postada abaixo, digo que a opinião dos internautas também foi a mais diversa. Mas, todos em sua maioria concordaram com um ponto comum. O que se fala é que Gal Costa realizou sim um gesto nobre ao adotar uma criança de dois anos de idade.

A ação de Gal Costa vai de encontro a tudo que procuro defender neste espaço de comunicação sobre o tema. Gal Costa está sim ajudando a derrubar paradigmas a respeito das adoções hoje realizadas no Brasil. Gal Costa é mais uma personalidade do show biz que realiza uma adoção tardia. Isso mesmo. De acordo com a literatura especializada na área, crianças que são adotadas a partir dos dois anos de vida são adotadas na forma tardia. Isso porque mais de 70% dos adotantes hoje no Brasil buscam crianças até três meses de vida.

O fato de Gal Costa ter adotado, ou melhor, está com a guarda provisória de um menino desde abril último, mostra que os conceitos estão começando a se democratizar. Devemos sim acreditar que é possível levar a uma criança mais crescida a chance de ganhar uma família, de desenvolver uma relação de carinho e cidadania. Um adulto criado em um seio familiar é um adulto melhor preparado para enfrentar as adversidades da vida. E é isso que realmente acontece. Gal Costa mostra que é possível adotar, e que para exercer a maternidade não há limite de idade, hora e situação econômica.

Quanto ao caso de furar ou não furar fila, vejo que a preocupação passa a ser menor. O que queremos realmente é ver a curiosidade e o desejo de se falar em adoção adentrar nos poros de nossa sociedade brasileira.

Tá dado o recado.

ADOÇÃO ENTRE FAMOSOS: MP DO RIO DIZ QUE GAL COSTA TERIA "FURADO FILA" DE ADOÇÃO

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro contesta a adoção de um menino de 2 anos pela cantora Gal Costa. Ela obteve a guarda provisória da criança em abril, por decisão da juíza Ivone Caetano, da Vara de Infância e da Juventude da capital fluminense. A Promotoria recorreu da medida e apontou irregularidades no processo.
Segundo o órgão, Gal passou à frente de pessoas do cadastro aptas a fazer adoções.
Luci Vieira Nunes, procuradora de Gal, informou que a cantora hoje mora em Salvador, mas vivia no Rio quando o processo começou. Ela teria cumprido os trâmites de passar por entrevistas com assistentes sociais e psicólogos.

ARTIGO DO OSCAR: QUAIS SÃO OS FILHOS QUE QUEREMOS ADOTAR?

Minha luta é por uma "sociedade democrática livre onde todas as pessoas de todas as raças vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais".
Nelson Mandela


Por Oscar Henrique Cardoso (*)

O que os números apontam a respeito do perfil do adotado no Brasil revela uma realidade escondida em nosso sub-inconsciente. Algo que tentamos esconder, defendendo uma idéia de mestiçagem, de democracia racial que apenas fica na cútis. Não adentra em nossas famílias e não faz parte da composição biológica de alguns dos nossos sobrenomes. Falar em adoção sensibiliza. O gesto lindo dá lugar a exposição do sentimental, e nós vamos então demonstrar indignação por culpar a já tão culpada classe política por mais este fardo, ser a responsável pelas causas do abandono de crianças nas ruas.

Responsabilidades à parte, também temos a nossa responsabilidade como sociedade civil e como brasileiros, frutos de um país miscigenado onde o cruzamento de raças nos deu uma perfeição sem igual. Uma perfeição em sermos fortes para superar dificuldades e ainda sorrir para a vida. Mas o que seria também sorrir para a vida? Também seria tratarmos com maior seriedade e sinceridade sobre o tema racismo. O racismo que é além do institucional, mas sim o racismo mental que está incutido em nós e que nos faz ver crianças mestiças, negras e indígenas (mesmo que em pouca escala no caso das indígenas) crescerem em instituições sem uma palavra, tampouco sem nenhum apoio e acolhida desta mesma sociedade latina que se declara moderna e cosmopolita.
Os números apontam que poucas foram as mudanças e a abertura de muitos futuros adotantes a receber em seus lares uma criança parda ou negra. Reportagem publicada pelo Jornal O Globo, em agosto de 2002 já confirmava que a tendência de tornar a nação brasileira cada vez mais com feições européias ainda permeava a mente de futuros pais e mães. Foi através de um levantamento feito pelo juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro, Siro Darlan, que ajudou a embasar a constatação que já fora feita por diversos especialistas em adoção no país: de 122 candidatos que tinha registrado à época para o processo de adoção, 44 deles exigiram que os futuros filhos fossem de cor branca.

Filhos de cor branca, ao que parecem, acabam levando a muitos candidatos a ter uma tranqüilidade social. Ou seja, tendo em casa uma criança de cor branca, e não mestiça, evitaria um questionamento e também um olhar de pena e caridade por parte de amigos, colegas de trabalho e sociedade em geral. A aceitação e o olhar branco em nós permanece ainda como resquício que trazemos de nosso tempo colonial, onde o barroco alvo das imagens católicas trazidas pelos jesuítas nos fazem ainda interligar que o céu e que a beleza é alva, pura, branca.

Mais preocupados com o alvo da cor da pele também revelam outras estatísticas. Como a que fora produzida pela Universidade Federal do Paraná, onde comprova que menos de 5,5% das crianças negras são adotadas. Se a idade for maior de três anos de idade e menino, aí mesmo é que os números caem. Caem porque existe em nós o medo: o medo que transcende a cor da pele, o medo da rejeição, o medo de não arriscar investir e construir em um futuro para estas crianças. O medo porque ouvimos dos mais antigos que “pau que nasce torto não se indireita”. Afirmação esta que ressalta, neste caso, preconceito e discriminação para com crianças que não cometeram pecado algum. Pelo contrário, nasceram e merecem ser felizes, construindo relações de amor e segurança familiar e com o coletivo.

Em um país que tem mais de 80 milhões de afro-descendentes, crianças pardas, ou as famosas “misturadas” como chamamos, também acabam padecendo do abandono em instituições que ainda funcionam como depósitos de pessoas.

No Brasil pluriracial, 23,8% de crianças pardas, conforme aponta a pesquisa da Federal do Paraná, ganham a chance de ter uma família. Talvez estas sejam adotadas por casais mais idosos, com maior poder aquisitivo, e que não se importam tanto com a cor da pele. Fazem sim da adoção um ato de benemerência.

A dura face do racismo se apresenta também de uma forma branda, amena, sem discursos agressivos, mas simplesmente composto por ações práticas. Práticas em muitas vezes já combinar uma adoção pronta em uma maternidade, procurando saber se a criança que chegará ao mundo será um bebê, do sexo feminino e de cor branca. Se o futuro bebê chegar ao mundo com estas características, este será felizardo em crescer em um lar da classe média brasileira. Se for ao contrário, já deixará o hospital diretamente para um abrigo e lá contará com a sorte. Sorte de ganhar um futuro pai ou uma futura mãe brasileira? Só com muita sorte mesmo. Primeiro porque precisa realmente derrubar duas barreiras: a barreira momentânea de um possível arrependimento da genitora, a qual pode recorrer na Justiça pelo direito de criar seu filho, confirmando ter sido vítima de depressão pós-parto ou outro mal qualquer e derrubar a barreira do preconceito social. Este então é aquele que está intrínseco e escondido dentro de nós.
É o mesmo que nos faz preparar respostas mais ou menos prontas em nossa cabeça. Respostas prováveis a alguns prováveis questionamentos sociais como: que lindo, que gesto de amor vocês fizeram? Pegaram um “negrinho para criar... olha, é como se fosse da família. E mais, irá carregar a estigma além da cor da pele. O dever de ser bom, grato e de jamais fazer algum tipo de malcriação. Se apresentar conduta contrária ao padrão alvo e politicamente educado, está fadado à rejeição. Mais uma, além do útero de uma genitora. A rejeição social.

Adotar é transpor barreiras, é lutar para derrubar preconceitos. Em especial se a adoção partir para a forma tardia, onde uma criança maior de dois, três anos de vida assim verá o direito sagrado e legal de crescer em um ambiente familiar – sanguíneo ou não, ser cumprido e respeitado, a ação de ofertar amor e cidadania será plenamente exercida. Derrubar preconceitos passa sim por derrubar estatísticas. Reverter números que ainda comprovam o anseio de se constituir o molde de um filho ideal, que passa pela cor alva da pele, do sexo feminino e com o desejo perfeito de ser o filho amoroso, responsável, cumpridor de toda e qualquer ordem sem pestanejar ou questionar.

Adotar passa também por discutir o tema dentro do Estado. Passa por reinvindicar, construir políticas públicas que facilitem a adoção para famílias brasileiras, que promova campanhas e programas educativos sobre o tema, que se fale e discuta em sociedade a adoção de crianças negras, pardas, adoção como um novo modelo de constituição familiar, adoção de crianças portadoras de necessidades especiais, soropositivas do vírus HIV, adoção por casais homossexuais. É momento de trabalharmos juntos, de Norte a Sul, por uma real constituição de uma legislação que facilite não só o direito de adotar, mas que também implante ações para assegurar convivência familiar (ou não) entre órfãos e suas famílias de origem. As mesmas iniciativas devem sim erradicar o abandono, promovendo a auto-estima das crianças que vivem em abrigos e suas famílias. De mãos dadas, com o Estado, vamos construir caminhos para a cura, a cura de uma ferida social que sangra. Uma ferida inflamada, porque os cerca de 80 mil menores que vivem em instituições brasileiras irão um dia cobrar da sociedade o porquê da mesma virar as costas para os muros que as separam do restante de nossas comunidades.

Esse mesmo grupo social irá cobrar exclusão. Reação e reparação. Reparação por anos de abandono, onde a culpa vai além de uma questão biológica. Vai de um círculo. Um círculo de dor, miséria, violência e abandono. Pois quem vem do abandono irá repetir o ciclo vicioso se nada for feito para que pare, sinta e observe uma saída para manter o elo familiar devidamente vivido.

O Estado também é convidado a apoiar a todos os candidatos, pais e mães adotivos. É convidado a ofertar apoio psicológico junto às Comarcas da Infância e da Juventude, para apoiar, gratuitamente, pais e filhos em processo de construção. Porque as relações familiares a partir de uma adoção, na prática, se reconstroem, tanto entre marido, esposa e filhos.

O Estado também é convidado a estreitar as suas relações com a mídia, para juntas falar e promover o amplo debate sobre o tema Adoção nos meios de comunicação. Hoje a abordagem se dá de forma satisfatória, mas pode ocupar horários nobres. Pode a adoção em nosso país ganhar uma contemporaneidade e esta sim ser modelo para toda uma América Latina que engatinha ainda na sua formação social, política e econômica. Isso mesmo, porque falar em adoção também é falar em economia, em reduzir os números do abandono, cifras que irão engrossar a indústria do crime, principalmente se nada fizermos para os jovens negros, negras e mestiços os quais deixa os abrigos ao completar a maior idade. A violência e a desagregação familiar também ajudam a reforçar o racismo. Porque vemos como imagem de miséria e desagregação, famílias negras. É a primeira imagem que nos vem à mente, mesmo que também a pobreza atinja a brancos, índios, orientais e assim por diante.

Fica percebível que o texto começa falando em racismo, em números de discriminação e termina no papel do Estado. Falar de racismo e adoção, perguntando quais os filhos queremos adotar passa sim por levar a todos tais visões, tais constatações. Racismo é além de um problema estético: é social. Adoção é mais do que o resultado de um problema apenas governamental: também é social.

Diante, somos então mais uma vez convocados a responder, primeiramente a nós mesmos, “quais são os filhos que queremos adotar?”.


"Um dia meus filhos viverão numa nação onde não sejam julgados pela cor de sua pela, mas pelo conteúdo do seu caráter".
Martin Luther King

sábado, 16 de junho de 2007

COMO REDUZIR O ABANDONO E O ABRIGAMENTO NO BRASIL?

Que soluções podem enfim auxiliar a amenizar o abandono e também a institucionalização prolongada de crianças e adolescentes? Alguns tópicos foram ressaltados na palestra Abandono e Adoção, dada na última quarta-feira (13/6) na UnB, em Brasília, pela professora-doutora Lídia Weber, da Universidade Federal do Paraná. Vários pontos importantes foram apresentados pela pesquisadora para erradicar o abandono e reduzir a institucionalização. Vale sempre lembrar que o abandono também é um problema social, e nós podemos ser agentes de transformação. Saiba algumas propostas:

* Criação de uma rede de apoio comunitária, ofertando suporte para famílias carentes;
* Apoiar as famílias de origem, caso o único motivo para a institucionalização seja a miséria;
* Integrar os Grupos de Apoio à Adoção em todo o país;
* Descentralizar os processos de adoção, também oportunizando a ação da sociedade civil;
* Promoção de trabalho pedagógico sobre adoção nas escolas. A adoção como um modelo de filiação, além do biológico, também deve ser explicado em sala de aula;
* Realização de campanhas de esclarecimento de como é a vida nos abrigos. A sociedade precisa conhecer o que é um abrigo e as formas de abrigamento;
* Informatizar cadastros, estaduais e nacionais. A informação sobre crianças disponíveis e casais aptos à adoção deve circular em todas as comarcas, assegurando a instalação de um cadastro único.
* Promover o resgate dos vínculos afetivos do órfão ou adotado com sua família de origem;
* Agilização dos processos de destituição familiar, reduzindo assim o tempo de abrigamento;
* Implantação de creches públicas;
* Realizar a extinção das grandes instituições, criando assim as "casas-lares";
* Implantação de repúblicas comunitárias para os jovens que completam 18 anos e precisam deixar os abrigos por força legal (maior idade civil);
* Assegurar assistência a criança e ao jovem órfão em ambiente escolar;
* Capacitar psicólogos para atuar na área de adoção, junto a abrigos e instituições de menores;
* Incentivo ao trabalho de grupos de apoio para famílias biológicas;
* Avaliação períodica dos abrigos, quanto ao espaço físico, convivência social e atividades de profissionalização de jovens;
* Trabalhar educação sexual nas instituições e também nas escolas;
* Promover convênios com universidades para realizar ações de promoção da adoção e também para abordar os temas abandono e abrigamento;
* Trabalhar junto a comunidade, em especial as comunidades carentes, contra a estigma de miséria, valorização da família, preservação e proteção de menores;
* Promoção de programas para profissionalizar famílias abandonadas;
* Ofertar as crianças abrigadas o histórico de suas vidas, levando a elas o direito de conhecer a verdade de seu abrigamento, origem biológica e todas as informações as quais forem pertinentes;

CONHEÇA MAIS SOBRE O IDEALIZADOR DO SITE FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL

Por Daiane Benso, jornalista

“Sempre quis saber quem era minha mãe biológica”. Foi com esse propósito que José Ricardo Andrade Fischer, (41 anos), comerciante, transformou sua vida em uma constante busca por suas origens.

Fischer sempre soube que era filho adotivo, mas foi a partir dos 12 anos que se interessou em procurar a família biológica. A busca começou dentro da própria casa, nas perguntas que fazia a sua mãe adotiva, da qual não surtiram efeitos positivos. Aos 15 anos de idade resolveu ir a cartórios e orfanatos intuindo encontrar maiores informações, no entanto essa busca foi em vão.

Aos 17 anos encontrou dentro da própria casa, a certidão de adoção, constando o nome da mãe biológica completo. Assim começou a investigação, que segundo Fisher não foi fácil. “Em certos momentos pensei em desistir, parecia impossível reencontra-los”.

Foi por acaso que nessa mesma época, encontrou em uma lista telefônica o nome do irmão de sua mãe biológica, Denis Molarinho. O mesmo não falava com a mãe de Fischer há 20 anos, no entanto indicou o telefone da suposta vó.

Entrou em contato com a vó, que sabia poucos detalhes da filha, mas pode informá-lo que ele possuía um irmão gêmeo, também deixado na adoção, este segundo o registro chamado de Paulo Ricardo Molarinho. A mesma informou o local onde supostamente trabalhava a mãe de Fischer, (prefeitura de Viamão, cidade metropolitana de Porto Alegre).

Depois destas descobertas, permaneceu algum tempo sem procurar. Mas em outubro de 1992, uma semana antes de nascer seus filhos, quando tinha 24 anos, finalmente encontrou sua mãe biológica.

O encontro foi tumultuado. Fischer foi à prefeitura de Viamão, mas ela não estava. Descobriu que os funcionários da prefeitura estavam no Cantegril, (clube de lazer de Viamão), trabalhando na eleição.

Logo ao chegar, reconheceu-a. “É instinto. Tinha certeza que ela era a minha mãe”, relata. Mas mesmo assim perguntou ao fiscal da mesa o nome da mulher, e ele confirmou sua expectativa. Ela se chamava Ana Aurora Molarinho, era a sua mãe, aquela do qual ele sempre sonhou em reencontrar um dia.

Dona Ana reconheceu-o e chorando veio ao seu encontro. Ela estava muito assustada. Fisher sentia-se da mesma maneira, “Eu estava apreensivo, é uma angústia muito grande”.
Conversaram durante umas três horas. Dona Ana relatou que por ter engravidado quando ainda era solteira e ter sido rejeitada pela família, se viu obrigada á abandonar os filhos quando estes tinham apenas um ano de idade.

Durante um período de quatro anos se viam de uma a duas vezes por semana.

Depois houve algumas brigas devido Fischer insistir em querer saber os reais motivos de ter sido deixado para a adoção, em querer saber quem era seu pai e seu irmão. Isso provocou o afastamento e a ruptura da relação.

Faz 10 anos que não existe nenhum tipo de contato entre eles. “Sinto muita saudade dela. Apesar de todos os motivos é minha mãe, e amo-a muito”, relata Fischer.

Por querer saber sua história e ter a curiosidade sobre o ato de adoção, resolveu colaborar com as pessoas que passam pelo mesmo problema, dor e angústia que ele passou.
No início do mês de abril criou uma comunidade no site de relacionamentos da internet, (orkut) que se chama “Filhos adotivos do Rio Grande do Sul”, que tem 80 membros e está crescendo cada vez mais.

Por essa razão dedicou-se a criação de um site: “Filhos adotivos do Brasil”, que teve a página lançada no dia 15 de junho de 2007. No mesmo dia aconteceu a primeira reunião com todo o grupo de pessoas que estão integrando e participando do projeto.

Fischer é casado e tem um casal de gêmeos: Bárbara e Mateus, de14 anos. Tem como pretensão adotar mais duas crianças e continuar trabalhando na missão de reencontrar aqueles que um dia por ventura os deixaram para a adoção, mas que, no entanto foram responsáveis pela origem de suas vidas.

TERESÓPOLIS (RJ) PROMOVE VII CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Teresópolis, Rio de Janeiro, promove no dia 27 de junho a VII Conferência Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente de Teresópolis. O evento será realizado no Teatro do Serviço Social do Comércio (SESC), Avenida Delfim Moreira, 749, Centro.

Confira a programação oficial:

Dia 27 de junho de 2007

13h - Credenciamento

13:15h - Abertura

* Dra. Inês Joaquina S. S. Coutinho - juíza de Direito da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso
* Dra. Theresa Christina S. Arcanjo - promotora de Justiça
* Sra. Tereza Cristina Alvares dos Santos - presidente do CMDCA
* Sra. Iracema Toledo Motta Braga - secretária Municipal de Desenvolvimento Social

13:30h - Sistema Nacional de Atendimento Sócio-Educativo (SINASE): Marco Regulatório do Atendimento Educativo.
* Conferencista - Dr. Carlos Nicodemus - coordenador executivo da Organização de Direitos Humanos - Projeto Legal

14h - Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária: Marco Regulatório da Política de Proteção.
* Conferencista - Dr. Sávio Bittencourt - promotor de Justiça

14:30h - Orçamento Criança e Adolescente: Garantia de Direitos.
* Conferencista - Sra. Ana Ribeiro - assistente social/UFRJ

15h - Perguntas

15:15h - Intervalo para o Café

15:30h - Trabalhos em Grupo

16:30h - Apresentação dos Trabalhos

17:30h - Eleição dos Delegados para a Conferência Regional

18h - Encerramento

O prazo de inscrição é até o dia 21/06/2007 e as fichas deverão ser entregues na Sala dos Conselhos, na Galeria ao lado da Cedae, ou na VIJI, aos cuidados da Psicóloga Eliana.
Informações pelo telefone (21)3641-3019 - sala dos Conselhos.

FILHOS ADOTIVOS FALAM DE CORAÇÃO

Quando falamos de adoção, devemos ter o cuidado de analisar todos os lados de uma situação. Falar em adoção implica em olharmos e refletirmos sobre abandono, solidão e esperança. Para nos ajudar a ilustrar um pouco mais sobre este universo cercado de realidade e de dor, principalmente para os milhares de órfãos que vivem em instituições por todo o país, a professora-doutora Lídia Weber, da Universidade Federal do Paraná, em seu mais recente livro "Filhos Adotivos, Pais Adotados", nos envia, em especial ao PAIS ADOTIVOS SA, depoimentos de crianças abrigadas e de pais e filhos adotivos. Leia abaixo e junto acompanhe relatos de emoção, sonho, abandono e fé, fé em dias e momentos felizes:

LUIZ, 10 ANOS

"Meu pai morreu, minha mãe não tinha como cuidar de nós, daí vim pra cá, ela e minha tia me trouxeram. Tinha seis anos e minha mãe disse que ia vir me buscar no sábado e não veio… Já tenho dez anos e faz mais ou menos um ano que minha mãe não vem me ver, só uma tia de Santa Catarina. Não lembro como era a vida com minha família… mas é melhor aqui, lá era ruim… Meus desejos são que minha família seja boa, que não falte comida para minha mãe e que este lar não se desmanche para que outras crianças possam morar aqui… Quero ser adotado para quando eu crescer ajudar minha mãe… Acho que não fui adotado porque Deus não providenciou…Se eu fosse adotado ia ter uma família que me desse carinho, ia ser diferente, eu ia ser mais feliz…"

SORAYA, 11 ANOS

"Quando fui pela primeira vez para um orfanato eu era nenê de meses; o juizado me pegou em casa, não sei por que. Com um ano voltei para minha casa e fiquei em casa até os seis anos. Fugi cinco vezes de casa e eles me levavam de volta, eu fugia porque eu não gostava da minha mãe, às vezes ela judiava. Esta é a quarta instituição e estou com onze anos. Só conheço minha mãe, mas faz tanto tempo que ela veio aqui que não lembro mais…Da minha família eu não sei, acho que eu gosto um pouquinho só. Era mais ou menos bom e ruim. De bom é que minha mãe comprava coisas pra mim. De ruim… ela deixava a responsabilidade de cuidar de nenê e fazer comida na minha mão…minha mãe pisava na minha garganta… Se estivesse com ela… não sei… melhor aqui… Tenho só um desejo “ser adotada”, só… E ficar junto com minha madrinha, ela me deu uma bicicleta, mas eu não posso ficar com ela porque ela viaja… Seria ruim se isso não acontecesse. Acho que não fui adotada porque tenho bastante irmãos e por “causa” que minha mãe não deixa… Mas se eu fosse seria legal… Só !!!"


RICARDO, 14 ANOS

"Moro aqui desde os onze anos, foi minha mãe que levou a gente lá, daí um cara do juizado me levou… Fiquei mais perdido porque eu não conhecia ninguém. Tenho que me informar mais, não sei explicar por que moro aqui… Nunca recebi visitas, mas tenho pai, mãe, irmãos, tias e vôs…Tenho quatorze anos e agora não sinto nada por meus pais, nada… Quero casar, acho legal, eu quero construir uma família, um novo começo… ter filhos porque eu gosto muito de criança… Queria ser adotado “pra” ter uma chance de ter uma família e conhecer o mundo lá fora… Preferia um casal que fosse bacana… Já aconteceram vários problemas, uma casal quis me adotar, mas já tinha filhos, daí o juiz não quis deixar, iam dar mais amor para os outros filhos… e outra a família tem que ficar um mês no Brasil para habitar junto… eles acharam ruim, já tinha arranjado dois nos Estados Unidos… Não sei se vou ser adotado… Tenho uma esperança… mas de quinze para cima não vai mais…"


FAMÍLIA CUIDA DA GENTE

Emanuelle Nogueira

Eu sempre soube que era filha adotiva. Acho bom porque tenho uma família que gosta muito de mim. Acho que gostaria de conhecer minha outra mãe, só para ver como ela é, mas não quero morar com ela. Gosto da minha família! É legal falar de adoção para outras pessoas... Tem muitas crianças nos orfanatos e acho que falar de adoção pode ajudar essas outras crianças que podem ser adotadas como eu fui. É bem gostoso ter uma família porque tem gente para cuidar da gente. Na primeira série eu contei para minha amigas que era filha do coração e que me escolheram. Eu gosto de ser filha do coração e me acho uma menina feliz. Tenho bastante carinho da minha mãe e do meu pai. Eu queria dizer para minha mãe e meu pai que eu gosto muito de estar na casa deles e que eu amo “eles”. Eu queria que todas as crianças pudessem ter uma família como eu tenho.

Emanuelle Nogueira, estudante, tem 7 anos e é filha de Tereza Nogueira Rodrigues Ferreira e de Valdir Antonio Ferreira. Tem 3 irmãos: Geovana, 19, Elton, 12 e Maria, 33. Residem em Curitiba – PR.


TODAS AS CRIANÇAS DEVERIAM MORAR COM UMA FAMÍLIA

Cláudia Maria Laskos

Não acho que exista diferença em ser filha adotiva. Uma pessoa pode ter nascido da barriga e outra ter sido adotada e o amor é o mesmo. O mais importante é a gente ter o carinho da mãe. Tem gente que fica me perguntando como é ser filha adotiva, se é ruim. Eu digo que não tem nada a ver, que o amor é igual (ou pode ser melhor!) e que a gente tem muita sorte de ter uma família porque tem muitas crianças que ficam a vida toda em orfanatos. Isso é triste. Eu me sinto uma criança bem normal e... feliz!

Eu só tenho mãe e ela é legal pois faz o papel de mãe e de pai; às vezes isso também pode ser melhor porque vejo que tem muitos pais que bebem, maltratam os filhos ou a esposa... No dia dos pais eu faço homenagem para a minha mãe! Sempre vai o meu padrinho nas festas e ele ganha o presente do pai, mas mesmo assim sempre tem um presente que dou para a minha mãe. Ela é minha mãe-pai!

Penso que é importante falar de adoção porque as pessoas podem se tocar com isso e também adotar uma criança. Se outras pessoas adotarem essas crianças, vão ser felizes e vão saber o que ter pai e mãe, família... Fico triste quando ouço que têm crianças que moram nas ruas. Não acho certo. Acho que todas as crianças deveriam morar com uma família.

Não, eu não penso e nem tenho vontade de conhecer e muito menos de voltar com a mulher que me carregou na barriga. Estou bem demais aqui e nunca, nunca mesmo, quero ir embora nem ficar longe da minha mãe. Não é importante se eu sou morena e a minha mãe é loira. Isso não tem nenhuma diferença no carinho que a gente sente uma pela outra. Deixar uma mensagem para minha mãe? Bem, eu quero dizer: “obrigada porque você me dá a maior força e... eu adoro você!” Nossa! Eu não largo dela nunca! Somos muito felizes!

Cláudia Maria Laskos tem 9 anos, é estudante, e reside em Curitiba com sua mãe Paulina Laskos, técnica de ensino (SENAI/PR).

LAR DA CRIANÇA PADRE CÍCERO, OBRA DE AMOR PELA INFÂNCIA NO DF

O Lar da Criança Padre Cícero, em Taguatinga, tem capacidade para abrigar até cem crianças em suas três casas-lares, com idade entre zero e 18 anos. Essa estrutura inclui um berçário equipado para receber 20 bebês. Já a creche recebe mais de 200 meninos e meninas para períodos diários de 12 horas – atualmente, são 235, com idades variando de 6 meses a 6 anos.

Breve histórico:

A obra de assistência à criança e ao adolescente órfão e abandonado foi iniciada em 1974, pelas mãos de Maria da Glória Nascimento de Lima, em sua casa, na QNA 06 casa 24, em Taguatinga. Na época, ela abrigava com seus poucos recursos 90 crianças abandonadas. Atendia ainda, como voluntária, cerca de 400 famílias residentes na antiga invasão “Chaparral”, arrecadando cestas básicas, prestando atendimento as gestantes, dentre outras atividades.

A instituição foi formalmente criada em 1984, recebendo o nome de Lar da Criança Padre Cícero, conforme Registro de seus Atos Constitutivos, no Cartório do 3º Ofício de Taguatinga, na data de 27 de abril daquele ano. Dispondo de seus bens, “Glorinha”adquiriu, em 1988, um terreno junto à Terracap onde, com muita dificuldade, promoveu a construção da sede da Entidade na Área Especial nº 37 do Setor QNG em Taguatinga, onde funciona até hoje. De lá para cá a instituição vem ampliando suas áreas de atuação e formando parcerias que possibilitam sobrepor o auxílio meramente paliativo, passando a promover a reintegração definitiva dos indivíduos à sociedade ao mercado de trabalho.

Todos os programas desenvolvidos estão devidamente consubstanciados em relatórios que são periodicamente enviados as instituições competentes, inclusive à Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, Ministério Público e ao Conselho de Assistência Social (CAS).

Quer ajudar?

Há muitas formas de ajudar o nosso trabalho. Uma delas é se tornar mesadeiro, ou seja, contribuir regularmente. Quem tem conta no Banco do Brasil pode fazer isso facilmente. Basta acessar o site do Banco do Brasil (www.bb.com.br) e depois de fazer o logon no sistema, escolher a opção mesada no menu transferências.

Viste o site do Lar da Criança Padre Cícero, de Taguatinga, DF no endereço: www.larpadrecicero.org.br

SÁBADO QUE VEM TEM ARRAIÁ DO PADIM CIÇO EM TAGUATINGA, DF

Esse convite é para os meus vizinhos candangos. Se você não tiver uma idéia de um bom programa para fazer no próximo sábado, dia 30 de junho, você é convidado a se divertir em um arraial bastante solidário. É o Arraiá do Padim Ciço. Animação, comidas típicas e boa música começam a partir do meio-dia na sede do Lar da Criança Padre Cícero, que fica na QNG 27, Área Especial 4, em Taguatinga Norte, DF. O convite é para prestigiar e levar alegria para as crianças que vivem lá.

Aliás, com certeza, quem vai ganhar é você. Porque participar de uma festa junina rodeado de crianças é o que é de melhor. Vamos participar. Estão todos convidados.

PROJETO ACOLHER REALIZA REUNIÃO EM SÃO PAULO

O Projeto Acolher, de São Paulo, realiza neste sábado, 16 de junho, reunião de acolhida de novos participantes. O tema central do encontro, será Conversas sobre Adoção. A recepção começa às 15h30min e a reunião às 16h. Para você que está em São Paulo e deseja participar da reunião e saber tudo sobre adoção, vá até a sede do Projeto Acolher, no EMEI Francisco Manuel da Silva, que fica na Praça Professor Hélio Gomes, 64, Jardim Campo Grande.

Só para informar, o Projeto Acolher realiza no próximo dia 30 de junho, Festa Junina. As próximas reuniões acontecem nos dias 4 de agosto, 1º de setembro, 6 de outubro, 10 de novembro e 8 de dezembro. O Projeto Acolher também tem um blog na rede. O endereço é www.projetoacolher.blogspot.com

PARTICIPE

A programação completa do Primeiro Seminário Pró-Convivência Familiar e Comunitária do Distrito Federal pode ser conferida no site do Instituto Berço da Cidadania, no www.bercodacidadania.org. Informações sobre o evento também estão disponíveis no site da Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho do Distrito Federal, no endereço eletrônico www.sedest.df.gov.br

O blog PAIS ADOTIVOS SA apóia a idéia e estará presente ao evento, com cobertura total.

sexta-feira, 15 de junho de 2007

BRASÍLIA COMEÇA A CONSTRUIR POLITICA LOCAL DE CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Representantes de abrigos do Distrito Federal deram a largada para a construção de uma política local em favor da Pró-Convivência Familiar e Comunitária de crianças abrigadas na região. Em encontro realizado na sede da Promotoria de Justiça e Defesa da Infância e da Juventude nesta sexta-feira (15) foi apresentado aos participantes a programação oficial do Primeiro Seminário Pró-Convivência Familiar e Comunitária do Distrito Federal, a ser realizado nos dias 25 e 26 próximos no Auditório Petrônio Portela no Senado Federal.

Durante pouco mais de duas horas, gestores de abrigos debateram com representantes da ONG Instituto Berço da Cidadania, Ministério do Desenvolvimento Social e Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho do Governo do Distrito Federal, a situação dos abrigos e propostas para fomentar ações de convivência familiar e comunitária para com os internos. As conclusões dos participantes, os quais deverão formar um Grupo de Trabalho Interinstitucional em favor da criação de uma política local para convivência, apontaram a necessidade de se integrar mais os abrigos e principalmente receber apoio efetivo do governo para a realização de iniciativas em favor do fortalecimento do vínculo familiar e inclusão de jovens abrigados, os quais deixam as instituições ao completarem 18 anos sem acesso à educação e ao mercado de trabalho.

Presente a reunião com as instituições candangas, o psicólogo Alexandre Reis, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome se declarou satisfeito com os resultados dos trabalhos preliminares. Alexandre Reis será palestrante no evento da semana que vem, onde falará sobre o Plano Nacional de Convivência Familiar e Comunitária.
PARTICIPE:
As inscrições para o Primeiro Seminário Pró-Convivência Familiar e Comunitária do Distrito Federal podem ser feitas pelo sites do Instituto Berço da Cidadania (www.bercodacidadania.org) e da Secretaria de Desenvolvimento Social e Trabalho (www.sedest.df.gov.br)

ADOÇÃO POR FAMOSOS: AMOR, GLAMOUR OU AÇÃO POLÍTICA?

Quando se fala em adoção entre o meio artístico, o glamour acaba virando polêmica. Depois de Angelina Jolie declarar esta semana que deseja ter 14 filhos - claro que a maioria será adotiva, uma nova estrela internacional pode ter adotado seu primeiro filho. Falo de Halle Berry. A estrela de Battmann e de outros filmes de sucesso mundial foi vista em uma lanchonete da Rede Mc´Donalds, em Los Angeles, acompanhada por um menino, com idade aproximada de três anos. Até aí tudo bem, mas o detalhe que mais chamou atenção dos papparazzis de plantão foi o fato de ela ter colocado em seu carro o adesivo "Bebê a Bordo".

Se este caso de adoção se confirmar, será mais um final feliz para um ex-órfão. E o coro em favor da adoção também aumenta no cenário artístico brasileiro. Zeca Pagodinho, que já é pai de uma menina, adotiva, declarou recentemente que pretende adotar outro filho. E por aí vai.

É claro que o tema acaba gerando polêmica. Afinal, as adoções estão ocorrendo por um ato de amor ou manifestação política e social?

PAIS ADOTIVOS SA ouviu duas especialistas sobre o tema Adoção no Brasil para repercutir a pergunta que não quer calar.

Para a diretora-executiva do CECIF, Gabriela Schreiner, a ação de adotar é um ato profundo, pois se constitui na ligação do mais profundo elo que pode existir entre um ser humano: o laço entre pai, mãe e fiho. Para ela, quando se fala em adoção, deve-se levar em conta que o tema a ser tratado inclui uma vida, a qual traz uma herança de abandono e exclusão. Favorável a toda e qualquer divulgação sobre a adoção, Gabriela chama atenção para os últimos casos de adoção no meio artístico. Especialmente para o casal Angelina Jolie e Brad Pitt. Segundo a diretora do CECIF, até que ponto tais adoções feitas pela família Jolie-Pitt não são um ato político? Ou seja, a iniciativa de um casal norte-americano, bem sucedido, em adotar crianças dos mais variados continentes, principalmente de países com povos abaixo da linha de pobreza não significaria a sobreposição da cultura e dos valores norte-americanos? A questão, segundo a especialista, é para se pensar, mesmo aprovando e incentivando a adoção, seja por pessoas famosas ou não.

A professora-doutora Lídia Weber, da Universidade Federal do Paraná, pioneira nas pesquisas sobre Abandono e Adoção no Brasil comenta que é favorável as iniciativas realizadas pelos famosos. Conforme ela, a adoção de uma criança por um artista serve sim para divulgar e desmistificar todo um pensamento existente sobre o tema. Lídia Weber avalia que somente com o debate, em especial o promovido pela mídia, estará sim criando uma nova cultura de adoção no Brasil, onde devem ser vencidos os preconceitos contra cor e faixa etária.

E você, caro leitor? Como você avalia os casos de adoção feitos por famosos? É realmente um ato de amor ou jogada de marketing?

Envie sua postagem, opinião, ou então e-mail para oskarhcardoso@gmail.com

EU ACESSEI, VI E GOSTEI

Lançado ontem em Porto Alegre, em jantar no Serviço Social do Comércio (SESC), o site FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL traz uma proposta inovadora e interessante: promover, pela WEB, encontros de filhos adotivos com mães, pais, irmãos e parentes biológicos. A proposta é inovadora, porque leva mais uma ferramenta social e útil para a WEB. Não só no Rio Grande do Sul, mas em todo o mundo os internautas podem acessar, contar suas histórias, divulgar eventos, empresas, enfim. É um mix de ação social, familiar e informativa.

São espaços como estes que precisamos para promover ainda mais a adoção em nosso país. Uma adoção cidadã, mas cercada de amor, de doação, de vida. Os filhos adotivos vão agradecer. Os pais adotivos também, pois será uma ferramenta de apoio. José Ricardo Fischer, responsável pelo projeto também fará uso do site. Ele procura seu irmão gêmeo e com certeza a ferramenta irá oportunizar o encontro do criador com parte de seu sangue e de sua vida.

Vamos lá, acessem, conheçam e comentem: www.filhosadotivosdobrasil.com.br

Eu acessei, vi e gostei.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

NÚMEROS APRESENTAM O QUADRO DA ADOÇÃO NO PAÍS

Quem mais adota crianças no país?

São casais heterossexuais, de cor branca (96,2%) e praticantes da fé cristã.
Proporcionalmente falando, são os adeptos da doutrina espírita que adotam, seguidos por evangélicos e católicos.
A idade média dos adotantes é de 34 anos
Possuem segundo grau completo e também curso superior, na maioria dos casos.
Tem renda superior a oito salários mínimos.
Do total de adotantes, 54% só adotam uma criança.


Filho adotivo: quem é?

71,4% dos adotados tem idade até três meses de vida.
São predominantemente do sexo feminino, de cor branca (70,5%), tem feições bonitas e aparência saudável.
Depois das meninas de cor branca, com aparência eurodescendente, o contingente de crianças para adoção é composto por crianças pardas (23,8%), negras (5,3%) e orientais (0,4%).

Como se dão as adoções no país?

52% das adoções ocorre de forma legal, contra 48% feitas de forma ilegal.
Os juizados de menores tem uma imagem negativa para mais da metade dos pesquisados.
Quem adota de forma legal, com participação da justiça no processo, possui nível superior de escolaridade (75%).
O adotante legal possui renda familiar (80%) superior em relação aos que adotam de forma informal. Os adotantes legais tem renda acima de 8,5 salários mínimos.
Mais de 70% das adoções no Brasil acontecem a partir das maternidades.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) mobilizou o aumento das adoções legais.

Motivações para a adoção:

63% dos casais que adotam filhos buscam a forma de paternidade por infertilidade
37% adotam por altruísmo (caridade).
Quem faz adoções altruístas é menos exigente em relação ao perfil da criança a ser adotada.
O maior número de adoções altruístas é feita de forma informal, ou seja, os adotantes provém das camadas mais carentes da população.


Fonte: Professora-doutora Lídia Weber. Universidade Federal do Paraná. lidia@ufpr.br

REPORTAGEM: RADIOGRAFIA DA ADOÇÃO NO BRASIL MOSTRA EXCLUSÃO E BUROCRACIA


Por Oscar Henrique Cardoso
oskarhcardoso@gmail.com

Brasília, 14/6/07 - O quadro do abandono no Brasil mostra uma face ainda dramática para milhares de crianças que vivem em abrigos de norte a sul do país. Ao contrário do que se pensa, o sonho de ganhar uma nova família fica distante para muitos casos por duas razões: a lentidão do Judiciário em acelerar os processos de destituição familiar e ainda a não liberação das famílias biológicas para a adoção por novos núcleos familiares.

Estas e outras constatações acerca do abandono e da adoção no Brasil foi apresentado na última quarta-feira, 13 de junho, no painel Abandono e Adoção no Brasil, ministrado pela professora-doutora Lídia Weber, da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Lídia esteve em Brasília a convite do Departamento de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), onde palestrou para alunos do Programa de Pós-Graduação em Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde.

O Brasil, de acordo com a pesquisadora, ainda caminha a passos lentos no que se refere a pesquisa sobre o tema Abandono e Adoção. Pesquisa coordenada pela professora-doutora Lídia Weber na UFPR apresenta uma radiografia do tema. Entre os números apresentados (confira na próxima postagem) o perfil do adotante é predominantemente de casais heterossexuais, brancos, com ensino médio completo e curso superior, idade a partir dos 34 anos e com problemas de infertilidade. Por outro lado, a criança adotada no país ainda é predominantemente recém-nascida, do sexo feminino, de cor branca, com idade até três meses de vida. As adoções tardias, consideradas pela literatura a partir dos dois anos de vida, ainda é baixa: 15% dos adotados tem idade acima da faixa. Em um país que tem 80 milhões de afro-descendentes, 23,8% das crianças que ganham um novo lar são pardas e apenas 5,3% são negras. Quando se fala nos orientais, aí mesmo é que diminuem os números: 0,4% de crianças de origem oriental são adotadas.

Em entrevista a PAIS ADOTIVOS SA, Lídia Weber destaca a valorização sobre o tema adoção, adoção e mídia, Lei Nacional de Adoção, políticas públicas, adoção no Sul do país e intervenção da sociedade pela erradicação do abandono.

Debate em coro pela sociedade civil:

Lídia Weber lembra que o debate em torno do tema Adoção começou a ganhar as ruas há cerca de 10 anos, a partir de uma intensa mobilização por parte da sociedade civil. Mais especificamente pelo coro de integrantes de Grupos de Apoio à Adoção, formados predominantemente por pais adotivos. Neste mesmo período, em 1996, Lídia Weber produziu a primeira pesquisa sobre o tema Abandono e Adoção no Brasil pela UFPR. Fato este que chamou a atenção da academia para a produção de pesquisas sobre a temática social. Foi também no final dos anos 90 que a Revista Veja publicou uma reportagem especial com o título “Famílias adotivas são felizes”. “Até então se sussurava sobre o assunto e a sociedade não falava em abandono e adoção porque a cultura existente banalizava o abandono, ou seja, não era importante se falar nas crianças que viviam em instituições. Digo que todo este movimento se deve ao coro feito pela sociedade civil”, ressalta.
A adoção na pauta da mídia:

A pesquisadora também vê com olhos positivos a presença do tema adoção em revistas, jornais e programas de tevê. Lídia analisa que a abordagem vem sendo dada de forma positiva e lembra que a inserção do tema na mídia começou a ser registrado também na última década, a partir de um trabalho produzido por uma de suas alunas do Mestrado em Psicologia da UFPR. O estudo analisou a presença do tema adoção na pauta de duas revistas de circulação nacional nos últimos 20 anos: revistas Veja e Pais e Filhos. “Constatamos que a Veja tratou melhor sobre adoção e cidadania do que a Pais e Filhos. Em duas décadas passadas, a Pais e Filhos, que é uma revista especializada no assunto publicou cinco artigos no período”.

Lei Nacional de Adoção:

A aprovação e entrada em vigor da Lei 1753/2006 de autoria do deputado João Matos, do PMDB de Santa Catarina – Lei Nacional de Adoção é vista com bons olhos por Lídia Weber. Conforme ela, há discussões e debates jurídicos sobre alguns pontos, mas, o que mais deve ser levado em consideração é que o novo texto leva em consideração práticas já feitas pela sociedade, como a adoção por casais homossexuais, cuja situação já tem jurisprudência favorável. “O que mais devemos salientar é a redução do tempo de institucionalização de uma criança. A criança não pode pagar pelos erros dos adultos e ficar 17, 18 anos vivendo em um abrigo”, frisa.

Políticas Públicas:

A respeito da inexistência de políticas públicas direcionadas ao menor abrigado no país, Lídia Weber aponta que a não promoção de ações do Estado para o tema se dá porque a sociedade vê as crianças abrigadas como não rebeldes e não incômodas. “As pessoas se chocam quando apresento a realidade em palestras. Dizem jamais ter tomado conhecimento de tais fatos”. Lídia chama a atenção novamente para a sociedade civil pressionar o Legislativo e o Judiciário para direcionar iniciativas para incluir os menores órfãos em ações de igualdade e inclusão social.

Adoção no Sul do País: vanguarda

A adoção realmente ganhou maior destaque e ações por parte dos catarinenses. É de lá que nasceu a iniciativa de se criar a Lei Nacional da Adoção, por parte do deputado João Matos, é em território catarinense que se concentram a maioria dos grupos de apoio à adoção do país. Tais informações são confirmadas por Lídia Weber, que lembra também o pioneirismo de Santa Catarina em ter um cadastro estadual para adoção, onde o candidato se inscreve em apenas uma comarca – hoje para adotar, é necessário que se deixe a documentação em várias comarcas, porque não há um cadastro único. “Vale lembrar que o Rio Grande do Sul pouco fez nesta área. O Paraná, em 1983, sofreu um grande abalo institucional com a questão do tráfico de crianças, com o caso de 40 bebês traficados para outros países, fato este que motivou a formação da Comissão Estadual para Adoção (CEJA). Por isso, recomendo aos demais estados da união a olharem para Santa Catarina, a fim de criar meios favoráveis para incentivar a adoção”.

Sociedade e Abandono:

De que forma pais adotivos e a sociedade como um todo pode contribuir para erradicar o abandono infantil? Lídia indica que somente a partir do debate se pode realmente caminhar pelo fim do abandono. Conforme a pesquisadora “Sartre dizia que o inferno são os outros e não somos nós. Visitar abrigos e conversar com as crianças que lá vivem é uma forma de minimizar o sofrimento. É importante que os pais adotivos falem sobre o tema com a mídia, apresentem casos e construam modelos. Vejo também como positiva a iniciativa de artistas que vem a público dizer que vão adotar crianças, bem como a divulgação de famosos que mostram seus novos filhos à sociedade. Temos que também conscientizar as mães que desejam doar seus filhos para fazerem a entrega na forma legal. É só com o diálogo que se esclarece a sociedade sobre a adoção, derrubando mitos e fantasmas”, finaliza.

Você deseja contatar com a professora-doutora Lídia Weber. Aí vai o contato por endereço eletrônico: lídia@ufpr.br

SENADO SEDIA PRIMEIRO SEMINÁRIO PRÓ-CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA DO DF

Dias 25 e 26 próximos, no Auditório Petrônio Portela, no Senado Federal, o Instituto Berço da Cidadania promove o Primeiro Seminário Pró-Convivência Familiar e Comunitária do Distrito Federal.

Realizado pelo Instituto Berço da Cidadania, a plenária tem por objetivo dar ampla divulgação aos temas contidos no Plano Nacionalde Promoção, Defesa e Garantia de Direitos de Criança e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária, lançado em dezembro de 2006 pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) e Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). O Instituto Berço da Cidadania também se propõe, a partir do evento, estimular a criação de uma rede interinstitucional local para implementação das propostas ali contidas. Inscrições para o seminário são gratuitas e poderão ser feitas via on-line pelo site do instituto, no endereço www.bercodacidadania.org

Instituto Berço da Cidadania

É uma instituição da sociedade civil, sem fins lucrativos, que tem por missão promover ações de prevenção, intervenção e acompanhamento para assegurar a convivência familiar e comunitária a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade e risco. Buscamos implementar práticas que previnam a necessidade da medida de abrigamento ou que, na hipótese deste, assegurem cuidados de qualidade ao mesmo tempo que otimizem o trabalho de reintegração familiar de modo a tornar a passagem pelo abrigo o mais breve possível.

terça-feira, 12 de junho de 2007

PRIMEIRO SITE DE BUSCA DE PAIS E FILHOS É LANÇADO NO RIO GRANDE DO SUL

A partir da próxima sexta-feira, 15 de junho, uma nova ferramenta em favor da promoção da adoção e do reencontro entre pais e filhos estará na WEB. Estou falando do site FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL, que será lançado em Porto Alegre, durante jantar de realização do Primeiro Encontro de Filhos Adotivos do Rio Grande do Sul. A iniciativa não é de nenhum grupo empresarial ou de alguma empresa de relacionamentos. É sim do comerciante José Ricardo Fischer, gaúcho, 41 anos, casado, pai de dois filhos e também filho adotivo. Se você está em Porto Alegre e deseja acompanhar este evento, basta ir até a sede do Serviço Social do Comércio (SESC) no bairro Petrópolis, a partir das 20h. A lista de convidados para o evento deve ultrapassar a 100 pessoas, entre filhos adotivos, pais adotivos, profissionais da imprensa, entre outros.

Até construir o site e colocar pra fora o desejo de ajudar outros filhos a encontrarem seus pais biológicos, José Ricardo trilhou muito. Caminhou entre a euforia e a dor. Entre a alegria e a frustração, sentimentos que mexem com nossa estima e que estão no cotidiano da vida. Ele conta que por volta dos 12 anos, sentiu o desejo de procurar mais sobre suas origens. Saber quem foram sua mãe e seu pai biológico. A iniciativa sempre fora combatida por seus pais adotivos, os quais diziam que o desejo de José Ricardo era fruto de ingratidão, e que assim que encontrasse sua mãe verdadeira, o mesmo deixaria de amar seus pais adotivos. A caminhada e as buscas constantes a cartórios, Juizado de Menores e outros locais de Porto Alegre e da região metropolitana duraram 12 anos.

Fora então aos 24 anos que José Ricardo chegou até a família Molarinho, mais precisamente ao advogado Dênis de Lima Molarinho. Ele é irmão de Ana Aurora Molarinho, sua mãe biológica. Assim que chegou a seu tio biológico, José Ricardo então recebeu dele o contato com sua avó. A mesma então lhe deu o endereço de sua mãe bio e ele foi até Viamão, cidade da Grande Porto Alegre e a encontrou. O que poderia ser um momento de alegria e plena realização foi sim, conforme conta, um encontro formal e distante. Segundo o comerciante, houveram outras visitas e até mesmo Ana Aurora foi em sua residência. Se por um lado José Ricardo resolveu a dúvida em encontrar a mulher que lhe colocou no mundo, por outro trouxe para sua vida mais um desejo: encontrar seu irmão gêmeo. Isso mesmo. Ana Aurora contou que teve outro filho, gêmeo, e que o deu em adoção. A partir dali a busca recomeçou e até hoje não teve sucesso. Pois não conseguiu descobrir se o nome que sua mãe bio deu do outro filho é verdadeiro, se ele teve seu nome modificado, se mora no Rio Grande do Sul. Mais um desencontro entrou para esta história.

Mágoa? Ressentimento? Isso José Ricardo garante que não tem de sua mãe biológica. Diz com naturalidade que não tem nenhum tipo de seqüela pelo abandono, porque para ele o fato de encontrar sua mãe foi bastante resolvido. Quanto a encontrar o seu pai bio, Ana Aurora disse a ele que nunca mais o viu e que não sabe de sua existência. É com este propósito que ele deseja amenizar a dor de outros filhos adotivos espalhados pelo país. Deseja com este site encontrar filhos, mães, pais, irmãos, fazendo com que os próprios filhos adotivos respondam a suas inquietações quanto a origem, dúvidas que se despertam naturalmente, segundo ele.

Mas a vontade de fazer mais pela sociedade não fica só no site. José Ricardo quer ainda adotar um casal de crianças e criar uma instituição que ofereça formação profissionalizante a órfãos. Conforme ele, a sociedade, os empresários e também o próprio governo podem ajudar a promover a formação profissional e inclusão de jovens abrigados no mercado de trabalho, como forma de os mesmos construírem um caminho para a subsistência.

Quer conhecer mais sobre o site? Acesse www.filhosadotivosdobrasil.com.br



Evento: Primeiro Encontro de Filhos Adotivos do Rio Grande do Sul
Data: Sexta-feira, 15 de junho de 2007, 20h. Sesc. Porto Alegre/RS
Atividades: jantar de confraternização e lançamento do site FILHOS ADOTIVOS DO BRASIL
E-mail para contato: filhosadotivosdobrasil@yahoo.com.br

segunda-feira, 11 de junho de 2007

AMB PROMOVE A CAMPANHA MUDE UM DESTINO

Mais um importante apoio à promoção da adoção no Brasil vem da Associação dos Magistrados Brasileiros(AMB). É a campanha MUDE UM DESTINO. Lançada pela instituição, tem por objetivo mobilizar juízes de todo o Brasil a se empenhar pela promoção e valorização da adoção. Para que isso ocorra, é necessário sim vencer duas importantes barreiras: vencer o preconceito e também a burocracia, a qual torna lento a maioria dos processos hoje em trâmite nas comarcas brasileiras. Se você quer conhecer mais sobre a campanha, PAIS ADOTIVOS SA reproduz abaixo o texto de abertura da campanha, produzido pelo presidente da AMB, Rodrigo Collaço:


Desde a Constituição de 1988, o papel do Judiciário transformou-se substancialmente. Antes restrito a questões entre particulares, hoje o cotidiano da magistratura é permeado por temas como a abertura de vaga em hospitais e escolas, concessão de remédios e redução de juros. E esta nova realidade se reflete na entidade que congrega a quase totalidade dos juízes brasileiros.
Por essa razão, a AMB não se limita a cuidar de causas corporativas, mas procura ter um papel relevante em temas fundamentais para a sociedade. Foi baseada nessas premissas que a entidade decidiu lançar a campanha Mude um Destino, em favor das crianças e adolescentes que vivem nos cerca de 6 mil abrigos existentes no Brasil.

Trata-se de um problema pouco visível à maior parte da sociedade, mas que pode ser resolvido – ou pelo menos minorado. A proposta da AMB é motivar os juízes a darem total atenção ao problema e, principalmente, convidar a sociedade a se inteirar sobre essa realidade. Nossa meta é a reinserção das crianças abrigadas em suas próprias famílias ou numa família substituta, por meio da adoção. Esperamos, ainda, sensibilizar o poder público para a necessidade de programas que permitam o resgate dos valores familiares, muitas vezes rompidos por motivos diretamente ligados à pobreza e ao comprometimento da própria cidadania.

Rodrigo CollaçoPresidente da AMB

Conheça mais sobre a campanha, visitando o site da AMB no endereço: www.amb.com.br